“Peguei uma arma e puxei o gatilho, mas a bala não saiu”

Sandra Souza sofreu abuso na infância e teve a juventude marcada por sofrimento, até que ela encontrou a solução para seus problemas

A pedagoga Sandra Santos de Souza, de 45 anos, teve uma infância sofrida. Aos 8 anos, sofreu abuso sexual praticado por uma pessoa conhecida da família e isso a traumatizou muito. Sandra conta que tinha dificuldades para dormir bem e se considerava uma pessoa perturbada. Ela tinha sonambulismo e sua família tinha que esconder as chaves para que ela não saísse de casa.

Além desses problemas, no início da adolescência Sandra desenvolveu uma doença que provocava dores em seu corpo inteiro. Sua mãe a levou a vários médicos, mas nenhum lhe deu um diagnóstico definitivo. “Eu ia a muitos hospitais, realizava muitos exames e os médicos julgavam que fosse paralisia infantil, mas não davam o diagnóstico correto”, lembra.

Certo dia, sua mãe foi convidada para ir à Igreja Universal e passou a fazer a corrente de cura pela filha e, assim, Sandra se libertou daquela doença.

Depois de um tempo, Sandra se afastou dos caminhos de Deus e conheceu o brilho enganoso do mundo. “Tudo o que eu desejava, eu fazia e comprava. Eu vestia o melhor, comia bem e ia aonde eu queria. Cheguei a me envolver com várias pessoas, mas eu não ligava se era casada ou solteira. Eu estava vivendo para curtir a vida de maneira errada, mas não enxergava isso”, relata.

Sandra conta ainda que arrumava confusão por onde passava, como em festas, baladas e até na rua.

Ela diz que era considerada uma pessoa muito “folgada” e que não levava desaforo para casa. Em seu trabalho, ela revela que tinha o hábito de roubar objetos e até dinheiro do caixa para uso pessoal. “Eu tinha uma vida de aparências, estava rodeada de amigos, dinheiro e bebidas, mas isso, jamais e em tempo algum, foi capaz de me fazer feliz. A felicidade e o prazer eram momentâneos.”

Ela relata que ia para a balada quinta-feira e só voltava para casa no domingo. “Eu tinha a tal liberdade e ela me levou ao fundo do poço.” Quando Sandra acreditou que não poderia piorar, ela se envolveu com um rapaz e engravidou aos 19 anos. No entanto ele não assumiu a criança.

Sandra revela que tentou o suicídio diversas vezes. “Eu ouvia uma voz me dizendo para que me jogasse na frente de um carro. Até que, certo dia, peguei uma arma e puxei o gatilho, mas, pela misericórdia de Deus, a bala não saiu. Minha irmã me dizia que quem tirava a própria vida ia direto para o inferno. Isso me assustava, mas não me impedia de desejar ou tentar praticar aquilo.”

Depois de vários problemas, Sandra voltou para a Presença de Deus. “Eu sabia que somente Deus poderia mudar a minha vida.” Sandra passou a frequentar as reuniões na Universal, buscou o Espírito Santo e começou a orar de madrugada e a ler a Bíblia regularmente. Quando menos esperava, ela foi batizada com o Espírito Santo. A partir daquele momento, sua vida se transformou.

“Deus me escolheu, hoje eu sei disso. Entendi que eu estava nesse mundo pela Vontade de Deus, então eu me entreguei. Sei que Ele quer me ver bem e feliz. Encontrei em Deus tudo o que eu procurava. Todo o vazio foi embora e comecei a viver de forma diferente. Abandonei tudo o que fazia de errado.”

Ela declara que a Sandra de hoje é totalmente diferente: “minha felicidade não está baseada em conquistas materiais ou nas pessoas com as quais me relaciono, a minha força vem de Deus. Ele é minha base, encontro em Deus tudo o que preciso. Ele tem suprido minhas necessidades”, conclui.

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Colaborador

Kaline Tascin / Fotos: Demétrio Koch