40% dos idosos com 80 anos ou mais sofrem quedas
Veja como adaptar sua casa para diminuir acidentes que podem crescer com o aumento da população 60+
Segundo o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), 40% dos idosos com 80 anos ou mais sofrem quedas todos os anos no Brasil. Como a população brasileira 60+ quase dobrou entre 2000 e 2023, subindo de 8,7% para 15,6%, e deve chegar até 37,8% dos habitantes do País em 2070, de acordo com as projeções do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a quantidade de acidentes também pode crescer. O Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil), realizado há dois anos, elenca alguns fatores de risco para as quedas: idade acima de 75 anos, ser mulher, medo de cair por calçadas irregulares ou ao atravessar a rua, além de doenças como artrite, diabetes e depressão.
Queda da própria altura
Para Yuri Castro Santos, médico emergencista que conduz atendimentos de alta complexidade como traumas, acidentes vasculares encefálicos (AVE) e paradas cardíacas, as quedas são uma ocorrência comum entre os idosos. “É frequente a queda da própria altura. O idoso ao levantar rápido pode apresentar síncope (desmaio) ou vertigem (tontura), o que o leva à queda. Além disso, a queda pode ser ocasionada por escorregões (tapetes, chinelos com pouca aderência ao chão) ou então o próprio desequilíbrio do paciente”.
Lesões sérias
Santos explica que as quedas podem causar lesões sérias: “Entre as fraturas, a de fêmur é muito comum e sua correção geralmente é cirúrgica, somando ainda o risco cirúrgico ao paciente. A queda também pode causar trauma crânio encefálico (TCE). O impacto direto na cabeça do paciente pode causar sangramento intracraniano, muitas vezes deixando sequelas como, por exemplo, perda de movimento de membros, podendo levar à morte”, adverte.
Princípios básicos
Uma medida preventiva é adaptar a casa às condições dos idosos. “Não existe um modelo único, mas há princípios básicos (veja mais ao lado). Mantenha espaços livres de pelo menos 90 cm a 1 metro entre móveis para permitir a passagem segura (inclusive com andador ou cadeira de rodas). Móveis devem ser firmes e bem fixados, sem rodinhas soltas ou bases instáveis. Cadeiras e poltronas devem ter braços para ajudar no sentar e levantar. Prefira móveis com bordas arredondadas ou use protetores de quina para evitar lesões em quedas ou esbarrões”, sugere.
Orientação essencial
O especialista observa que o acompanhamento médico para idosos é essencial não só para definir tratamento adequado, mas também para orientar os cuidados que devem ser tomados em uma adaptação. “Cada idoso tem uma condição única, pode ter doenças crônicas como hipertensão, diabetes, osteoporose ou condições neurológicas como Alzheimer e Parkinson. O médico identifica quais limitações físicas ou cognitivas o idoso apresenta e isso influencia diretamente em como a casa deve ser adaptada”, conclui.
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