Mesmo quando sorria, seu olhar pedia socorro

A desesperança de Ingrid de Oliveira a levou a pensar em suicídio, mas ela recebeu uma chance de mudar o rumo de sua vida

Por não encontrar solução para os problemas que vivia, a controladora de acesso Ingrid de Oliveira, de 25 anos, pensou em pôr fim à sua vida quando tinha apenas 14 anos. Esse pensamento foi resultado de uma série de abusos físicos e emocionais que sofreu. Seu pai usava drogas e agredia sua mãe. Por causa do vício, ele vendeu a casa da família, que foi morar em uma residência alugada e enfrentou várias dificuldades, inclusive passou fome. Durante um surto após o uso de drogas, o pai dela tentou matar toda a família incendiando a casa. Foi quando a mãe dela decidiu fugir e levou Ingrid e seu irmão mais velho.

Então um novo problema surgiu na vida dela: sua mãe se envolveu com prostituição. Ela lembra que viu a mãe se prostituir em troca de bebida e, enquanto ela saía para os bailes, Ingrid e o irmão ficavam sozinhos em casa. Além da constante ausência da mãe, Ingrid passou a enfrentar apuros em casa. “Eu sofria muitos abusos dos homens que minha mãe levava para lá. Enquanto ela estava no bar bebendo, eles tocavam em mim. Eu me sentia a pior pessoa do mundo e isso foi acarretando em mim um medo dos homens”, diz.

As dificuldades da família aumentavam a cada dia porque a mãe gastava todo o dinheiro que recebia com bebidas. A solução encontrada por sua mãe foi voltar a morar com o marido, mas as brigas entre o casal pioraram. Segundo Ingrid, durante as discussões, seus pais a culpavam até por existir. “A depressão tomou conta de mim. Eu não conseguia dormir à noite e ouvia vozes dizendo: ‘se mata! Para quê viver? Eles não te dão valor’. Um peso entrou na minha alma, o peso da morte. Meu olhar era de morte. Eu olhava para as pessoas pedindo socorro, mesmo sorrindo”, diz.

Foi quando, na tentativa de acabar com o sofrimento, ela aproveitou que os pais não estavam em casa e foi para a janela do quarto com a intenção de tirar a própria vida. Naquele momento, ela revela que algo aconteceu: “não tinha ninguém comigo, mas, lá no fundo da minha alma, ouvi uma voz que dizia: ‘Eu estou aqui! Eu sempre estive aqui’”. Ela explica que entendeu que era a Voz de Deus e que se ajoelhou e pediu a Ele uma chance: “naquele instante eu tive certeza de que tinha jeito para a minha vida”.

A chance aproveitada
Ingrid conta que já conhecia o trabalho social da Universal e, nos dias seguintes à oração que fez a Deus, assistiu a um programa de TV da Igreja sobre depressão e o trabalho de libertação e decidiu participar. Frequentando assiduamente as reuniões da Universal, ela decidiu se batizar nas águas e entregar a vida ao Senhor Jesus. Ela também perdoou os pais e foi desenvolvendo a Fé, mas, segundo ela, ainda lhe faltava o Espírito Santo.

A dedicação que aplicou para ter a Presença de Deus em seu coração foi recompensada depois de certo tempo enquanto ela orava no quarto que tinha sido cenário de sofrimento no passado. “Parecia que eu estava diante de Deus. Foi uma alegria inexplicável. A minha alma, que era sofrida, depressiva e que só tinha morte, se transformou em vida. Eu conheci a vida ali e posso dizer que ela não existe sem o Espírito Santo”, afirma.

A partir daí, apesar dos problemas, ela conta que passou a ter paz e a certeza de que tudo se resolveria. Sua forma de enxergar seus pais mudou e, em razão de sua mudança, eles também se converteram e se libertaram dos vícios.

Há cinco anos, Ingrid se casou com Alex de Oliveira. “Minha maior satisfação, depois do Espírito Santo, é o meu casamento. Meu marido me respeita e me dá carinho. Encontrei no casamento o que eu não tinha antes”, comemora. O relacionamento dela inspirou seus pais a lutarem pela restauração do próprio casamento. “Hoje eu tenho tudo, mas o que está acima de tudo em minha vida é o Espírito Santo. Ele me fortalece, me sustenta e me dá força. Sem Ele, eu não sou nada”, conclui.

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Colaborador

Núbia Onara / Fotos: Demetrio Koch e arquivo pessoal