Trombose: a doença silenciosa responsável pelo enfarte e pelo AVC

A presença de um coágulo em uma artéria impede o sangue de circular e pode levar a pessoa à morte. Saiba como se prevenir

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Tudo no corpo humano foi projetado com uma função específica e, assim como em uma orquestra, quando um instrumento deixa a desejar, toda a harmonia pode se perder. E, para que tudo funcione de forma adequada em nosso organismo, precisamos do oxigênio, que é levado para membros, músculos e órgãos pelo sangue. O sangue oxigenado corre pelas artérias e, já pobre em oxigênio, é levado pelas veias de volta ao coração, de onde partiu.

Alguns fatores, porém, podem prejudicar essa circulação e, entre eles, está a trombose. Essa é uma enfermidade cardiovascular que se caracteriza pela formação de coágulos (trombos) no interior de veias e artérias, causando a obstrução total ou parcial dos vasos, ou seja, dificultando a circulação sanguínea. Estima-se que o Brasil registre cerca de 180 mil casos de trombose por ano. No restante do mundo, o índice de ocorrências da enfermidade também é alto: uma em cada quatro mortes no planeta está ligada à trombose, o que a torna preocupante.

Segundo Daniel Hachul, cirurgião vascular do Hospital Moriah, a formação dos trombos, muitas vezes, é imperceptível, mas o ápice, normalmente, acontece quando o indivíduo soma vários fatores de risco em um único momento. “Por exemplo, em uma viagem de avião, quando o passageiro fica imobilizado várias horas e com a perna para baixo, tem baixo teor de oxigênio por causa da altitude, deixa de beber água, está tomando anticoncepcional e ainda tem um fator hereditário que desconhece. A reunião desses fatores pode desencadear a trombose venosa”, afirma Hachul.

Recentemente, um estudo publicado na revista especializada British Medical Journal (BMJ) apontou que as pessoas que tiveram covid-19, especialmente durante a primeira onda de infecções, têm maior potencial de desenvolver um coágulo sanguíneo grave no período de seis meses depois do diagnóstico da doença. Embolia pulmonar e sangramentos também podem ocorrer. Segundo os pesquisadores, esse cenário tem sido minimizado graças à imunização e à adoção de protocolos de tratamentos mais eficientes contra o novo coronavírus, inclusive em casos severos. Mesmo assim, a descoberta é um alerta para a importância da mudança de estilo de vida e da adoção de hábitos saudáveis, além da necessidade do acompanhamento médico regular. Essas são ações simples, mas podem evitar o desenvolvimento da trombose. Conheça, na ilustração ao lado, mais detalhes sobre a doença.

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Colaborador

Cinthia Cardoso / Arte: Edi Edson