thumb do blog Xaropes e gotas para tosse
thumb do blog Xaropes e gotas para tosse

Definição

Os xaropes são formulações farmacêuticas que contêm grande quantidade de açucares, fazendo com que o líquido fique “vicioso”, “meio grosso” (“xaroposo”). Neste veículo ou líquido coloca-se então a substÂncia medicamentosa que vai trazer o efeito benéfico desejado pelo médico que a receitou. Assim, existem xaropes para a tosse onde o medicamento ativo é geralmente a codeína ou o zipeprol.

Mas também existem outras maneiras de preparar tais remédios. Ao invés de colocá-lo num xarope, faz-se uma solução aquosa, às vezes com um pouco de álcool, tendo-se assim as chamadas gotas para tosse! A substÂncia ativa contida nas gotas é também geralmente a codeína ou o zipeprol. Estas duas substâncias, codeína e ziperol, estão entre os remédios mais ativos para combater a tosse: são por isto chamadas de antitussígenas ou béquicas.

Existe um número muito grande de produtos comerciais a base de codeína.

A codeína é uma substância que vem do ópio; trata-se, desta maneira, de um opiáceo natural.

Ozipeprol é uma substância sintética, isto é, fabricado em laboratório. Devido a sua grande toxicidade, o zipeprol foi banido no Brasil.

Efeitos no cérebro

O cérebro humano possui uma certa área – a chamada Centro da Tosse – que comanda os nossos acessos de tosse. Isto é, toda vez que ele é estimulado há a emissão de uma “ordem” para que a pessoa tussa. Existem drogas (codeína, zipeprol) que são capazes de inibir ou bloquear este centro da tosse; assim, mesmo que haja um estímulo para ativá-lo, o centro estando bloqueado pela droga não reage, isto é, não dá mais a “ordem” para a pessoa tossir; ou seja, a tosse que vinha ocorrendo deixa de existir.

Mas a codeína e o zipeprol agem em mais regiões no cérebro. Assim, outros centros que comandam as funções de nossos órgãos são também inibidos: como a codeína, a pessoa sente menos dor (ela é um bom análgésico), pode ficar sonolenta, a pressão do sangue, o número de batimento do coração e a respiração podem ficar diminuidas.

O zipeprol pode atuar no nosso cérebro, fazendo a pessoa sentir-se meio aérea, flutuando, sonolenta, vendo ou sentindo coisas diferentes. E com frequência leva também a acessos de convulsão, o que é obviamente perigoso.

Efeitos no resto do corpo

A codeína possui os vários efeitos das drogas do tipo opiáceas. Assim, é capaz de dilatar a pupila, de dar uma sensação de má digestão e produzir prisão de ventre.

O zipeprol, além da possibilidade de produzir convulsões, pode também produzir náuseas.

Aspectos Gerais

A codeína leva rapidamente o organismo a um estado de tolerância. Isto significa que a pessoa que vem tomando xarope à base de codeína, como “vício”, acaba por aumentar cada vez mais a dose diária. Assim, não é incomum saber-se de casos de pessoas que tomam vários vidros de xarope ou de gotas para continuar sentindo os mesmos efeitos. E se elas deixam de tomar a droga, estando já dependentes, aparecem os sintomas de chamadas síndrome de abstinência. Calafrios, câimbras, cólicas, nariz escorrendo, lacrimejamento, inquietação, irritabilidade e insônia são os sintomas mais comuns da abstinência. Com o zipeprol há também o fenômeno da tolerância embora com intensidade menor. O pior aspecto do uso crônico (repetido) dos produtos à base do zipeprol é a possibilidade de ocorrência de convulsões.

Fonte: CEBRID – Departamento de Psicobiologia – Escola Paulista de Medicina