Responsabilidade sim, pânico não

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Com o avanço do coronavírus no Brasil, crescem também sentimentos como medo e incerteza. Até que ponto nós devemos realmente nos preocupar? Em meio à avalanche de informações, a primeira recomendação é evitar o pânico. Ninguém pensa direito quando está desesperado. Por isso, a razão e a fé inteligente precisam ser acionadas na atual situação. Respire fundo. Dito isto, vamos aos fatos.

A rápida expansão do novo coronavírus pelo mundo levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar pandemia global no dia 11 de março. De lá para cá, o número de infectados se multiplicou. Até o fechamento desta edição, mais de 150 mil pessoas haviam sido infectadas, com mais de 5,5 mil mortes. O vírus já chegou a pelo menos 144 países em todos os continentes, exceto a Antártida.

A doença apresenta mais risco de morte entre pessoas acima de 60 anos, imunodeprimidas, em tratamentos oncológicos e com doenças crônicas, como diabetes. A taxa média de mortalidade é de 3,6%. A letalidade pode passar de 15% para pessoas acima de 80 anos. Pessoas com doenças cardiovasculares têm 10,5% de risco de morte e diabéticos, 7,3%. Em 80% dos casos os sintomas da doença são leves e semelhantes aos de uma gripe, com tosse seca, febre, dor no corpo e dor de garganta, enquanto 15% dos casos podem precisar de internação e 5%, de UTI.

E no Brasil?
Até o dia 16 de março, o Brasil já contabilizava pelo menos 200 casos, segundo dados do Ministério da Saúde.

A maioria dos casos brasileiros está na cidade de São Paulo. Além disso, os Estados de São Paulo e Rio de Janeiro já têm transmissão comunitária da doença, quando não é mais possível saber quem passou a doença para quem. Os números de casos devem continuar crescendo no Brasil.

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, informou, no dia 11 de março, sobre a negociação com o Legislativo para a liberação de até R$ 5 bilhões para ações de enfrentamento ao coronavírus. Além disso, o governo reabriu 5.811 vagas do Mais Médicos. Outra medida foi a antecipação da primeira parcela do 13º salário aos aposentados e pensionistas do INSS para abril, em uma tentativa de conter os possíveis danos econômicos. O início da campanha de vacinação contra a gripe foi antecipado para o dia 23 de março (confira reportagem na página 10 desta edição).

É muito grave?
Por ser uma doença nova, o Covid-19 ainda não tem tratamento específico nem vacina. Isso significa que tem o potencial de infectar muitas pessoas simultaneamente. Apesar disso, não devemos esquecer que o Brasil também enfrenta outras doenças perigosas. Os casos de dengue, por exemplo, aumentaram 20% em 2020, em relação ao mesmo período do ano anterior. Até 1º de fevereiro, foram registrados mais de 94 mil casos de dengue no País e 14 mortes, segundo o Ministério da Saúde. Além disso, foram registrados 18,2 mil casos de sarampo em 2019, com 14 mortes.

O que fazer?
Seguir as recomendações das autoridades sanitárias é fundamental. Neste momento, os esforços se concentram em reduzir a circulação de pessoas nas ruas das cidades mais afetadas. O objetivo é diminuir a velocidade de transmissão da doença. Pessoas idosas, com doenças crônicas e aquelas que puderem ficar em casa devem fazer isso. A recomendação é lavar as mãos constantemente com água e sabão por pelo menos 40 segundos e evitar tocar o rosto, principalmente olhos, boca e nariz. A OMS também sugere evitar contato físico com todas as pessoas, como aperto de mãos, abraços e beijos.

Juntas, essas medidas podem contribuir para uma propagação mais lenta da doença e ajudar na contenção do problema. Você está preparado para fazer a sua parte?

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Colaborador

Redação / Foto: Getty Images