Sodoma e os riscos de ignorar os alertas

Apoiados na autoconfiança, muitos que se aproximam do pecado caem na fé por acreditarem que jamais serão contaminados

Imagem de capa - Sodoma e os riscos de ignorar os alertas

Ao meditar sobre a história de Ló é possível perceber que uma série de erros ao longo de sua vida o levou ao seu trágico fim: miserável, em uma caverna e enganado por suas duas filhas. Mas, afinal, de que forma isso aconteceu?

Vimos na novela Gênesis, da Record TV, que, quando Abrão (Zécarlos Machado) decidiu sair da terra de Harã, seu sobrinho Ló (Emílio Orciolo Neto) seguiu com ele e, lado a lado, eles prosperaram e cresceram. Só que havia uma grande diferença entre eles: enquanto Abrão tinha um relacionamento com Deus e uma Fé bem definida, Ló se apoiava na Fé do tio e, de certa forma, se beneficiava daquela situação.

E, mesmo em meio a todas as conquistas, aqueles que trabalhavam para os dois começaram a ter problemas. A solução, então, foi a divisão: “Habitou Abraão na terra de Canaã e Ló habitou nas cidades da campina, e armou as suas tendas até Sodoma. Ora, eram maus os homens de Sodoma, e grandes pecadores contra o Senhor.” (Gênesis 13.12-13). Ló viu a aparência das campinas e achou que seria melhor morar próximo a uma cidade, Sodoma, do que em um deserto.

A aparência de Sodoma
A fama de Sodoma era ruim, mas, por conveniência, Ló decidiu se aproximar dela. Depois, foi possível notar o choque que ele teve ao entrar na cidade e ver tudo o que acontecia por lá. Ele, que cresceu convivendo com o caráter de justiça e fidelidade de Abrão, chegou a dizer que “gostaria de nunca ter visto” o que acontecia dentro dos muros daquela cidade. Contudo decidiu ficar no local por pressão de sua esposa e também pelas facilidades que teria lá. Naquele momento, Ló não quis se misturar com o povo de Sodoma, porém decidiu ficar perto dali para obter as vantagens que aquela cidade poderia lhe oferecer.

Sodoma e os riscos de ignorar os alertas

Ao comparar Ló com as pessoas de hoje indagamos quantas “olham torto” para o pecado, mas, por conveniência, acabam se aproximando dele. Essas pessoas não estão totalmente mergulhadas no pecado, mas estão junto dele. Por exemplo: por meio do celular não chegam a acessar conteúdos pornográficos, mas às vezes olham uma foto sensual nas redes sociais ou seguem pessoas que costumam expor sua sensualidade. Apesar de não estarem no vício da pornografia, elas ficam “flertando” com ele.

Em seu livro A Fé de Abraão, o Bispo Edir Macedo diz que a condição espiritual de alguém pode ser medida pelo seu olhar: “se a pessoa usa os olhos físicos, estes sempre são cobiçosos, como no caso de Ló. Consequentemente, sua escolha será errada. Se a pessoa vê com os olhos espirituais e ignora os físicos, então sua escolha será certa. Os olhos espirituais são os olhos da fé e do entendimento, enquanto os olhos físicos são os do sentimento e da emoção”.

Portanto, em busca de satisfazer os olhos e as necessidades da carne, muitas pessoas deixam de avaliar suas decisões, se afastam da fé e são levados a “Sodoma”, ou seja, ao pecado.

O processo até o pecado
No caso de Ló, por exemplo, um dia ele estava do lado de fora de Sodoma, recebendo os benefícios dela e confiante de que jamais se contaminaria pela corrupção do local, mas pouco tempo depois já estava instalado dentro da cidade e vivendo com seu povo. Na novela Gênesis, por exemplo, pôde-se observar que em inúmeras cenas Ayla (Elisa Pinheiro), esposa de Ló, sugeria que eles se mudassem para Sodoma. Desde o início do casamento, ela não escondia seu desejo de deixar as tendas no deserto para morar em uma casa dentro de uma cidade.

Quando Ló se mudou definitivamente para Sodoma, ele já estava acostumado a lidar com as pessoas que estavam ali. Além disso, ele conseguia conviver bem nos dois mundos e sustentava a autoconfiança de que não se contaminaria com o que acontecia lá, mas, sem perceber, ele já estava mergulhado na cultura local.

O mesmo ocorre com os que confiam demais em si mesmos e deixam de vigiar suas atitudes, como, por exemplo, o homem casado que inicia uma conversa com uma colega de trabalho e se tornam grandes amigos. Eles desabafam um com o outro, saem para o happy hour no fim do expediente e, rapidamente, vivem um caso extraconjugal. Situações assim não acontecem da noite para o dia e normalmente começam com pensamentos como “isso não é nada de mais”.

Vigiai e orai
O Espírito Santo, por meio do apóstolo Paulo, nos ensina: “Examinai tudo. Retende o bem. Abstende-vos de toda a aparência do mal.” (1 Tessalonicenses 5.22). Ou seja, é preciso analisar as diversas situações a que estamos expostos e fugir da aparência do mal. O versículo é conhecido, mas muitos se esquecem de que para identificar o mal é preciso estar com a comunhão com Deus em dia.

imagem do author
Colaborador

Cinthia Cardoso / Fotos: Reprodução