“Eu tinha ódio da minha mãe”

Traumas da adolescência fizeram Matheus Paradello se apoiar em amizades, se envolver com as drogas e perder o rumo, até que ele encontrou a fé e recomeçou

Imagem de capa - “Eu tinha ódio da minha mãe”

Com apenas 13 anos, Matheus Lucas Paradello, que hoje tem 25 anos e trabalha como representante comercial, já era viciado em maconha e em pornografia. Sua adolescência ganhou contornos ainda mais dramáticos quando ele encontrou no celular da mãe mensagens que indicavam que ela estava tendo um relacionamento fora do casamento. “Na hora que vi as mensagens nasceu em mim um ódio muito grande. Eu não contei para ninguém o que eu tinha descoberto e aquele segredo foi se transformando em uma mágoa”, relembra.

Pouco tempo depois, o casamento dos pais chegou ao fim e sua mãe saiu de casa. “Meu pai, que já bebia com frequência, se entregou ainda mais ao vício, e eu perdi a presença dos dois. Foi nessa época que me apeguei às minhas amizades, que se tornaram minha família. Entre meus amigos, eu era a influência ruim, levava-os a usar drogas e até pagava para que eles ficassem comigo, apenas para que eu tivesse companhia e tentasse disfarçar o vazio que carregava dentro de mim.”

Os frutos dos traumas
Todas as situações mal resolvidas durante a adolescência deixaram marcas profundas no caráter, no comportamento e nos pensamentos de Matheus, inclusive na forma como ele via as mulheres. “Eu me blindei, porque acreditava que, se desse liberdade para uma mulher, ela faria comigo o mesmo que minha mãe fez com o meu pai. Para mim, a mulher era apenas alguém para ser usado. Eu iniciava o relacionamento, mas via a pessoa como um objeto.”

Apesar de parecer insensível ao que acontecia ao seu redor, Matheus, na verdade, buscava paz. No entanto suas escolhas o conduziam a mais conflitos. “A cada ano que passava, eu bebia mais, usava mais drogas e me envolvia ainda mais com minhas amizades”, recorda. Apesar disso, ele ainda precisava enfrentar a própria realidade quando estava em casa, sozinho e sem companhia.

O fundo do poço
A mudança começou a acontecer na vida de Matheus por intercessão de um familiar. “Uma tia, que já conhecia a Universal, passou a fazer propósitos de fé por mim e pelo meu pai, sem que soubéssemos. Ela consagrava a garrafa de água na Igreja e levava para a nossa casa”. Esse ato de fé começou a transformar a vida da família de forma sutil.

Matheus relata o que o levou a ir à Igreja: “Lembro que comecei a ter síndrome do pânico e achava que estava sendo perseguido na rua. Meu coração disparava e aquilo começou a me perturbar. Comentei com a minha tia e ela disse que era espiritual. Eu não acreditei e fiz uma série de exames médicos, mas não deu nada. Eu estava bem fisicamente. Foi quando cheguei ao meu limite e decidi ir à Igreja”.

A importância do perdão
Matheus chegou à Universal em uma terça-feira, durante a reunião voltada para a cura, e foi orientado a fazer um propósito de participar das reuniões por sete semanas em busca de libertação. “Na quarta semana, já percebi resultados na minha vida. Eu, que não conseguia arrumar emprego, encontrei um. Aquilo chamou a minha atenção e eu comecei a me interessar pela fé e a frequentar também outras reuniões.”

Focado apenas nos benefícios que poderia alcançar por meio da fé, Matheus não queria abandonar o erro. Porém, quando entendeu que não seria possível viver uma vida dupla, optou por seguir os caminhos da fé. “Apesar de ter virado as costas para o mundo, todas as vezes que eu ia à Igreja, eu manifestava com espírito maligno. Até que um pastor disse que para que eu me libertasse verdadeiramente teria que perdoar a minha mãe.”

Fazendo a vontade de Deus
Apesar da resistência inicial, Matheus decidiu ir até a casa da mãe. “Naquele dia, tive dificuldade até de descer do carro, como se algo me segurasse. Mas a venci e consegui entrar na casa, onde a encontrei. Eu estava com tanta vontade de receber o perdão de Deus que, independentemente da reação dela, eu já estava disposto a perdoá-la. Quando falei ‘Eu te perdoo’, senti todo o peso sair de dentro de mim”, comenta.

Outra batalha que ele enfrentou foi contra a dúvida. “Eu era atacado por pensamentos de que ainda não estava livre. Até que me revoltei contra aquela situação e determinei a mim mesmo que não ouviria mais a voz do diabo. Pouco tempo depois, recebi o Espírito Santo e toda a minha vida mudou.”

Bem resolvido, Matheus conheceu sua esposa, Leiriane Souza Paradello, de 28 anos, e hoje ambos auxiliam no trabalho da Força Jovem Universal (FJU). Eles mostram a outros jovens que é possível vencer os vícios, superar traumas do passado e recomeçar.

 

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Colaborador

Cinthia Cardoso / Foto: Francielle Santos