Trabalho técnico pode ser o futuro do emprego
Veja como investir nessa área que demanda cada vez mais profissionais
Não é só a graduação que pode possibilitar a entrada no mercado de trabalho. Segundo dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), os cursos técnicos no Brasil podem ser uma alternativa rápida e com investimento mais baixo em relação às universidades, embora tenham um percentual de adesão baixo – apenas 11% dos jovens entre 15 e 24 anos. Em nações da União Europeia, os índices de adesão dos jovens aos cursos técnicos chegam a 51%. Na América Latina, várias nações têm números maiores do que os do Brasil, como Colômbia (28%), Chile (33%) e México (35%).
Um levantamento do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), realizado entre 2021 e 2023, indica que a taxa média de empregabilidade de quem se formou em cursos técnicos da instituição é alta, cerca de 84,4%, e sobe para mais de 90% quando a formação técnica é em áreas como mecânica (96,5%), alimentos (95,2%), refrigeração e climatização (94,5%), eletromecânica (94,4%), automação industrial (93,2%), eletrotécnica (92,7%), soldagem (91,3%) e manutenção de máquinas industriais (90,6%). Outra pesquisa, realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), estima que, entre 2025 e 2027, mais de 14 milhões de brasileiros precisarão se qualificar para se manter ou entrar em vagas de trabalho no setor industrial.
Fran Winandy, psicóloga com MBA em recursos humanos, mestre em administração de empresas e CEO da Acalântis Services, consultoria com foco em diversidade etária e etarismo, conta que os cursos técnicos começaram a ganhar revalorização no Brasil em meados do ano 2000. “A reforma do ensino médio, a ampliação das ofertas de cursos técnicos e a pandemia contribuíram para essa valorização. Além disso, a crise econômica e a necessidade de mão de obra especializada fizeram com que muitas empresas buscassem profissionais com formação técnica”, diz.
Para Felipe Morgado, superintendente de educação profissional e superior do Senai, a demanda por novos profissionais em cursos técnicos cresce mais do que a de profissionais de cursos mais básicos. “O curso técnico está crescendo 4,4% e o de qualificação mais básica, de 2% a 2,4%. Isso também faz com que a sociedade enxergue um valor. Outro aspecto que começou a ser puxado pelas pesquisas no Google, até em nível mundial, é a necessidade de profissionais qualificados com habilidades específicas e não necessariamente a universidade está entregando esse profissional formado do jeito que o mercado pede”, analisa.
Segundo Morgado, a valorização do trabalho técnico também está ligada ao fato de que todos os países do mundo estão apostando na ampliação de cursos técnicos para responder ao futuro do trabalho em transformação. “E por quê? Porque uma pessoa que faz um curso técnico desenvolve duas habilidades essenciais: primeiro, a de aprender a fazer um produto, a consertar uma máquina, a programar um sistema; e depois, a de aprender a aprender: é o lifelong learning ou aprendizado ao longo da vida. É algo essencial no futuro incerto”, avalia.
Por outro lado, Fran observa que a reputação da escola ou da universidade influencia a percepção dos empregadores sobre a qualidade da formação recebida. “Instituições reconhecidas geralmente têm um currículo mais robusto, professores qualificados e uma rede de contatos que pode facilitar estágios e oportunidades de emprego. Além disso, muitas empresas valorizam diplomas de instituições renomadas, pois acreditam que isso reflete um padrão elevado de ensino, preparação profissional, infraestrutura oferecida e a grade curricular do curso. É útil verificar se a instituição possui avaliações positivas de alunos e ex-alunos, o que pode ser feito em plataformas de avaliação de cursos e instituições”, orienta Fran.
Para quem quer investir em cursos técnicos, Morgado recomenda buscar o máximo de informações sobre as profissões. “O salário de técnico no Brasil começa em R$ 2.713 e na indústria é de R$ 3.096. Busque a profissão que mais o atrai e que tenha demanda no mercado de trabalho. Lá no mundosenai.com.br, por exemplo, é possível relacionar as características socioemocionais da pessoa com as profissões, olhar na região em que ela está e trazer opções mais aderentes à sua função. Já para o emprego, a pessoa vai ter que garantir que sabe fazer. Não adianta só se formar, tem que ter habilidade prática. Esse é um diferencial do curso técnico”, observa.
Além disso, Fran completa que as empresas buscam habilidades interpessoais, como trabalho em equipe e comunicação. “Por isso é importante estar preparado para discutir essas competências. Por fim, é fundamental acompanhar as tendências do setor e estar disposto a aprender e a se adaptar, pois isso pode ser um diferencial no processo seletivo”, conclui.
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