Por mais cruel que seja admitir que muitas mulheres são interesseiras e se fartam da graça e da misericórdia do Altíssimo, essa é a mais pura verdade. A elas pouco importa o que conscientemente façam ou deixem de fazer, uma vez que abraçam esse fato como um grande escudo universal e fazem disso um álibi. Assim, há quem aprecie a Deus pelo que Ele é, por Suas características, Suas qualidades e, sobretudo, Seu caráter, mas também há quem recorra a Ele apenas para pedir Sua misericórdia e se aproveite disso.

Ao se escorar na misericórdia Divina, elas criam um subtipo de “amor” que é interesseiro e que busca prioritariamente agradar a si mesmas, realidade que contraria o que pode ser observado em Salmos 89.1-5. Nele, o salmista narra sua vontade de compartilhar o quanto a bondade de Deus impressiona, mas não faz disso uma bengala: “As benignidades do Senhor cantarei perpetuamente; com a minha boca manifestarei a tua fidelidade de geração em geração. Pois disse eu: A tua benignidade será edificada para sempre; tu confirmarás a tua fidelidade até nos céus, dizendo: Fiz uma aliança com o meu escolhido, e jurei ao meu servo Davi, dizendo: A tua semente estabelecerei para sempre, e edificarei o teu trono de geração em geração. (Selá.) E os céus louvarão as tuas maravilhas, ó Senhor, a tua fidelidade também na congregação dos santos.”

Esse foi o tema de um dos episódios da Meditação da Palavra em Salmos, conduzida por Cristiane Cardoso e disponível no Univer Vídeo. Nele, Cristiane pontuou que, “às vezes, olhamos para uma pessoa e falamos que ela é simpática, agradável e leal. Nós apontamos certas características e não falamos de outras porque não as vemos naquela pessoa. Mas o nosso Deus tem todas as características Divinas”. Ela mencionou o quanto “a fidelidade de Deus é mal aproveitada por muitas pessoas. Por exemplo, quantas pessoas pecam porque lá no fundinho elas pensam que Ele entende, aguenta, tolera, perdoa e que não vai levar isso em conta. Elas estão se aproveitando da misericórdia, da bondade de Deus”. Vale ressaltar que a pessoa fiel é alguém que não muda, apesar de qualquer circunstância. “Normalmente uma pessoa fiel sofre porque se aproveitam da fidelidade dela”, acrescentou Cristiane.

JOGO DE INTERESSES
Saber – mas sem entender – que Deus é rico em misericórdia (Efésios 2.4-5) e que Suas misericórdias são inesgotáveis (Lamentações 3.22) pode induzir e convencer muitas mulheres que isso é o suficiente para conhecê-Lo, mas elas se enganam. Cristiane deu um exemplo de como estabelecer essa relação é prejudicial: “é como se você estivesse casado com uma pessoa só se aproveitando do carinho dela, do fato dela ser fiel a você. (…) você está só abusando da paciência, do amor dela e do carinho dela. Que tipo de relacionamento é esse? Ele é abusivo. Quantas pessoas abusam de Deus também? Eu sei, por exemplo, que meu marido me ama, mas não é por isso que vou fazer o que eu quiser e ele vai continuar me amando”.

Quem abusa do amor de Deus não consegue estabelecer intimidade com Ele porque vive um relacionamento raso, frágil e bastante limitado. Afinal, como amar alguém por partes e não por inteiro? No entanto a indiferença de muitos não pode mudar quem Deus é: Ele não vai deixar de perdoar, de ser fiel nem de cumprir Sua Palavra.

SENDO A CÓPIA
Esse mesmo caráter genuíno faz parte de quem O tem, como observou Cristiane: “às vezes, parece que a pessoa é boba, mas, quem conhece a Deus, O aprecia e O copia também. Quantas vezes você é fiel a uma pessoa e ela não é fiel a você e você muda com ela. Só que nesse momento você deixa de se parecer com Deus. As coisas que o ser humano faz contra Deus são terríveis e Ele aguenta, Ele não muda, Ele não desiste do propósito dEle, que é ganhar aquela alma e ter um casamento com aquela pessoa”.

A boa notícia é que apreciar a Deus a ponto de se parecer com Ele pode ser um aprendizado. “Aprenda a O apreciar e aprecie o que Ele tem dado a você. Quem não aprecia fica murmurando, reclamando, olhando para os lados e para a vida dos outros”, arrematou.