Telemedicina: o futuro já chegou

Pandemia antecipou uma prática que pode ter vindo para ficar

Imagem de capa - Telemedicina: o futuro já chegou

A imagem de robôs operando pacientes pode parecer para muitos a representação de um futuro distante, só visto em filmes de ficção científica, mas não é bem assim. Em 2018, o médico indiano Tejas Patel operou o coração de cinco pacientes a 32 quilômetros de distância usando um robô. Esse tipo de prática é chamado de telemedicina e inclui, além da telecirurgia, a telerradiologia, a teleinterconsulta, o telemonitoramento, a teleUTI e a teleconsulta (saiba mais na página ao lado). Neste ano, em virtude da pandemia, a telemedicina foi autorizada provisoriamente por lei no Brasil para atender pacientes em isolamento social.

O otorrinolaringologista e coordenador de telemedicina do Hospital Moriah, em São Paulo, Fabrizio Ricci Romano, de 45 anos, afirma que, neste momento de pandemia, a principal vantagem dessa prática é possibilitar a interação entre médico e paciente sem riscos de contaminação. “A teleconsulta permite isso sem a necessidade de deslocamento por parte do paciente, seja pelo fato dele morar em área afastada, por ter dificuldade de locomoção ou simplesmente para economizar tempo. O mais importante é que ambos tenham ciência das limitações da consulta a distância”, analisa.

Ele avalia que para realizá-la é necessário ter à disposição alguma tecnologia de comunicação que possibilite uma chamada por vídeo.

“Todas as especialidades médicas podem realizar a teleconsulta. Como em toda consulta, o paciente deve detalhar sua história, frisar os pontos mais relevantes e ter em mãos todos os exames que já fez e que sejam pertinentes ao caso”, orienta.

O médico acredita que a telemedicina não é um recurso passageiro. “Com as vantagens que estamos observando, acredito que ela veio para ficar, mas haverá necessidade de uma regulamentação para que uma medicina de qualidade seja oferecida aos pacientes. Existe uma série de recomendações da parte dos conselhos regionais. O Hospital Moriah, por exemplo, está preparando um manual para os médicos do nosso corpo clínico que vão realizar este tipo de atendimento”, conclui.

imagem do author
Colaborador

Eduardo Prestes / Arte: Edi Edson