Todos têm problemas de toda ordem: alguns enfrentam adversidades relacionadas à saúde, outros têm dificuldades financeiras e há também quem tente resolver problemas afetivos e espirituais, só para citarmos alguns deles. Se você não está convivendo com nenhum deles, aguarde e tenha certeza de que os desafios surgirão porque a vida é uma luta contínua e constante de superação de conflitos.

Muitos buscam a força necessária para superá-los em Deus. Essa seguramente é uma ação frequente e não há nada errado em adotá-la. Ao contrário, somos testemunhas de que esse pacto é fundamental para vencer os problemas. O que vemos realmente de errado é que muitos homens e mulheres não conseguem enxergar o quanto já alcançaram pelo fato de estar ao lado dEle.

Também não se trata de dizer que podem se acomodar pelo que já obtiveram. Não. Na verdade, estamos falando de outra coisa: de gratidão. Quando falamos dela nos referimos ao que sentimos depois que recebemos algo de alguém. Pode ser uma conquista material, como um presente, uma cura ou um livramento. As possibilidades são infinitas quando se está com Deus. Vale lembrar que nem sempre esperamos pelo que recebemos, mas esse “ganho” sempre deve ser valorizado.

Em reunião no Templo de Salomão, no mês passado, o apresentador, escritor e palestrante Renato Cardoso abordou esse tema. Segundo ele, confiança e gratidão são remédios para a ansiedade, a preocupação e a infelicidade, mas muitos não conseguem reconhecer as pequenas coisas que inspiram gratidão nem enxergar razões para serem felizes.

Se, por um lado, a gratidão demonstra a confiança em Deus, por outro, como afirma Renato, a ingratidão é a falta de reconhecimento do que já foi conquistado, além de falta de Fé. “Até quando nos deparamos com problemas é possível encontrar motivos para sermos gratos. Isso não significa ter pensamento positivo, mas manter a confiança e a Fé”, explica.

A Bíblia também nos socorre quando buscamos motivos para sermos gratos. Depois de se libertarem da escravidão no Egito e mesmo diante das bênçãos concedidas por Deus durante toda a jornada de 40 anos para atravessar o deserto a caminho da Terra Prometida, muitos hebreus não adentraram nela. O motivo foi simples: foram ingratos.
Ainda hoje esse comportamento se repete, de acordo com Renato: “o ser humano é muito ingrato. Se você avaliar de forma geral, nós somos muito ingratos, isso é observado até dentro de casa, com os filhos. Os filhos são ingratos com os pais e não reconhecem o que os pais fazem por eles. Se o filho é ingrato com o pai, o que dizer do resto?”
Renato explica que as pessoas têm uma ideia totalmente equivocada sobre o seu papel e acabam querendo estabelecer relações em que só elas ganham: “o ser humano acha que todo mundo tem que atender aos seus caprichos e necessidades e tem dificuldade de reconhecer o que já tem”.

Também precisamos entender que se a gratidão não é exercitada, ela se atrofia. É por isso que muitos deixam de perceber as coisas boas que acontecem em sua vida. Muitos têm saúde, enquanto outros estão enfermos. Muitos têm uma casa para morar, estão rodeados de pessoas com quem podem contar, são inteligentes e possuem uma série de capacidades para enfrentar as adversidades e acabam tendo oportunidades para evoluir que outros não têm e, mesmo assim, se entregam aos problemas sem entender o quanto são abençoados.

Há ações simples que podem ser adotadas para demonstrar gratidão, como sorrir ao passar por outra pessoa, agradecer pelos elogios recebidos, ter paciência com os que estão à nossa volta, desde os mais velhos, passando pelo chefe mal-humorado, até com os filhos que precisam de ensinamentos. A gratidão não tem limites.

Uma das formas de um cristão se mostrar grato, por exemplo, é o sacrifício no Altar. Com ele, é possível reconhecer e retribuir a confiança de Deus. “Se você treinar a sua mente a ser mais grata e a valorizar desde as pequenas coisas até as grandes, você vai descobrir que já é feliz e não sabia. Eu não estou falando de pensamento positivo ou que você não tenha que ter metas, mas perceba que as pessoas ingratas, mesmo quando alcançam sucesso, não são felizes”, conclui Renato.