“Trabalhamos de forma individualizada”

Com quase mil pessoas atendidas por mês, a Abads completa 70 anos e faz campanha para continuar assistindo a quem precisa

Imagem de capa - “Trabalhamos de forma individualizada”

Quem tem algum tipo de deficiência intelectual ou autismo precisa de apoio especializado para não ser discriminado nem viver apartado da sociedade. A Associação Brasileira de Assistência e Desenvolvimento Social (Abads), localizada na Vila Guilherme, bairro de São Paulo (SP), está comemorando 70 anos e ajuda famílias que precisam desse auxílio e não cobra nada por isso. De acordo com Rose Amorim, que realiza o trabalho voluntário como presidente da entidade há seis anos, a Abads atua no atendimento clínico, no serviço social, no emprego apoiado e também na educação: “na escola especial da associação, as crianças ficam dos 6 anos até os 29 anos”, esclarece.

Cerca de 980 pessoas são atendidas por mês. “Temos vários tipos de terapias com fonoaudiólogos, fisioterapeutas, psicólogos, terapeuta ocupacional, musicoterapia, brinquedoteca e várias oficinas de arte, esportes e informática, nas quais desde bebês, jovens, adolescentes e até mesmo adultos são levados a viverem e a aprenderem a ter uma vida com autonomia. Recebemos essas famílias, orientamos, ensinamos, trabalhamos de forma individualizada com as crianças e as devolvemos para que sejam incluídas na sociedade. Isso é muito importante”, analisa.

Segundo Rose, a busca por atendimento na instituição tem crescido bastante. “Não é que estejam nascendo mais pessoas com autismo. Acredito que as condições clínicas são maiores e melhores agora: as pessoas têm mais acesso à informação e a exames clínicos mais apurados. Mesmo com o refinamento do diagnóstico, muitas vezes, há uma grande dificuldade de se chegar a ele.”

Tratamento adequado
A trabalhadora autônoma Tatiana Bastos Garbi, (foto abaixo) de 43 anos, e seu filho, Miguel Bastos Garbi, de 8 anos, são atendidos pela Abads.

“Quando ele entrou na escolinha, aos 3 anos, passou um semestre e as pessoas começaram a perceber o comportamento dele, me chamaram para conversar e falaram da possibilidade dele ter autismo. Pesquisei sobre atendimento e encontrei a Abads. Eu e meu esposo participamos de uma reunião de acolhimento com o serviço social, aguardamos por uma vaga na fila de espera e depois de certo tempo o Miguel foi chamado. Fizeram as avaliações com psicólogo, neurologista e pedagoga e assim formaram o diagnóstico dele.”

Ela afirma que, antes de ser atendido pela instituição, Miguel quase não interagia com outras pessoas. “Ele ficava muitíssimo irritado em qualquer lugar que a gente fosse. Os familiares até achavam estranho e me cobravam. Hoje, com a Abads, ele está muito bem, teve uma maturidade muito boa na questão da socialização e da fala e consegue formar frases e contar o que acontece no dia a dia dele. Antes, ele não conseguia terminar nem uma frase”, diz.

Tatiana reconhece e agradece pelo trabalho da Abads não só com o filho dela. “Sempre houve suporte para nós, pais. Eu falo para os terapeutas o quanto é incrível uma instituição como a Abads, que faz a diferença não só para o autista, mas para a família também. O que eu consegui progredir também foi muito por conta da Abads e meu sentimento de gratidão pela entidade só cresce”, conclui.

Abrace a Abads

A Abads foi criada em 1952 pelo professor e médico paulistano Antônio Carlos Pacheco e Silva com o nome de Sociedade Pestalozzi de São Paulo. “Há mais de 12 anos, nós nos desvinculamos e passamos a ter outra razão social com o mesmo CNPJ. Hoje, graças à campanha Abrace a Abads, que começou em 28 de novembro e vai até 31 de dezembro, a associação tem conseguido garantir o atendimento para quem tem deficiência intelectual e transtorno do espectro autista. A campanha está na terceira edição e tem o apoio total da Record TV, com inserções sobre o trabalho da entidade em vários horários”, explica Rose Amorim, presidente da instituição.

Você pode ajudar fazendo uma doação no valor que puder via PIX, usando a chave: doe@abads.org.br. As doações também podem ser feitas pelo site abads.org.br. Outra forma de doar é pelos telefones: 0500 508 0707 (para doar R$ 7), 0500 508 0720 (para doar R$ 20) e 0500 508 0740 (para doar R$ 40). O custo da ligação varia de R$ 0,39 + impostos (por telefone fixo) a R$ 0,71 + impostos (por celular).

imagem do author
Colaborador

Eduardo Prestes / Fotos: Demetrio Koch