“Trocava tiros com a polícia e vi muitas pessoas morrerem”

Marlon da Silva encontrou forças para mudar toda a sua vida

Imagem de capa - “Trocava tiros com a polícia e vi muitas pessoas morrerem”

Entre os principais motivos citados por jovens para justificar sua entrada no tráfico de drogas está a falta de recursos financeiros e de apoio familiar. Essa também era a situação de Marlon da Silva Silveira, hoje com 27 anos. Nascido no Rio de Janeiro, ele conta que passou por muitas privações financeiras. Além disso, tinha constantes desentendimentos com seu padastro. “Ele tratava a mim e a minha irmã, filha dele, de forma diferente. Fui muito humilhado, não entendia a razão daquilo e cresci revoltado”, recorda.

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Aos 16 anos, Marlon ficou curioso ao ver os meninos da comunidade onde morava com dinheiro e objetos de valor. Aproximou-se deles e começou a fazer arrastões (prática de roubo coletivo) nas praias do Rio de Janeiro. Dessa forma, ele entrou para a criminalidade. Ao ser visto por traficantes, foi chamado para ser “vapor” (pequeno vendedor de drogas). Nesse período, também começou a consumir drogas.

A família de Marlon se mudou para uma área dominada por uma facção rival, mas ele escolheu permanecer onde moravam e buscou abrigo com traficantes. Não demorou muito para que ele se tornasse segurança de um dos “chefões” do crime. Logo depois, se tornou “gerente” (responsável por vários pontos de droga). “Mergulhei de cabeça e passei a ser conhecido. Eu invadia comunidades para dominar pontos, roubava caminhões e outros veículos e fazia assaltos em estabelecimentos. Trocava tiros com a polícia e vi muitas pessoas morrerem. Hoje vejo com clareza os livramentos que Deus me deu.”

Em 2014, depois de uma invasão policial na comunidade, Marlon quase foi atingido por um tiro e viu uma pessoa próxima ser alvejada. A partir daí, ele passou a temer por sua vida.

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Oportunidade
Na época, Marlon decidiu acompanhar a namorada, Marcele Silveira Ramos, de 24 anos, a uma reunião na Universal. Ele conta que naquele dia recebeu uma chance de Deus. “Resolvi abandonar tudo e decidi dar um novo rumo à minha vida. Fui acompanhado por um obreiro que me aconselhava. A primeira mudança foi a libertação dos vícios e passei a ter nojo das drogas. Comuniquei minha saída do tráfico e recebi várias propostas, mas as recusei pois estava disposto a entregar minha vida a Deus.”

Em uma vigília da Força Jovem Universal (FJU), ele encontrou a força para mudar: o batismo com o Espírito Santo. “Me entreguei e me envolvi com as coisas de Deus. Tive sede do Espírito Santo. Eu sabia de onde eu tinha vindo e se não fosse um alicerce forte, que é o próprio Deus, eu teria voltado para o crime na primeira dificuldade financeira.”

Hoje, quem olha para Marlon não imagina a sua história Ele convive bem com a família, se casou com a antiga namorada, é pai e trabalha.

É também obreiro na Universal e se dedica a ajudar os jovens que se encontram na mesma situação em que um dia ele esteve.

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Colaborador

Kelly Lopes / Fotos: Cedidas