“Seguia as regras da cadeia. Presenciei homicídios e outros crimes”

Ele ficou 9 anos na prisão e hoje é um empresário de sucesso. Saiba como isso foi possível

Imagem de capa - “Seguia as regras da cadeia. Presenciei homicídios e outros crimes”

Há mais de 30 anos a Igreja Universal realiza um importante trabalho junto à população carcerária, no Brasil e no mundo.

Aqui, em 2016, voluntários do grupo Universal nos Presídios (UNP) atenderam 497,7 mil detentos, cerca de 80% da população carcerária do País. Um importante trabalho, que tem como objetivo levar aos encarcerados a Palavra que salva e mostrar a eles que se ressocializar é, sim, possível.

O grupo também auxilia os familiares dos presos, nas portas dos presídios, ajudando-os a manter a fé e a esperança – leia mais aqui.

E foi o trabalho do UNP que trouxe para o paraense Edvaldo Cardoso Costa, atualmente com 38 anos, a esperança de um futuro melhor e longe do crime. Quem o vê hoje empresário, administrando as duas empresas que possui, não imagina a vida que ele teve no passado, e tampouco como ele conseguiu dar a volta por cima.

No ano de 2003, aos 23 anos de idade, Edvaldo foi capturado após uma perseguição policial e condenado a 20 anos de prisão por assalto à mão armada, sequestro e tentativa de homicídio (foto abaixo do registro de sua prisão).

Tudo começou ainda na infância, aos 12 anos, quando passou a cometer pequenos furtos. Na adolescência, se envolveu com gangues de rua, tornando-se mais tarde um dos líderes desses grupos. Aos 18 anos passou a praticar crimes maiores, como assaltos a bancos, carros-fortes e sequestros.

Contudo, apesar de se destacar no mundo do crime, Edvaldo sentia que lhe faltava algo: “Embora estivesse rodeado de muitas pessoas e frequentando festas, sentia uma tristeza profunda, um vazio muito grande e a depressão só aumentava.”

Ele lembra que a vida na penitenciária não foi fácil. “Seguia as regras da cadeia, vendo as pessoas serem espancadas e humilhadas. Presenciei homicídios e outros crimes. Porém, achava tudo normal, inclusive participava dos espancamentos, pois era muito agressivo.”

Por ter condutas desse tipo, Edvaldo se tornou influente dentro da prisão, envolvendo-se ainda mais no mundo do crime. Considerado um detento de alta periculosidade, em 2006 foi transferido para um presídio de segurança máxima, o Centro de Recuperação Penitenciária do Pará III. Foi dentro dessa cadeia que Edvaldo conheceu o UNP.

Recomeço

Ao todo, foram 9 anos preso. E, ao sair da cadeia, o recomeço não foi nada fácil. Ele teve dificuldades para conseguir um emprego com carteira assinada. Desempregado, chegou a morar nas ruas.

“Por várias vezes fiquei tentado a voltar para o crime, mas percebi que a minha vida não era mais essa. Foi então que me lembrei de todas as palavras ouvidas no programa de rádio ‘Momento do Presidiário’ e decidi procurar uma Universal”, conta.

Frequentando a Universal, Edvaldo passou a ter novos pensamentos e a sua vida foi tomando um rumo diferente, desta vez, para melhor. Conseguiu se inserir no mercado de trabalho e, há 3 anos, abriu duas empresas: uma de serviços automotivos e outra na área de construção civil. Constituiu família. Assim que pôde, passou a ser voluntário do UNP, e há 4 anos desenvolve trabalhos sociais dentro e fora das cadeias. Hoje ele está como na foto acima.

“Eu me sinto privilegiado por fazer parte desse trabalho e sou respeitado pelos presos, não porque fui um criminoso conhecido, mas sim porque hoje sou de Deus”, afirma.

Universal nos Presídios

Quer conhecer mais a respeito do grupo Universal nos Presídios? Acesse o blog oficial, clicando aqui. Para saber mais sobre o trabalho voluntário, procure a Universal mais perto de sua casa e informe-se.

(*) Com informações do Departamento de Comunicação Social e de Relações Institucionais da Universal (UNIcom)

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Colaborador

Da Redação (*) / Fotos: Cedida pela Universal e Susipe