Ser livre é uma escolha

Engana-se quem pensa que estar preso é viver dentro de uma cela. A cadeia espiritual é a maior prisão em que alguém pode estar. Entenda por quê

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Quando pensamos qual é o maior direito do ser humano, logo nos vem à mente a liberdade de ir e vir. Ela consiste no direito de agirmos segundo nosso livre-arbítrio e a nossa própria vontade, desde que não prejudiquemos outra pessoa. No entanto, quando alguém é submetido às restrições impostas em um complexo penitenciário, não tem esse direito, pois permanece recluso até experimentar novamente o dia de sua liberdade.

Só que é possível viver a liberdade mesmo quando se está preso em uma cela. É o que você vai ler a seguir, por meio das histórias de pessoas que encontraram a verdadeira liberdade dentro da prisão. É verdade que essa ideia soa um pouco contraditória ou até mesmo curiosa, mas ela é real.

Ser livre depende de uma escolha interior. Talvez você até se enxergue como uma pessoa livre fisicamente, mas está presa em tantas outras áreas de sua vida que precisa conhecer essa verdadeira liberdade. Então, constate a seguir como a cadeia espiritual é a maior prisão em que o ser humano pode estar.

Caixão do marido x drogas
Adriana Romão Paulino Amaro, (foto abaixo) de 52 anos, foi uma criança rebelde e que gostava de fazer o que era considerado proibido. Aos 23 anos, ao descobrir uma doença cardíaca, ela pensou que morreria logo e decidiu aproveitar ainda mais a vida do seu modo. Ela começou a fumar maconha e não demorou muito para que passasse a consumir crack.

Ser livre é uma escolha

Adriana relata que sempre consumia drogas consideradas fortes. “Eu tinha prazer em acender o cachimbo. Nunca gostei de drogas misturadas. Queria mesmo ficar louca.”

O vício foi capaz de fazer com que Adriana vendesse o caixão do próprio marido, que tinha falecido, para poder comprar um de menor valor e usar a diferença para adquirir mais drogas. “Eu apanhava do meu marido e tínhamos uma vida muito difícil. Então, quando ele faleceu, vi a oportunidade de usar ainda mais as drogas”, lembra.

Sustentar o vício
Adriana explica que, para sustentar o vício, cometia pequenos roubos em lojas. “Uma camiseta que eu roubava já pensava na pedra (de crack) que ia usar, mas, depois que o efeito passava, eu via que não precisava daquilo. Logo me sentia um nada, mas a vontade de usar me levava novamente a cometer o mesmo erro.”

Como era viúva, Adriana decidiu morar com o filho na casa da mãe dela. Certo dia, ela os avisou de que sairia para comprar pão. Tomou essa atitude e nunca mais voltou para casa. Foram dez anos vivendo em situação de rua. Em 2012, ao levar drogas para um detento dentro de um complexo penitenciário, ela acabou sendo presa.

Entretanto essa situação não a conscientizou de seus atos. Adriana viu lá dentro do presídio a oportunidade de se manter com as drogas. Começou a vendê-las e logo foi flagrada. “Minha pena então dobrou: fui condenada por tráfico de drogas e associação dentro do presidio”, detalha.

Em 2015, o trabalho da Universal nos Presídios (UNP) chegou na cadeia onde Adriana estava reclusa. Então, cansada de tanto sofrimento, ela fez uma oração a Deus: “eu falei para Deus que iria à Igreja e faria um propósito com Ele porque ali era meu fundo do poço”.

Conhecendo a Deus
Adriana começou a frequentar os cultos e foi ajudada com as doações das voluntárias, como os kits de higiene. “Eu não tinha quem me levasse um sabonete ou até mesmo uma escova de dentes. Cheguei a tomar banho com detergente. Além dos kits, eu recebia amor e cuidado das voluntárias da UNP e isso foi me ajudando e me apegar a Deus”, explica.

Adriana aprendeu a se respeitar. Logo parou de consumir drogas e começou a frequentar os cursos profissionalizantes oferecidos pela UNP dentro do presídio.

Ela relata que se sentiu realmente livre no dia que conheceu a Deus verdadeiramente e decidiu servi-Lo. “O que senti jamais tinha sentido quando estava nas ruas. Eu não tinha nada e ao mesmo tempo tinha tudo.”

Em janeiro de 2020, Adriana ganhou a liberdade física, mas ela reforça que já estava livre há tempos: “quando saí do presidio, foi algo natural, porque saí com Deus. Ele já tinha me libertado. Então, não é o fato de estar fora do presídio que me faz uma mulher livre, mas sim o de ter entregado a minha vida a Ele”, afirma.

Dez anos na prisão
Luiz Fernando da Silva, (foto abaixo) de 29 anos, vivia frustrado na infância por não ter o que gostaria por causa das más condições financeiras da família. Ele desejava ter uma vida parecida com a dos amigos e, para isso, buscou uma vida financiada pelo crime.

Ser livre é uma escolha

Aos 13 anos, Luiz passou a praticar os mesmos delitos que seus “amigos”: “eu passei a andar com eles e ter o que jamais poderia ter. Comecei a praticar furtos e assaltos à mão armada”.

Luiz era considerado um homem frio – tanto que seu apelido era Monstrão. Ele mesmo reconhece que não tinha nenhuma dificuldade de matar nem de se submeter às ordens do crime.

Ao completar 18 anos, Luiz foi preso por assalto à mão armada, sequestro relâmpago, cárcere privado e tentativa de homicídio. Mesmo preso, ele não se arrependeu dos delitos e permaneceu com os mesmos maus pensamentos. “Eu sabia que na prisão iria me afundar ainda mais. Achava impossível minha vida mudar.”

A mãe de Luiz era membro da Universal e levava para ele alguns livros com mensagens de Fé, mas, assim que os recebia, ele os rasgava e a xingava. Até a comida que a mãe levava ele jogava no chão tamanho era o ódio que sentia.

Na cela e sozinho
O fundo do poço de Luiz chegou depois de quatro anos quando ninguém queria mais estar perto dele. A única pessoa que falava com ele era um rapaz que sempre o convidava para as reuniões da UNP dentro do complexo. “A princípio, eu não queria ir, pois já tinha visto inúmeros crentes com mau testemunho, mas ele era diferente e aceitei o convite.”

Luiz relembra que assim que chegou na reunião um questionamento do Pastor chamou sua atenção: “ele perguntou para as pessoas o que elas ganhariam na vida se continuassem agindo da forma que estavam agindo e a qual local chegariam com aquelas atitudes”. Luiz refletiu e conta o que aconteceu: “minha mente começou a mudar e se abriu. Participei da oração e não via a hora da outra semana chegar para estar de novo naquele lugar”.

Ele logo parou de consumir drogas e se batizou nas águas. Além disso, frequentou fielmente as reuniões e recebeu o Espírito Santo. Ele explica que foi Deus quem lhe deu forças para suportar os dias maus dentro da prisão. “Eu tinha tanta paz que o mundo poderia acabar dentro da cela.”

Ser livre é uma escolha

Ajudando o próximo

Luiz passou a ajudar outras pessoas dentro do presídio, pois queria que elas se tornassem livres como ele. “Muitos se preocupam com as paredes da cadeia, mas deveriam se preocupar com a cela espiritual em que estão. Dessa cadeia eu já tinha saído”, reforça.

Ele permaneceu preso por seis anos, mas enfatiza que aprendeu a se ver como um homem com um novo caráter. Também relata que hoje se considera um filho exemplar. Agora, em liberdade, ele é um dos voluntários da UNP.

19 anos no tráfico
Sandra Maria de Jesus, (foto abaixo) de 48 anos, começou a traficar drogas aos 19 anos. Aos 38 anos, depois de uma tentativa de mudança, ela voltou às mesmas atitudes.

Ser livre é uma escolha

Em 2014, o ex-marido de Sandra foi preso e ela o visitava na prisão. Ela já tinha visitado o ex-marido três vezes para levar produtos de higiene e alimentos, quando, na quarta vez, foi flagrada com drogas. “Quando cheguei no presídio, já sabiam que eu estava com drogas. Não sei quem me denunciou, mas sei que dali mesmo eu fui mandada para o presídio feminino”, conta.

O impacto que causou uma mudança
Sandra explica que ao ser presa percebeu quão grave era a sua situação. “Eu não me via naquele lugar. Foi um impacto muito grande, mas acabei fazendo besteiras lá dentro e isso me fez retroceder.” Com isso, ela foi transferida para outro complexo penitenciário, onde existia o trabalho da Universal.

A melhor decisão
Naquela situação, Sandra percebeu que realmente precisava de ajuda. Ela teve a oportunidade de conhecer o trabalho da UNP. “A UNP fazia o trabalho lá onde eu estava, fui a uma reunião e, por incrível que pareça, na primeira oração decidi parar de fumar”, lembra.

Sandra relata que a sensação que sentia a cada oração era de alívio. Também destaca que tinha encontrado a paz que jamais tivera antes. “Eu me sentia livre. Meu corpo estava preso, mas o meu espírito livre”, cita.

Ela se tornou uma pessoa ativa nas reuniões e se batizou nas águas. Saiu da prisão em 2019 e, desde então, tem aproveitado a oportunidade que o Senhor Jesus lhe deu de recomeçar. “Hoje, para quem não tinha um trabalho honesto, coordeno uma pensão e ajudo no trabalho do presídio. Posso dizer com propriedade para quem está atrás de um cela ou vivendo uma vida errada que é possível sair dessa situação.”

O que é a UNP?
A Universal tem desenvolvido um grande trabalho social nas unidades prisionais masculinas e femininas por meio da atuação do grupo UNP. A iniciativa surgiu em 1992, quando os voluntários da Igreja passaram a levar a Palavra de Deus às pessoas privadas de liberdade.

Ser livre é uma escolha

No início de 2017, após a onda de massacres nos presídios brasileiros, o trabalho da Universal nos presídios foi reformulado e expandido. Ele é destinado a ajudar a população carcerária e seus familiares, dando-lhes assistência espiritual, além de apoio com cursos profissionalizantes para ajudá-los no regresso à sociedade.

Resultados visíveis
Diante dos excelentes resultados, o trabalho voluntário foi ampliado para alcançar diretores de unidades prisionais, agentes penitenciários e demais servidores do sistema prisional. O grupo oferece apoio a todos os profissionais da área de segurança pública e a seus familiares na área profissional, emocional, motivacional, psicológica e, principalmente, espiritual, levando-lhes Palavras de fé e esperança.

Auxílio no brasil e no mundo
Ao todo, são 35 mil voluntários no Brasil e em mais de 20 países levando a mensagem libertadora e transformadora do Senhor Jesus aos sofridos, dando-lhes a direção que vem do Altíssimo.

Muitos testemunhos de pessoas que já provaram do poder de Deus, assim como jornais, folhetos, convites, entre outros, são instrumentos usados para que outras vidas sejam alcançadas por meio da Fé em Deus.

As atividades promovidas têm se destacado em âmbito nacional, pela seriedade e pelo comprometimento, já reconhecidos, e pelos resultados obtidos na transformação da conduta de detentos. É dessa forma que a UNP contribui para a busca de uma sociedade mais justa e menos violenta.

Esse é um dos muitos projetos da Universal que têm ajudado milhares de pessoas a encontrarem a verdadeira liberdade de vida.

Portanto, se você deseja se libertar de todos os problemas que têm aprisionado o seu interior, não hesite em procurar a Universal mais próxima de sua casa e de desfrutar daquilo que somente o Senhor Jesus pode lhe oferecer. (Confira os endereços na página 32 ou acesse universal.org.br/localizar).

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Colaborador

Maiara Máximo / Fotos: Getty Images, cedidas e Demetrio Koch