Trabalho: a força de um país

Do povo para o povo. É o trabalho diário, seja ele qual for, que movimenta o País e permite seu crescimento em todas os setores, principalmente no econômico

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A ordem natural da nossa participação na sociedade é integrar uma família, estudar, trabalhar e, por fim, se aposentar. É para o trabalho, contudo, que a maioria das pessoas dedica a maior parte da vida: das 168 horas semanais, passamos um terço no trabalho, sem contar o tempo que levamos no percurso de ida e vinda, as horas extras ou a jornada dupla.

Sempre ouvimos dizer que o trabalho dignifica o homem e vale ressaltar que é por meio dele que obtemos renda e, assim, somos capazes de pagar nossas contas e ter acesso a produtos e serviços. Além disso, é o trabalho diário de cada indivíduo que permite que as engrenagens do país funcionem corretamente.

É o que nos move
“Quanto mais emprego, mais renda e maior produção de produtos e oferta de serviços, o que estimula a economia do país e também leva a um maior consumo por parte de toda a sociedade. O emprego também promove mais estabilidade social, pois faz com que as famílias tenham condições de se sustentar de maneira digna. Países mais estáveis nesse sentido apresentam menor índice de criminalidade. Como esses trabalhadores pagam impostos, eles possibilitam financiar e manter serviços públicos essenciais como saúde, educação e infraestrutura”, diz Rica Mello, economista e especialista em gestão de negócios.

A pandemia da covid-19 levou muitos brasileiros a perderem sua fonte de renda, mas o País está recuperando a empregabilidade. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil encerrou 2023 com 175 milhões de brasileiros em idade de trabalhar (acima de 14 anos) e, desses, 8,1 milhões estavam desempregados e 3,5 milhões desalentados – pessoas que desistiram de procurar emprego, muitas vezes, pelo desânimo de já ter se candidatado a diversas vagas sem obter sucesso.

Bruno Lico, consultor de recursos humanos da Croma Consultoria de Recursos Humanos, cita que os motivos que causam o desemprego e o desalento ultrapassam o contexto político-econômico: “muitas vezes, a falta de qualificação pode levar um profissional que está há anos em uma mesma empresa a se acomodar e a não se atualizar nem reciclar seus conhecimentos, mas o mercado atual, marcado por rápidas e bruscas transformações, exige cada vez mais aperfeiçoamento. Muitos profissionais, depois da pandemia, se desinteressaram pelo trabalho presencial ou híbrido, o que os levou a desistirem de buscar recolocação ou de investirem nos estudos”.

Apesar disso, em 2023, o número de empregados formais ou informais ficou em 8,5 milhões de pessoas. Rica destaca que a taxa de desemprego atingiu 7,8% de brasileiros desocupados. Uma taxa de desemprego um pouco distante da de países como Áustria, Austrália, Bélgica, Alemanha, França e Japão, só para citar alguns, que foi de 5,3%, enquanto o déficit de emprego (pessoas que estão procurando emprego) foi de 8,2%, segundo dados de 2023 da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

O que isso significa?
Não é apenas uma questão de “dar jeitinhos” ou “viver à custa de outros”. Precisamos igualmente de qualquer profissional, sejam professores, agentes de segurança pública, pedreiros, médicos, diaristas, motoristas, farmacêuticos, jornalistas, veterinários ou qualquer uma das 2.609 profissões existentes no Brasil. Como dito anteriormente, o trabalho dignifica uma pessoa e ainda permite que ajudemos toda a sociedade, tanto ao exercermos nossa profissão quanto ao ajudarmos a construir um Brasil melhor, mais forte e que investe mais em educação, saúde e segurança.

Aliás, neste ano, temos eleições municipais e também faz parte das atribuições de prefeitos, vice-prefeitos e vereadores auxiliarem na criação de empregos e na oferta de qualificação profissional. Diversas prefeituras oferecem cursos gratuitos, mas os gestores e legisladores também devem pensar em políticas públicas para criar empregos, seja em obras de infraestrutura, seja com contratações para prestar serviços públicos, em como usar melhor os impostos e em adotar medidas para reduzir a informalidade ou oferecer incentivos fiscais e subsídios às empresas. Exerça sua profissão com empenho e vote com consciência para que outras pessoas tenham o mesmo direito.

O BRASIL LONGE DO IDEAL

O economista e especialista em gestão de negócios Rica Mello relata: “estamos bem próximos do panorama ideal de empregabilidade no Brasil, que ainda pode aumentar um pouco. Mas é importante considerar outros fatores, como a diversidade de oportunidades (para que as pessoas consigam atuar em suas áreas de escolha ou formação), salários justos, inclusão e igualdade de oportunidades entre os diferentes grupos sociais, raciais e de gênero e fomento ao empreendedorismo para a geração de mais empregos”.

Remuneração muito aquém
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em 2023, o rendimento domiciliar per capita no Brasil foi de R$ 1.893. O valor mínimo foi identificado no Maranhão, com R$ 945; e o máximo no Distrito Federal, com R$ 3.357. A verdade, contudo, é que 60% da população brasileira vive com até um salário mínimo (dados da Síntese de Indicadores Sociais 2023).

O salário mínimo atual é de R$ 1.421 e, se levarmos em consideração o custo de vida no Brasil, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) calcula que o salário mínimo ideal deveria ser de R$ 6.723,41. Essa defasagem leva ao endividamento: em março último, 28,6% das famílias brasileiras estavam com alguma dívida atrasada, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). E, de acordo com o Serasa, os maiores gastos são justamente com habitação, transporte e contas básicas, como água, luz e gás.

Então, apesar da melhora nos índices de empregabilidade, a verdade é que a remuneração ainda está longe do ideal.

VOTE BEM NESTE ANO

Em 2024, os brasileiros elegerão prefeitos, vice-prefeitos e vereadores, que também são responsáveis pela criação de empregos, seja por meio de obras públicas, seja por meio da boa aplicação dos impostos recolhidos e do impulsionamento de empresas que podem investir na cidade.

 

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Colaborador

Laís Klaiber / Fotos: Igor Alecsander\gettymages / Capuski\gettymages / sanjeri\gettymages