Uma seara enorme, com poucos trabalhadores: Universal em Papua Nova Guiné
Veja como a fé tem vencido barreiras geográficas, culturais e espirituais em um dos países mais isolados do planeta
Durante o programa Obreiros em Foco do dia 21 de outubro, o Bispo Adilson Silva recebeu um casal que vive o Evangelho nos confins da Terra: o Bispo Jonatas Pinheiro e sua esposa, Cristiane, responsáveis pela Igreja Universal em Papua Nova Guiné.
A entrevista foi um verdadeiro mergulho em uma realidade distante e, ao mesmo tempo, profundamente inspiradora, mostrando como a fé tem vencido barreiras geográficas, culturais e espirituais em um dos países mais isolados do planeta.

Um país de contrastes, culturas e desafios
Poucos sabem, mas Papua Nova Guiné ocupa a segunda maior ilha do mundo, a ilha de Nova Guiné, no coração da Oceania. Com mais de 462 mil quilômetros quadrados de território, cobertos em grande parte por florestas tropicais densas, e uma população estimada em 13 milhões de habitantes — embora o número possa ser ainda maior, já que muitos vivem em vilarejos remotos, sem acesso a documentos de identidade ou registros civis.
- Sua capital é Port Moresby, e as línguas oficiais são o inglês, o hiri motu e o tok pisin.
- No entanto, há mais de 800 idiomas falados no país — o que faz de Papua Nova Guiné o local com a maior diversidade linguística do mundo.
- Além disso, há centenas de grupos étnicos, cada um com tradições, crenças e costumes próprios.
- Aproximadamente 70% do território é coberto por mata fechada, e há poucas estradas pavimentadas.
- Por isso, os deslocamentos são feitos principalmente por barcos e aviões, o que torna cada viagem missionária um verdadeiro ato de fé.

Principais problemas da população:
- Quase 40% da população vive abaixo da linha da pobreza;
- A geografia acidentada e a infraestrutura insuficiente dificultam o acesso a serviços básicos como saúde, educação e transporte;
- A pobreza está ligada, principalmente, a altos níveis de violência, incluindo violência doméstica, sexual e conflitos armados entre clãs, muitas vezes ligados à disseminação de armas de fogo;
- Inclusive, o acesso a serviços básicos é limitado, especialmente em áreas rurais, onde a infraestrutura governamental é praticamente inexistente;
- Além do mais, a pobreza está relacionada a altas taxas de desnutrição crônica e aguda em crianças.
A chegada da Universal e os primeiros passos da evangelização

Foi em dezembro de 2017 que a Igreja Universal do Reino de Deus chegou a Papua Nova Guiné. Primeiramente, a reunião aconteceu em um hotel, e, em junho de 2018, inaugurou a primeira igreja oficial. Desde então, o trabalho tem se multiplicado. Atualmente, são quatro igrejas estabelecidas, dois núcleos, seis pastores, 23 obreiros e várias casas de oração, além de CPOs para o preparo de novos servos.
O Bispo Jonatas contou que o crescimento é notável.
- “Nos últimos anos, vimos um desenvolvimento muito grande. As pessoas chegam necessitadas, pedindo ajuda, e o Espírito Santo tem transformado muitas vidas”, relatou.
Mesmo diante das limitações estruturais, o casal missionário tem visto o poder de Deus agir.
- “Há uma sede espiritual impressionante. O povo é simples, mas receptivo. Muitos nunca ouviram falar do Senhor Jesus, e quando escutam a Palavra, recebem com o coração aberto”, contou o Bispo.

Levar a Palavra onde ninguém chega
O desafio, porém, vai muito além das fronteiras da capital.
- “Papua Nova Guiné tem regiões inteiras sem estradas. Para alcançar essas pessoas, só de avião. E às vezes o voo é cancelado, o que atrasa nossas visitas. Mesmo assim, decidimos visitar os lugares onde há pessoas pedindo oração, ainda que fosse apenas uma vez”, explicou o Bispo Jonatas.
Em uma dessas viagens, ele e sua esposa foram sozinhos a uma província de West New Britain, em Kimbe, onde cerca de 200 pessoas aguardavam a reunião.
- “Quando terminou, as pessoas nos cercaram e diziam: ‘Por favor, ore por mim’. Era uma fila de dor e fé. Voltamos com o coração apertado, porque sabíamos que aquelas almas ficariam sem assistência até nossa próxima visita”, contou emocionado.
Outras províncias enfrentam realidades semelhantes. Em uma região chamada Highlands, com mais de 3 milhões de habitantes, ainda não há uma igreja estabelecida.
- “O pastor viaja uma vez por mês, de avião, para atender o povo. É caro, é difícil, mas não podemos deixar de ir. As pessoas estão dispostas a ouvir — o problema é que não há quem pregue”, disse o Bispo, citando Romanos 10:14: “Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue?”.

Jovens sendo levantados e o nascimento de novos obreiros
Mesmo com poucos pastores, a Obra cresce pela força da fé. O Bispo Jonatas e sua esposa têm formado jovens locais, despertando vocações e treinando futuros obreiros.
- “Estamos investindo nesses rapazes e moças. Muitos receberam o Espírito Santo recentemente. Eles são novos, mas têm disposição, coragem e fé. Já começamos a ver frutos desse trabalho”, afirmou.
Um dos exemplos é Ritchie, um jovem que saiu de Guam para se preparar em Papua Nova Guiné e já participa das viagens missionárias. Há também dois obreiros em período integral, um deles vivendo a bênção de um namoro cristão — um verdadeiro marco cultural no país.
- “Apresentamos o casal no altar. Foi algo inédito. Aqui, é comum o homem simplesmente levar a mulher para casa e considerá-la esposa, sem casamento. Mas a igreja tem ensinado a importância do compromisso e da pureza”, explicou o Bispo.

Além disso, 16 casas de oração foram abertas por obreiros que, mesmo sem estrutura, evangelizam em vilas, praças e ruas.
- “Muitos deles começam o trabalho de imediato. São levantados hoje e amanhã já estão ganhando almas”, acrescentou.
Mulheres de fé que fazem tudo pela Obra
Cristiane compartilhou um pouco da rotina e da fé que a sustenta.
- “Aqui, a esposa do pastor faz de tudo. Ela é esposa, mãe, evangelista, conselheira. Quando viajamos sozinhos e vemos centenas de pessoas carentes de Deus, aprendemos o verdadeiro significado da entrega”, disse.
Ela também relatou como as jovens cuidam umas das outras.
- “Reunimos as que receberam o Espírito Santo e as orientamos: vocês não podem ficar paradas. Escolham alguém para cuidar, para discipular. Assim, até quem não é obreira já está no fogo da fé, ganhando almas”, completou.
Fé que floresce em meio a perseguições
O casal mencionou também testemunhos marcantes, como o de duas jovens que caminham seis horas — quatro a pé e duas de carro — para participar das reuniões. Uma delas enfrentou oposição do próprio pai, que a ameaçou com um martelo caso continuasse indo à igreja.
Mesmo assim, ela permaneceu firme, e o resultado foi surpreendente: no dia em que foi levantada obreira, o próprio pai a acompanhou até o altar.
- “É um povo de fé, disposto a ouvir a Palavra e a mudar de vida”, disse o Bispo Jonatas.

Há ainda histórias de libertação, como a de uma mulher que tentou tirar a própria vida 30 vezes antes de conhecer a igreja.
- “Quando vemos isso, percebemos que o Espírito Santo está agindo. Cada igreja aberta aqui é uma vida salva, uma alma resgatada do inferno”, afirmou.
Uma seara enorme, poucos trabalhadores
No encerramento da entrevista, o Bispo Adilson destacou o contraste entre a imensidão do campo missionário e o número reduzido de servos.
- “É nesses lugares que entendemos o que Jesus quis dizer quando afirmou que a seara é grande, mas poucos são os trabalhadores.”
Em seguida, o Bispo Jonatas fez uma oração especial pelos obreiros e chamados missionários, pedindo que o Espírito Santo levante novos servos:
- “Há milhões de almas sedentas em todo o mundo. O Espírito Santo sabe para onde o vento precisa soprar. Que Ele levante pessoas dispostas a deixar tudo e ir, como Abraão, confiando na promessa de Deus.”
Confira a entrevista completa no vídeo abaixo:
A Igreja Universal de Papua Nova Guiné está localizada em Gabaka St, , 24 – Gordons, Port Moresby – – – 121 – Papua Nova Guiné
Opposite Duffy’s & Baker Boys

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