O peso dos problemas

A forma como você reage às dificuldades determina se elas o derrubarão ou se poderão ser superadas

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Ninguém está livre dos problemas. Crises, perdas, dilemas familiares, traições, dificuldades financeiras, conflitos interiores e decepções surgem para todos e sem aviso prévio.

Lidar com as adversidades faz parte da existência humana e a Bíblia – com toda a Sua sabedoria e honestidade – nunca escondeu isso. Pelo contrário: Ela nos prepara para as lutas. O próprio Senhor Jesus afirmou: “… no mundo tereis aflições …” (João 16:33).

Mas, se a aflição é certa, também é certo que Deus está sempre disponível para nos ajudar a superá-la. Em Isaías 43:2 lemos: “Quando passares pelas águas estarei contigo, e quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti”. Ou seja, a Palavra de Deus nunca prometeu a ausência de dificuldades, mas que Ele fortalecerá quem nEle crê.

Aprenda com eles

Ninguém pode escolher quando ou quais dificuldades enfrentará, mas cada um tem responsabilidade de como reagirá a elas. Afinal, é a reação ao obstáculo que determinará se ele será superado ou não.
Cada um reage aos problemas de uma maneira: alguns crescem quando sentem a dor; outros são paralisados por ela. Davi, por exemplo, viu uma oportunidade onde todos viam uma ameaça, escolheu reagir com Fé (1 Samuel 17) e obteve sucesso. Já Paulo, mesmo preso, cantava e encorajava os outros detentos (Atos 16), mostrando que nem as grades foram capazes de aprisionar sua confiança em Deus.

Perceba que esses dois homens superaram, com a força recebida diretamente de Deus ao utilizarem a Fé, os problemas que para alguns seriam intransponíveis. Isso mostra que a diferença entre sucumbir à adversidade ou vencê-la nem sempre está relacionado ao tamanho dela, mas à forma como cada um reage. É justamente na reação que a Fé deixa de ser um discurso formal e passa a ser vivida. Afinal, “… a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma” (Tiago 2:17).

Aquela pitada de fermento

Muitas pessoas, em vez de eliminarem o problema, fazem com que ele cresça mais. Uma forma muito comum de fazer isso é falar dele o tempo todo. A pessoa posta nas redes sociais que está sofrendo, reclama para todos ao seu redor, imagina cenários catastróficos e, na prática, fermenta o que já a estava incomodando. Aí aquele problema, que poderia ou não ser facilmente resolvido, cresce e ocupa espaço. O problema fica sob os holofotes e se torna um deus na vida daquela pessoa. Ela só se dedica a sofrer por ele.

A quem você dá poder?

Lembre-se de qual era a sua maior preocupação exatamente há um ano. Se você não conseguir se recordar, será uma prova de que todo problema pode ser vencido. E, ainda que você se lembre, perceba que aquela dor, aparentemente insuportável, perdeu força e urgência.

Esse exercício simples mostra que o que tira o nosso sono hoje, amanhã pode ser irrelevante. Infelizmente, muitos sucumbem diante do problema antes de entenderem isso, mas quem recorre a Deus pode ter a certeza da vitória.

Viver pela Fé não é negar a existência dos problemas nem fingir que está tudo bem, mas permanecer firme mesmo quando a situação está difícil. Entenda que a Fé é, também, saber se recolher em Deus antes de se abrir ao mundo.

É possível reagir diferente?

Há uma grande diferença entre reconhecer a gravidade de um problema e engrandecê-lo a ponto de eclipsar a Fé.

O problema pode até bater à porta, mas é a nossa resposta que define se ela se abre ou permanece fechada e o que virá a partir daí. Em tempos de incerteza, quando tudo parece fora de lugar, uma promessa pode ser lembrada: “…todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus” (Romanos 8:28). Em outras palavras, há oportunidades – e até bênçãos – escondidas na lama dos problemas e no barulho das notícias ruins.

Em Hebreus 10:32 somos convidados a lembrar dos dias passados, “em que, depois de iluminados, sustentastes grande combate de aflições”. Saiba que o mesmo Deus que o sustentou no problema de ontem quer sustentá-lo hoje. Basta que você
recorra a Ele.

O peso dos problemas

A reação de quem perdeu o neto e a filha

Gislande Silva, professora de 60 anos, chegou a perder a filha Heislaine Silva, de 36 anos, e o neto recém-nascido. Ela compartilha a força que brotou daquela situação

18 DE OUTUBRO DE 2024

O peso dos problemas

Do sonho ao pesadelo

“No início de 2024, minha filha Heislaine descobriu a primeira gravidez. Ela estava radiante, pois sonhava ser mãe. Preparei o enxoval com roupinhas, brinquedos etc. O quarto ficou lindo. Em outubro, a bolsa rompeu e ela chegou ao hospital com seis centímetros de dilatação. Os batimentos cardíacos do bebê estavam normais. As contrações foram aumentando, mas pediram que ela segurasse as contrações, pois seria transferida. Antes da transferência, porém, ela começou a dar à luz. Os profissionais fizeram um corte profundo para fazer o parto e feriram ambos gravemente. Meu neto morreu.”

19 DE OUTUBRO DE 2024

Um filme de terror

“Após o parto, Heislaine teve hemorragia e chegou quase sem vida ao hospital. Ela sofreu paradas cardíacas, recebeu choques, adrenalina, utilizaram desfibrilador, vários aparelhos, como em cenas de filme. Ela foi transferida em uma UTI móvel para outro hospital mais bem equipado e sofreu outra parada cardíaca no caminho. Chegando a Salvador, a entubaram e descobriram que, no parto, o útero havia sido perfurado. Eram os restos do parto e pedaços de placenta que estavam causando o sangramento.”

26 DE OUTUBRO DE 2024

O peso dos problemas

Surto psicótico

“Após a alta da UTI para a enfermaria, Heislaine viu um bebê nos braços de um pai, lembrou do filho e teve um surto psicótico. Ouvi muitas vozes que me incentivavam a denunciar e processar o hospital e os médicos e a procurar o Ministério Público. A dor de ter levado meu neto ao cemitério e ver minha filha naquele estado era insuportável, mas falei com Deus dentro de um banheiro imundo do hospital e senti paz e forças ao decidir perdoar os profissionais. Milagrosamente, Heislaine voltou a si.”

30 DE OUTUBRO DE 2024

A morte de Heislaine

“Ela amanheceu com fortes dores e foi diagnosticada com hemorragia interna e infecção pélvica. Precisaram fazer uma cirurgia urgente e retirar o seu útero. Após o procedimento, ela não acordou. Os médicos disseram que tentaram salvá-la, mas não foi possível. Mantiveram os aparelhos ligados por três dias. Declarei que, se fosse a Vontade de Deus, ela viveria. Lázaro estava há quatro dias morto e o Senhor o ressuscitou (João 11). Porque minha filha não poderia ressuscitar? Mesmo sem sinais, eu dizia: ‘Vai ficar tudo bem.’ Eu creio em Deus que traz à existência o que não existe.”

2 DE NOVEMBRO DE 2024

O peso dos problemas

O sopro da vida

“Estou há 27 anos na Universal e já recebi o Espírito Santo, meu maior tesouro. Então ungi minhas mãos e toquei em minha filha. Agradeci a Deus. Não esqueço esse momento! O poder dEle desceu ali: de repente, a ouvi respirar. Foi Ele soprando o fôlego da vida. Sei que tudo que aconteceu foi para que o nome do Senhor Jesus fosse glorificado. Nunca reclamei ou questionei a Deus, mas me agarrei à Sua Palavra. Os problemas não feriram minha Fé. Sei que meu neto está melhor do que nós. Estou certa de que ele está muito feliz nos braços do Senhor Jesus.”

ATUALMENTE (2025)

O peso dos problemas

Palavra da filha

“Eu, Heislaine, sei que Deus realizou meu sonho de ser mãe, me deu um anjinho. Não carrego tristeza, pois sei que tudo contribui para o bem dos que O amam. Hoje, não tenho um filho nos braços, mas gero filhos espirituais para o Reino dos Céus por meio do meu testemunho. Deus preencheu todo o vazio da perda. Todo o problema fortaleceu ainda mais a minha Fé.”

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Colaborador

Flávia Francellino / Fotos: Cedidas e Arquivo pessoal