“A bebida e a droga eram o meu refúgio”

Saiba como Aline Silva Borges conseguiu se livrar dos vícios e mudar sua trajetória de vida

Imagem de capa - “A bebida e a droga eram o meu refúgio”

Muitas pessoas que se envolvem com os vícios parece que seguem quase sempre um roteiro comum que, na maioria dos casos, não tem um final feliz. A fonoaudióloga Aline Silva Borges, de 32 anos, que vive em Salvador (BA), se encaixa nesse perfil. Apesar de ter crescido na Universal desde a infância, ela se afastou da Igreja na adolescência. “Eu tinha curiosidade de conhecer o mundo porque não tinha outros relacionamentos nem experiências. Eu frequentava a Igreja aos domingos e às sextas-feiras, mas não tinha um compromisso verdadeiro com Deus”, relata.

O novo círculo de amizades de Aline a influenciou a consumir álcool e outras drogas. “Eu fazia parte de uma torcida organizada e conheci a cocaína em um estádio de futebol. Quando a gente bebe, tem aquela euforia inicial e depois de um tempo o corpo dá uma relaxada e eu via que todos os meus colegas sempre estavam agitados e não se cansavam. Fiquei curiosa com a euforia deles e uma amiga me disse que era cocaína e me ofereceu a droga para experimentar”, diz.

Contudo, além dos vícios, o relacionamento de Aline era marcado por hostilidades. “Não teve agressão física, mas tinha agressão verbal, psicológica, muitas brigas e ofensas, o que afetava muito o meu interior. Eu precisava sempre estar com pessoas, pois não conseguia ficar sozinha. A bebida e a droga eram o meu refúgio, mas, quando o efeito passava, eu entrava em tristeza profunda, um vazio tão grande que um dia eu pensei em desistir de viver e pensei: ‘eu vou consumir hoje tanta droga que vou morrer’. Nesse dia, eu praticamente morri de overdose, mas eu estava com algumas pessoas em uma festa e elas me levaram para o hospital”, revela.

O vício também prejudicou o trabalho e os estudos dela. “Eu tinha dificuldades em permanecer no trabalho e cheguei a repetir disciplinas na faculdade. Isso atrasou a minha vida em todas as áreas. Cheguei até a agredir minha mãe fisicamente. Ela sabia que eu levava essa vida, mas nunca brigava comigo e procurava sempre uma Palavra para me apoiar e tinha paciência comigo. Ela usava sabedoria, pegava peças de roupas minhas e levava à Igreja para que fossem ungidas, cumpria as orientações dadas pelos pastores e trazia a água do tratamento para mim, até que eu fui procurar ajuda na Universal”, afirma.

Ela lembra que naquele dia conseguiu dormir em paz e se sentiu mais forte para lutar contra o vício. “A cura não foi imediata, mas, naquela semana, lembro de não ter usado cocaína. Tive recaídas com a bebida, mas, em seis meses, parei de beber e me batizei nas águas. Eu me afastei das velhas amizades, terminei o relacionamento abusivo e fortaleci a minha relação com Deus. Passei a meditar na Palavra quando acordava para que Ele falasse comigo”, detalha.

Hoje ela tem uma vida nova. “Eu vivo bem e tenho paz, graças a Deus. Dentro de mim, a alegria é constante. Sozinhos, nós não conseguimos nos livrar do vício, mas com Deus a gente vence. Pode ser difícil, mas com Ele não é impossível”, conclui.

imagem do author
Colaborador

Eduardo Prestes / Foto: cedida