Em São Paulo, o Campeonato Paulista é mais importante do que celebrações religiosas
Em nova fase vermelha do Plano São Paulo, governador João Doria não entendeu que os cultos são essenciais à população
O governo de São Paulo anunciou, na última sexta-feira (9), a volta do estado à fase vermelha do Plano São Paulo. Desde o dia 15 de março, o estado estava em fase mais restritiva para conter a COVID-19, a chamada Fase Emergencial.
O que espantou a muitos, no entanto, é que o governador João Doria retirou e incluiu serviços na lista de atividades que podem funcionar nesta nova fase vermelha.
Campeonato Paulista
Agora, os jogos de futebol do Campeonato Paulista poderão ser retomados. Embora não tenha público, vale ressaltar que o campeonato movimenta diversas pessoas, entre elas: jogadores, comissão técnica, jornalistas, fotógrafos, equipe de manutenção, limpeza etc.
Além do mais, jogos de futebol podem promover aglomerações entre amigos e familiares, já que brasileiros sempre assistiram as partidas reunidos. O próprio prefeito da cidade de São Paulo se reuniu com cinco mil pessoas para assistir a final da Libertadores, no estádio do Maracanã, no ano passado, enquanto a cidade de São Paulo seguia fechada.
Junto com os jogos, as aulas presenciais também também voltarão e as lojas de material para construção poderão abrir e funcionar ao público.
Não essencial
Mas, nesta nova fase vermelha, o governador João Doria não viu as igrejas como essenciais e manteve a proibição para cultos presenciais, em todo o território paulista.
“Os cultos presenciais permanecerão proibidos. A menos que ocorram descobertas históricas, a ciência não muda de ideia de um mês para o outro. Como isso não aconteceu, o que teria feito o governador tratar como supérfluo, o que considerava essencial há apenas 35 dias? Por que as atividades religiosas se teriam transformado em fator de risco?”, questionou o jornalista e comentarista de política, Augusto Nunes, em seu comentário no Jornal da Record.
Ele ainda pontuou que para encontrar os verdadeiros focos de disseminação do vírus, “basta que o governador visite qualquer favela, apareça em um bairro da periferia, embarque em um ônibus no início da manhã ou, no fim da tarde, tente entrar num vagão do metrô”.
Enquanto as igrejas permanecem sem cultos presenciais, os ônibus, trens e metrôs seguem lotados. Enquanto as pessoas não podem ir às suas igrejas para participar de cultos, os jogos de futebol serão transmitidos para todo o estado.
“Restringir é possível, em razão da pandemia. Restrição é limitação de 25% ou 30%, como está acontecendo na maioria esmagadora dos estados brasileiros. Os governadores estão restringindo, porque, realmente, estamos em um momento complicado, mas a redução para 30% da capacidade não impede o exercício do culto, mas proibir, impede”, disse Thiago Vieira, advogado e presidente do Instituto Brasileiro de Direito e Religião, em entrevista ao Jornal da Record, na última sexta-feira (9).
O Bispo Eduardo Bravo, presidente da União Nacional das Igrejas e Pastores Evangélicos (UNIGREJAS), também em entrevista ao Jornal da Record, destacou que “as igrejas são essenciais e indispensáveis pelo serviço social, emocional e humanitário que realizam.”
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