Como ensinar os filhos a lidarem com o dinheiro?

Com o amplo uso de cartões e formas digitais de pagamento, aumenta a dificuldade de crianças e adolescentes atribuírem valor para o que não podem ver. Saiba como inserir o tema no cotidiano

Imagem de capa - Como ensinar os filhos a lidarem com o dinheiro?

Avida financeira do brasileiro, de forma geral, é um pouco bagunçada. Basta analisar os índices mais recentes para entender a dificuldade de manter as contas no azul. De acordo com os últimos dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em setembro, a proporção de famílias com algum tipo de conta em atraso chegou a 30,5%, enquanto 79,2% tinham alguma parcela a vencer – considerando cartão de crédito, financiamentos, etc.

Muitos fatores podem estar gerando esse cenário, como o desemprego e os juros elevados. Porém, como esse quadro se repete – e se agrava – mês após mês, é apropriado afirmar que há uma cultura que normalizou o endividamento e a inadimplência. Por conta disso, tem ganhado força no País o debate sobre a importância de incluir noções de educação financeira desde a infância.

Impacto no futuro

“A falta de orientação financeira na infância se reflete em vários aspectos da vida adulta: desde como lidamos com frustrações, como ouvir um ‘não’ quando desejamos algo e não podemos comprar, até a dificuldade em desenvolver o hábito de conquistar algo por meio do ato de poupar”, explica a educadora financeira Teresa Tayra. Mais do que aprender a usar o dinheiro, a educação financeira também desenvolve habilidades socioemocionais.

Tanto o governo federal quanto o Congresso Nacional discutem formas eficientes de levar a educação financeira para as escolas, mas esbarram em inúmeras dificuldades, entre elas a falta de professores capacitados. Além disso, o assunto deve ser abordado também dentro de casa.

Não é apenas sobre dinheiro

Segundo Teresa, os pais podem ensinar noções de dinheiro antes mesmo de a criança saber identificar os números e saber ler ou contar. “Esse aprendizado pode começar no momento que a criança manifesta seus desejos e pede para que se compre algo. É importante dialogar sobre temas que, de forma direta ou indireta, contribuem para uma vida financeira mais saudável, como escolhas e prioridades, além de mostrar que o processo de compra envolve pesquisar, observar os momentos e locais apropriados para isso”, aconselha.

Vale destacar que esse aprendizado exige algumas estratégias, mas também paciência. Os pais ou responsáveis precisam estar dispostos a entender que esse processo leva tempo, mas que pode trazer resultados imensuráveis no futuro. Poderíamos dizer, usando uma linguagem financeira, que é um investimento a longo prazo.

Leia na ilustração abaixo várias orientações para inserir o tema naturalmente no dia a dia.

Saiba mais

Leia as demais matérias dessa e de outras edições da Folha Universal, clicando aqui. Confira também os seus conteúdos no perfil @folhauniversal no Instagram.

Folha Universal, informações para a vida!

imagem do author
Colaborador

Cinthia Cardoso / Arte: Edi Edson