thumb do blog Lança-perfume
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Antigamente o lança-perfume era a coqueluche dos salões – até mesmo as crianças ganhavam tubinhos para se divertirem nos bailes. Hoje em dia é considerado entorpecente pela vigilância sanitária, e seu uso é crime. Com fabricação proibida no Brasil, ele aparece por ocasião do carnaval, contrabandeado de outros países sul-americanos, como Argentina , Paraguai , Uruguai e etc, pois lá seu consumo não é considerado crime.

O lança-perfume é um solvente inalante. Solvente significa substância capaz de dissolver coisas e inalante é toda substância que pode ser inalada, isto é, introduzida no organismo através da aspiração pelo nariz ou boca. Via de regra, todo o solvente é uma substância altamente volátil, isto é, se evapora muito facilmente sendo daí que pode ser inalada.

Um número enorme de produtos comerciais, como esmaltes, acetona , colas, tintas, benzina, tiners, propelentes, gasolina, removedores, vernizes, etc., contém estes solventes. Todos estes solventes ou inalantes são substâncias pertencentes a um grupo químico chamado de hidrocarbonetos, tais como o tolueno, xilol, n-hexana, acetato de etila, tricloroetileno, etc.

No Brasil é a droga mais usada pelos adolescentes, depois do Álcool. A primeira experiência geralmente ocorre em casa , segundo a já citada pesquisa do Cebrid. Como o acesso é fácil, o adolescente começa inalando esmaltes, acetona, removedores e ate o corretivo “Carbex” (no colégio) .

A Trip

Uma cheirada profunda com a boca em um pedaço de tecido embebido pelo solvente, ou no próprio tubo. Imediatamente uma sensação de euforia e excitação, uma incontrolável dificuldade de se entender o que estão falando ao seu redor, seguido de um barulhinho constante, semelhante a um apito, ou assobio (“piiiiiiiiii”). O início do efeito, após a aspiração, é bastante rápido, normalmente de segundos a minutos (em, no máximo de 5 a20 minutos já desapareceu); assim o usuário repete as aspirações várias vezes para que as sensações durem mais tempo.

Passado o efeito, vem uma ressaca, eventualmente semelhante a do álcool.

Efeitos

Os efeitos os solventes vão desde um estimulo inicial, com muita excitação e aceleração das batidas cardíacas, até uma depressão, podendo também surgir processos alucinatórios. Eles afetam a respiração, causando a sensação de estrangulamento e asfixia. Dor de cabeça também é um sintoma comum. Vários autores dizem que os efeitos dos solventes (qualquer que sejam) lembram aqueles do álcool sendo, entretanto, que este último não produz alucinações. Depois o sistema nervoso central pode sofrer uma sobrecarga que leva a pessoa a desmaiar ou ate entrando em coma, é o chamado “Teto”.

Dentre esses efeitos dos solventes o mais predominante é a depressão do cérebro. Sabe-se que a aspiração repetida, dos solventes pode levar a destruição de neurônios (as células cerebrais) causando lesões irreversíveis do cérebro.

Além disso, pessoas que usam solventes cronicamente apresentam-se apáticas, têm dificuldade de concentração e déficit de memória, lesões da medula óssea, do fígado, dos rins e dos nervos periféricos que controlam os nossos músculos.

Os solventes tornam o coração humano mais sensível a uma substância que o nosso corpo fabrica, a adrenalina, que faz o número de batimentos cardíacos aumentar. Esta adrenalina é liberada toda vez que o corpo humano tem que exercer um esforço extra, por exemplo, correr, praticar certos esportes, pular de pára-quedas etc.

Assim, se uma pessoa inala um solvente e logo depois faz esforço físico, o seu coração pode sofrer, pois ele está muito mais sensível à adrenalina liberada por causa do esforço, podendo levar a morte por síncope cardíaca.

Abstinência

Os inalantes ou delirantes não causam dependência física, mas, o mesmo não se pode afirmar da psicológica e da tolerância. Depois de absorvidos pela mucosa pulmonar, essas substâncias são levadas para o sistema nervoso central, fígado, rins, medula óssea e cérebro, causando neste último o bloqueio da transmissão nervosa. Para os indivíduos já viciados, a síndrome de abstinência, embora de pouca intensidade, está presente na interrupção abrupta do uso dessas drogas, aparecendo ansiedade, agitação, tremores, câimbras nas pernas, insônia e perda de outros interesses que não seja o de usar solvente. A tolerância pode ocorrer, embora não tão dramática quanto de outras drogas.

Saiba um pouco mais…

Uma versão tupiniquim do lança- perfume é um produto muito conhecido pelos adolescentes, é o “cheirinho” ou “loló” ou ainda ” cheirinho da loló”. Este é um preparado clandestino, à base de clorofôrmio mais éter.

Mas sabe-se que quando estes “fabricantes” não encontram uma daquelas duas substâncias misturam qualquer outra coisa em substituição, o que traz complicações quando se tem casos de intoxicação aguda por esta mistura.

Um outro inalante do gênero é poppers. Vendido em sex shops europeus, e com a propriedade de aguçar a excitação, é usado principalmente por gays que o aspiram no momento do orgasmo. É raro no Brasil. São vários os tipos de inalantes, os mais simples e baratos são os mais utilizados, e podem ser:
gasolina, adesivos, fluido para isqueiro, acetona, cola de sapateiro, massa plástica clorofórmio, lança perfume ,éter, spray para cabelos e desodorantes.

Fonte: Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas – CEBRID