Pegou coronavírus e os sintomas não passam?
Talvez você esteja com a chamada Covid longa e ainda não saiba
Se você foi contaminado com a Covid-19 e os sintomas da doença persistem há bastante tempo, talvez você esteja passando pelo que a Organização Mundial da Saúde (OMS) chama de Covid longa. Um estudo recente da Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz) realizado com 646 pacientes com idades entre 18 e 91 anos infectados pelo coronavírus apontou que ao menos 50% deles tiveram sintomas pós-infecção nas três formas da doença: leve, moderada e grave. Muitas manifestações persistiram nos 14 meses de realização da pesquisa.
O médico Roberto Debski, clínico-geral e diretor da Clínica Ser Integral, em Santos (SP), que também atuou na linha de frente em pronto-socorro no combate à Covid-19 durante o auge da pandemia, explica que a Covid longa se caracteriza pela permanência dos sintomas da Covid mesmo depois dela ter sido curada. “São diversos sintomas, como a alteração do olfato e do paladar, dores musculares, dores de cabeça e que duram ao menos mais de um mês”, afirma.
Embora a doença possa atingir qualquer pessoa em diferentes faixas etárias e sem perfil específico, ele observa que as que têm comorbidades (diabetes, hipertensão, obesidade e outros problemas crônicos) devem redobrar a atenção. “Geralmente, ela afeta o sistema respiratório, mas várias sequelas da Covid longa são decorrentes da própria Covid-19 e, muitas vezes, não correspondem a um quadro de gravidade, embora existam casos nesse sentido”, afirma.
O médico recomenda que todos fiquem atentos aos sintomas da Covid longa (veja quadro ao lado): “percebendo os sintomas por mais de 30 dias, o ideal é procurar o seu médico. Não existe um exame específico para detectá-la. O diagnóstico dependerá muito da sintomatologia. Se houver tosse, por exemplo, um exame de imagem pode avaliar o que está acontecendo; ou se a queixa for sobre um problema de memória, um exame neurológico resolve”.
Debski diz ainda que não se sabe quais os perigos da Covid longa para quem é reinfectado pela Covid-19. “As pessoas que estão pegando Covid mais vezes não estão tendo imunidade efetiva, mas os casos têm sido mais leves. A vacinação tem sido fundamental. Com ela, houve diminuição de casos graves. Nessa fase, além da vacinação, é importante continuar usando máscara, higienizando as mãos e adotar uma alimentação saudável, o que melhora a resposta imunológica do organismo em relação à doença”, conclui.
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