Por que Judas Iscariotes foi o escolhido como filho da perdição? Entre tantos homens em Israel, por que ele se tornou o traidor de Jesus? A profecia já anunciava que alguém levantaria o calcanhar contra o Messias e o trairia (Salmos 41:9) — mas alguém precisava se encaixar nessa condição. A “carapuça” serviu em Judas.

Na noite da Santa Ceia, Jesus afirmou que um dos discípulos o trairia (Mateus 26:21-25). Judas perguntou: “Sou eu, Senhor?”. E Jesus respondeu: “Você o disse”. Logo depois, Judas saiu e procurou os principais sacerdotes, que buscavam uma maneira de prender Jesus. Ele não foi questioná-los nem defender o Mestre. Pelo contrário: ofereceu-se para entregá-lo.

Então um dos doze, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os principais sacerdotes, e  disse: Que me quereis dar, e eu vo-lo entregarei? E eles lhe estipularam trinta moedas de prata, e desde então buscava oportunidade para o entregar. (Mateus 26:14-16)

Assim, Judas vendeu Jesus por trinta moedas de prata. Desde aquele momento, ele começou a procurar uma oportunidade para consumar a traição.

O perfil de Judas Iscariotes

O Evangelho revela o caráter de Judas. Ele era ganancioso, calculista e sempre buscava tirar vantagem pessoal. Antes mesmo de vender Jesus, Judas já demonstrava seu amor ao dinheiro. O Evangelho de João relata que ele roubava da bolsa de ofertas, da qual era responsável.

As pessoas depositavam suas ofertas para sustentar Jesus e os discípulos, mas Judas se apropriava de parte delas (João 12:4-6). Quando Maria derramou um perfume caríssimo aos pés de Jesus, ele criticou: “Que desperdício! Este perfume poderia ser vendido para ajudar os pobres.”

Mas sua suposta piedade era falsa. Judas não se importava com os pobres: ele lamentava não ter ficado com o valor do perfume.

O espírito de Judas hoje

Esse espírito de Judas ainda atua no mundo. Ele se manifesta nas críticas aos que fazem algo para Deus. Quando alguém usa seus próprios recursos para construir um templo, fazer uma oferta ou realizar uma obra de fé, logo surge quem diga: “Que desperdício! Esse dinheiro poderia ir para os pobres.”

Entretanto, essas mesmas pessoas não movem um dedo para ajudar ninguém. Elas só sabem criticar. Assim como Judas, apontam o dedo sujo para os que demonstram fé e devoção sinceras.

Homem de trocas

Judas não era um homem de fé, e sim de trocas. Ele sempre perguntava: “O que vou ganhar com isso?”

Assim vivem muitos hoje: esperando que alguém — o governo, o patrão, a igreja ou a família — lhes dê algo. Essas pessoas confiam no dinheiro, o deus deste mundo, porque não conhecem o Deus verdadeiro, o dono do ouro e da prata.

Quem tem vida com Deus confia na fonte da riqueza, não na riqueza em si. Já quem vive longe de Deus confia apenas no ouro e na prata.

Dois espíritos em conflito

No mundo existem dois tipos de pessoas:

As que querem dar e as que só querem tirar.

A pergunta é: você segue o exemplo de Jesus ou o de Judas?

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