Covid-19 e conjuntivite: o que elas têm em comum?
Causada por alergias, bactérias ou vírus, a inflamação ocular pode ser um dos sintomas da doença da pandemia. Saiba como se prevenir e tratá-la
Em termos de saúde, o assunto Covid-19 é o mais comentado no mundo há cerca de um ano. E, nesse período, muitas descobertas foram e têm sido feitas pelos especialistas quanto aos sintomas e também às possíveis sequelas deixadas pelo vírus SARS-CoV-2 no organismo.
Febre, tosse e falta de ar são apontados como os sintomas mais evidentes da infecção com o vírus, mas outras inflamações também podem surgir nos pacientes, afirma o médico oftalmologista Daniel Kamlot: “no caso da conjuntivite viral, como ela é provocada por um vírus, em uma minoria dos casos de Covid-19, ela pode aparecer como sinal da doença”. Estudos apontam que o sintoma foi verificado em até 3% dos pacientes.
Já um artigo publicado na revista científica Radiology apontou que o novo coronavírus pode deixar sequelas significativas no globo ocular, por conta da conjuntivite ou ainda da retinopatia, uma doença que afeta a retina e pode causar perda da visão. A pesquisa, entretanto, não conseguiu chegar a uma conclusão a respeito da origem ou da frequência das complicações.
TIPOS DE CONJUNTIVITE
A conjuntivite é uma inflamação em uma membrana que reveste a parte interna da pálpebra e sua reação mais comum é deixar o olho vermelho. Contudo o oftalmologista lembra que esse também pode ser o sintoma de outras enfermidades. “Pode ser sinal de outros problemas, como a uveíte, um glaucoma agudo, ou até uma hemorragia subconjuntival. Então, primeiro é preciso diferenciar quais são as causas do olho estar vermelho e, se for uma conjuntivite mesmo, verificar se ela é bacteriana, viral
ou alérgica”.
É imprescindível saber as causas da inflamação, pois o tratamento é distinto para cada um dos tipos de conjuntivite. “Essa diferenciação, na maioria dos casos, é feita pelo oftalmologista porque ele tem aparelhos para fazer essa avaliação de forma mais detalhada. É por meio de alguns sinais oculares e na pálpebra que conseguimos diferenciá-las”, esclarece.
O especialista ainda reforça que o tipo de tratamento também depende do estágio da inflamação no olho. “Cada conjuntivite é tratada com um colírio específico. A bacteriana, por exemplo, precisa de um antibiótico; já na viral precisamos avaliar o incômodo, se é só a vermelhidão ou se há complicação infiltrada subepitelial.”
Apesar de simples, o tratamento deve ser realizado assim que a inflamação for identificada, pois, apesar da conjuntivite não deixar sequelas graves, o oftalmologista faz um alerta para possíveis danos: “a viral e a bacteriana podem causar manchas na córnea e baixa visual.”
Kamlot finaliza afirmando que, apesar de o clínicogeral ser capaz de identificar a inflamação, o ideal é que o paciente busque um especialista ou um pronto-socorro oftalmológico para obter o diagnóstico completo.

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