No Deserto, você precisa tomar uma decisão

Em época de isolamento social, somos levados para um caminho árido no qual cabe a cada um refletir sobre suas escolhas e ensinamentos obtidos

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Em meio ao caos que o mundo vive neste momento, no qual temos que evitar demonstrações de carinho, como abraços, beijos e um simples aperto de mão por medo de contágio com o novo coronavírus, as pessoas ainda se veem presas em suas casas e privadas de fazer até o básico: muitas estão impedidas de trabalhar, o que é um ato de sobrevivência.

Vivemos a quarentena por causa novo coronavírus, mas o maior problema não é o vírus em si, mas a forma como as pessoas estão lidando com essa situação. Ao longo desses dias nos deparamos com três grupos de pessoas: aquelas que se desesperam, as que se acomodam e as que confiam que tudo isso vai passar porque buscam a solução em Deus.

Quando a pessoa deixa o desespero virar pânico, fica mais difícil viver esse período de reclusão. No entanto é possível mudar essa situação.

Em uma reunião on-line diretamente do Templo de Salomão, em São Paulo, o Bispo Renato Cardoso falou do assunto: “nós estamos vivendo uma quarentena, um período de isolamento forçado, e vemos na Palavra de Deus que, ao longo da história do Seu povo, o Altíssimo permitiu que eles passassem pelo deserto em diversos momentos.”

O Bispo ressaltou que isso aconteceu com os heróis da Fé, como Abraão, Moisés, Josué, Elias e até com o próprio Senhor Jesus. E depois fez a seguinte pergunta: “por que Deus conduzia essas pessoas para o deserto? Nós podemos dizer que essa pandemia que está acontecendo é uma espécie de deserto para nós. Não causado por Deus, claro. A pandemia é resultado de como o homem vem agindo, por causa da desobediência à Palavra dEle”, afirmou o Bispo.

Deus nos leva ao deserto
O Bispo Renato ainda falou das três razões para que Deus leve o ser humano ao deserto e o que devemos fazer para tirar proveito dessa situação. A primeira razão consiste em saber que o deserto é silencioso e Deus nos leva até lá para que possamos ouvir a Sua Voz. “Quando você está no meio do barulho é difícil se concentrar em um som, em uma voz apenas, mas, quando você está em um lugar absolutamente silencioso, você fica mais sensível à Voz de Deus.”

O que será que Deus deseja falar com a Humanidade nesse período? É preciso refletir, porém o Bispo enfatizou que infelizmente não serão todos que ouvirão a Voz de Deus, mas apenas aqueles que procurarem por Ele.

A segunda razão para que Deus conduza o ser humano para o deserto é que lá é um local solitário. “Então, quando Deus nos leva para o deserto, Ele nos força à solidão para que assim possamos sentir falta de alguém. Agora, nessa quarentena, as famílias precisam ficar juntas, mas nem todas vivem assim. Talvez muitos estejam fisicamente sós nesse período para entender que precisam da família, para que deem a devida importância ao cuidado dos seus”, orientou. Foi no deserto que o povo aprendeu a depender de Deus. O deserto nos ensina a ter um relacionamento com Ele.

A terceira razão é que o deserto quebra o orgulho. “No deserto somos uma extensão do pó e não adianta bater o pó da sua roupa, porque você já se misturou com ele. Além de que é nesse lugar que você não se preocupa mais com a sua vaidade. Você come a comida com pó e nem se importa porque você está no deserto.”

É nesse momento que as pessoas valorizam água, comida e segurança. As vaidades, os luxos, as razões que levam uma pessoa a se achar alguma coisa são tiradas da vida dela e ela é reduzida a pó. Deus revela o quanto somos pequenos e indefesos diante dEle.

E é justamente essa realidade que leva muitos a despertar. Conheça histórias de pessoas que estão vivendo esse deserto, mas tiraram proveito dessa situação ao refletir sobre suas vidas e sobre a sua fé.

A porta da Igreja fechada
A confeiteira Ranah Esmerieri Prazeres, (foto abaixo) de 21 anos, conta que na adolescência consumia bebida alcoólica, era fumante e usava drogas. A jovem nutria uma mágoa dos pais em razão da separação deles, mas, aos 15 anos, ela conheceu o trabalho da Universal por meio de um convite da mãe, que já frequentava as reuniões. “Eu cheguei na Igreja por causa da minha mãe. Ela fazia propósitos e votos por mim. Até que um dia recebi um convite para participar da reunião do Força Jovem Universal (FJU) e aceitei.”

Inicialmente, Ranah passou a se dedicar a tudo que se relacionava à Fé em Deus, mas, pouco depois, ela mudou de cidade e acabou fazendo escolhas erradas. “Quando cheguei na Igreja nova continuei na Fé, mas, passados uns dois anos, conheci um rapaz que também era da Igreja. Apesar de eu ser ainda muito jovem, começamos a nos relacionar, o nosso namoro começou a seguir um caminho errado e caímos em pecado”, conta.

A jovem explica que reconheceu e confessou o seu erro, porém o peso do pecado começou a atormentá-la. “Foi aí que muitos problemas aconteceram na minha vida. Antes eu tinha me libertado dos medos, mas passei a tê-los novamente e os meus complexos também voltaram. Algumas pessoas me julgavam pelo que aconteceu e eu também não conseguia me perdoar. Eu tentava mostrar para todos na Igreja que eu estava bem, mas, na verdade, não estava.”

Mesmo depois de quase dois anos do fim do relacionamento, Ranah ainda carregava muitas bagagens do passado. Ela continuou muitos meses frequentando a Igreja e nutrindo esses sentimentos sem se libertar de fato. “Eu via mais minha vida no mundo, longe de Jesus, e não queria mais voltar pra lá. No entanto, eu também não aguentava mais sustentar a imagem de alguém que eu não era”.

Um dia a jovem escutou uma pregação sobre desobediência e decidiu que precisava lutar para nascer de Deus. “Na verdade, eu já havia decidido me batizar nas águas, mas ficava sempre adiando. Foi quando eu acordei para ir à Igreja no domingo, separei minha roupa e fui decidida que tudo iria ser novo. Até então eu não sabia que tinham fechado as portas da Igreja por conta da pandemia do coronavírus”.

Quando Ranah chegou à Igreja viu que estava fechada, mas, mesmo assim, ela sabia que não poderia adiar sua entrega a Deus. “Eu precisava me consertar com Deus e daquele dia não poderia passar. Ver as portas fechadas foi como se eu tivesse visto o Reino de Deus fechado para mim pelo fato de eu ter adiado tanto a chance de mudar.”

O começo da quarentena para Ranah foi seu deserto espiritual, pois, mesmo frequentando a Igreja, ela não praticava os ensinamentos. A jovem só conseguiu recomeçar quando seu orgulho foi quebrado. Ranah foi até a porta orar e pediu para que o Pastor a batizasse ali mesmo. “Era a minha chance e eu não a desperdicei.”

Enquanto a quarentena continua, Ranah acompanha as reuniões pela internet e revela que depois que tomou a decisão de se batizar sua vida finalmente mudou. “Hoje eu tenho paz. Estou aproveitando este período para ler mais a Palavra de Deus e ouvir as pregações.

Crise de ansiedade na Quarentena
A carioca Laissa Laiana Oliveira da Silva, (foto abaixo) de 21 anos, chegou a frequentar a Universal com a família na infância, mas pouco tempo depois parou de ir à Igreja. A partir daí, ela passou a apresentar crises de ansiedade. No início ela achava normal e tentou administrar o problema. Porém, no segundo dia de isolamento social, no qual a população brasileira (e de outros países do mundo) está sendo forçada a fica em casa, Laissa, que já tinha o quadro de crises de ansiedade, passou a apresentar falta de ar, dores no peito, batimentos acelerados e dormência do lado esquerdo do corpo. “Para mim foi como se estivesse morrendo. A sensação de morte era horrível.”

Laissa passou mal por volta das 3 horas da madrugada e tentou pedir ajuda à vizinha, mas, sem forças para gritar, ela lembrou de Deus e pediu Sua misericórdia. “Fui me acalmando aos poucos, medi minha pressão, minha taxa de glicose e tudo estava normal. Era reflexo da minha ansiedade. Eu já não aguentava mais ficar dentro de casa.”

E, para piorar a situação, na mesma madrugada, o namorado dela teve uma crise depressiva. “Ele somente chorava, pedia para morrer e dizia que iria matar todo mundo”. Laissa já estava calma e fez uma oração pedindo sabedoria a Deus para poder ajudá-lo. Logo os dois estavam bem e juntos foram ler a Bíblia.

No mesmo dia, ainda em casa, Laissa assistiu a uma reunião on-line da FJU pelas redes sociais, pois buscava ajuda para o seu problema, Laissa ouviu o Pastor falar do projeto Help, de um grupo que ajuda outros jovens que sofrem com complexos, automutilação e depressão, entre outros problemas. “Na mesma hora que foi colocado um número de um telefone eu liguei pedindo ajuda. Eu estava com os batimentos acelerados novamente.”

Laissa começou a ser acompanhada por telefone por uma das voluntárias do Help e diz que naquele momento começou a acreditar que a mudança de sua vida era possível. No dia seguinte, após novo atendimento, ela decidiu se batizar nas águas e entregar sua vida a Deus.

“Eu disse a mim mesma que iria entregar minha vida a Jesus para nunca mais sofrer com nenhum tipo de mal.”

Laissa encontrou a Universal de portas abertas, mas sem reunião. Ela foi batizada e, para isso, o pastor usou um balde de água. A jovem explica que está começando na Fé agora, mas que, se não fosse esse momento de solidão em casa, talvez não atentaria para a importância de se voltar a Deus.

Ela ainda diz que a quarentena não é mais um motivo de desespero. “Passei a ler a Bíblia, a jejuar, orar mais e me conectar com Deus.”

Tanto Ranah como Laissa estão passando os seus desertos e aproveitando esse momento para se aproximar verdadeiramente de Deus. No deserto não podemos nos esconder de Deus. E, quando nos apegamos a Ele, a promessa se cumpre. “Também no deserto vocês viram como o Senhor, o Seu Deus, os carregou, como um pai carrega seu filho, por todo o caminho que percorreram até chegarem a este lugar.” (Deuteronômio 1.31).

Caro leitor, ainda dá tempo de fazer como elas e se apegar a Deus. Talvez seja a sua oportunidade. Enquanto estamos de quarentena, acompanhe as reuniões da Universal pelas redes sociais e canais oficias da Igreja. E, caso decida se entregar por meio do batismo nas águas, procure a Universal mais próxima. Lá haverá um pastor para ajudar você.

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Colaborador

Maiara Máximo / Getty images, mídia FJU, cedida e arquivo pessoal