Reduza o sal da sua alimentação

Entenda os riscos que o excesso dessa substância pode oferecer para a saúde

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O sal é usado como tempero na comida e está presente em uma série de alimentos como conservante. O consumo exagerado pode levar a doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), responsáveis por 63% das mortes no mundo e 72% dos óbitos no Brasil, segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O problema é que o brasileiro não é muito regrado ao consumi-lo. A quantidade ideal recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é de 5 gramas, o equivalente a dois gramas de sódio, mas nossa média diária ultrapassa 9 gramas.

De acordo com o médico cardiologista intervencionista Hélio Castello, CEO da Angiocardio e gestor do Serviço de Intervenções Cardiovasculares do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, as doenças cardiovasculares não transmissíveis são, em sua maioria, derivadas da aterosclerose, da hipertensão arterial e do diabetes. “O excesso de sódio causa acúmulo de água no organismo, participa do endurecimento dos vasos e eleva os níveis de pressão arterial, o que propicia piora em todo o quadro clínico.”

Segundo Castello, durante a pandemia, esses problemas se agravaram. “Por conta do isolamento, muitas pessoas pedem comida via telefone ou comem comida congelada que, para terem maior durabilidade, são feitas com maior quantidade de sal. Todos os alimentos que não são consumidos in natura devem ser observados com cuidado, visto que a taxa de sal, açúcar e produtos químicos tende a ser maior. Até mesmo na água mineral há presença de sódio”, adverte.

O médico Cristiano Dietrich, cardiologista do Hospital Moriah, em São Paulo, considera a hipertensão um dos principais males agravados pelo alto consumo de sódio. “Neste ano, o Ministério da Saúde apresentou os dados das doenças crônicas e a hipertensão acomete 24,5% da população. O maior problema é que ela não promove sintomas e, caso não seja tratada, aumenta o risco de desenvolvimento de doenças nas artérias, o que leva a maior risco de AVC e infarto do miocárdio e, em caso extremo, à morte súbita”, alerta. (Veja quadro ao lado).

A hipertensão é caracterizada pelo aumento das medidas da pressão arterial sistólica (140mmHg) e/ou diastólica (90mmHg). “A modificação do estilo de vida apresenta impacto significativo na redução da pressão arterial e é essencial no tratamento da doença. A prevenção da hipertensão arterial é baseada na adoção de uma vida saudável com uma boa alimentação, manutenção do peso adequado e prática regular de exercícios físicos”, orienta.

 

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Colaborador

Eduardo Prestes / Arte: Edi Edson