Enfrentando as consequências da Verdade
Apesar da nova vida que alcançou pela fé e já como Pastor, Fábio da Silva não se esquivou dos efeitos de um passado a serviço da mentira
Qual o preço que você pagaria para ser verdadeiramente livre? O Senhor Jesus declarou: “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (João 8.32). Mas, para que o poder da Verdade entre em ação, é necessário submeter-se a ela.
O Pastor Fábio da Silva, hoje com 35 anos, compreendeu essa condição quando, aos 21 anos, decidiu se tornar livre de verdade. Ele, que aos 13 anos, no Ceará, entrou para o mundo da criminalidade e estava a serviço da mentira, conta: “minha vida estava do avesso. Eu praticava assalto, atentava contra a vida das pessoas, tinha uma família desestrutura, meus pais tinham vícios e passávamos muitas necessidades”.
Aos 20 anos, Fábio foi detido por assalto e depois solto. Um tempo depois sofreu uma tentativa de homicídio e, no hospital, desenganado pelos médicos, decidiu entregar a vida para o Senhor Jesus. Ele relata como foi esse episódio: “passou um filme na minha cabeça de todos os crimes que eu estava cometendo. Arrependido, clamei e foi como se Jesus estendesse a mão e me tirasse daquela lama”.
Seis meses depois, ele saiu em uma cadeira de rodas do hospital e foi direto para a Universal receber uma oração e, desde então, passou a frequentar a igreja.
O ano era 2011 e Fábio se batizou nas águas mesmo na cadeira de rodas, se libertou dos vícios, abandonou tudo que estava relacionado à vida errada e decidiu confessar à Justiça todos os crimes que cometeu.
Fábio se apresentava periodicamente à Justiça, até mesmo quando não era convocado, e cuidava para levar uma vida correta tanto perante Deus como os homens.
Quando chegou a data da última audiência, Fábio já estava com a vida organizada. Ele servia a Deus e trabalhava honestamente, mas dentro dele nasceu o desejo de dedicar sua vida a pregar o Evangelho e levar a fé capaz de transformar vidas, mas, para isso, ele não poderia ter nenhuma pendência com a Justiça.
Em 2016, Fábio compareceu à audiência. Ele conta o que aconteceu: “sentei no banco dos réus com o advogado de defesa, júri popular e ali confessei tudo que fiz e, apesar de condenado a 12 anos, eu poderia cumprir a pena em liberdade”.
Assim, Fábio deixou de ter dívidas com a Justiça. Com esse passado superado, ele finalmente pode servir a Deus no Altar. “Ali foi minha maior alegria. Vi que Deus apagou meu passado para que eu pudesse servi-Lo”, diz.
Reviravolta
Em 2020, Fábio auxiliava como Pastor no trabalho evangelístico da Universal local e estava conhecendo a Aline Angelo, com quem planejava se casar, quando foi transferido para auxiliar na Universal do Rio de Janeiro.
Mas, sem que ele soubesse, seu processo havia sido reaberto em 2018 e a sentença mudara para o regime fechado. “Quando eu soube, fiquei tranquilo, em paz. Eu sabia que teria que pagar pelo que eu fiz. Ffugir ou me esconder não seria o correto. Seria como invalidar a verdade que eu preguei durante todos aqueles anos. As pessoas precisam entender que a verdade liberta porque a verdade tem consequência, mas as pessoas têm medo da verdade porque elas fogem das consequências. Enfrentei essas consequências”, declara.
Fábio se entregou e passou cinco anos preso. Ele passou por seis presídios cariocas e em todos eles deixou o testemunho de sua fé. Ele revela como agiu: “dediquei minha vida a falar da Fé dentro do sistema carcerário. As pessoas me diziam que quando saíssem queriam ser iguais a mim. Apesar de preso, eu era uma pessoa que transmitia paz e alegria. As pessoas perguntavam por que eu era feliz e eu falava que era por causa do Espírito Santo. Eu orei por pessoas que estavam à beira da morte e que morreram em seguida. Eu era chamado pelos policiais para conversar com presos e resolver conflitos. O presídio é um lugar tenebroso, mas, quando você é luz dentro dessa escuridão, você transmite essa paz para as pessoas em trevas e eu fui luz naquele lugar”.

Fábio conta que, mesmo aproveitando a oportunidade de pregar ali dentro, viveu momentos de conflitos pela situação, mas isso apenas o aproximou mais de Deus. “Eu entendi que o Altíssimo estava comigo em qualquer lugar. Sempre fiz da minha cela meu Altar e ali eu mostrava para Deus que sou dependente dEle e pedia que Ele não permitisse que eu olhasse para trás. Eu estava em um campo de guerra e eu tinha que estar bem, na fé”.
Fábio cumpriu a pena e ao sair, em janeiro deste ano, sua noiva, Aline, o esperava na saída do presídio. Os dois se casarão em breve, retomando o sonho que fora interrompido com a prisão.
O primeiro lugar que ele quis ir foi ao Altar para fazer o seguinte agradecimento a Deus: “obrigado, meu Deus, por ter sido misericordioso comigo, por ter me guardado, me livrado de todo mal, firmado meus passos, iluminado meu caminho. Nada do que aconteceu seria permitido se não fosse a Tua presença. Conte com a gente para anunciar Tua Palavra”, conclui.
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