A sociedade parece viver uma crise de identidade e os limites entre certo e errado estão borrados. A situação chegou a um ponto tão crítico que nem mesmo a Justiça, com suas punições, consegue impedir que verdadeiros absurdos aconteçam. Por exemplo, as notificações de alguns crimes têm registrado aumento ano após ano, como no caso do assédio.

Recentemente, o caso da jovem carioca que buscava um trabalho em uma loja ganhou destaque. Em conversa por WhatsApp, o recrutador pede que ela envie “nudes” a ele, ou seja, fotos nua. A moça se nega e é dispensada da entrevista de emprego. Ao questionar se mandar nudes é exigência para conseguir o trabalho, o responsável pela seleção confirma que “só trabalha quem manda nudes ou faz o teste do sofá”.

O caso, que aconteceu em 2019, foi denunciado pela vítima do assédio, que também acionou a Justiça e processou o shopping, a loja e o assediador. A Justiça determinou que os três fossem responsabilizados e indenizassem a vítima, mas ainda cabe recurso.

Contudo o caso dessa mulher não foi o único no País. De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em 2022 cerca de 30 milhões de mulheres sofreram algum tipo de assédio, o que equivale a um caso por segundo. A professora e advogada Gicelli Paixão explica as características do crime: “o assédio sexual caracteriza-se por constranger alguém, mediante palavras, gestos ou atos, com o objetivo de obter vantagem ou favorecimento sexual, aproveitando-se da sua condição de superioridade hierárquica”.

O que se vê é a falta de princípios e valores, o que tem feito com que muitos deixem de respeitar o próximo, inclusive com o uso de palavras agressivas. Em Minas Gerais, por exemplo, a Justiça do Trabalho deu parecer favorável a um profissional que era hostilizado por seu superior. O trabalhador era chamado constantemente de “burro, inútil, imprestável”, o que configura assédio moral.

Mas se engana quem pensa que as infrações se concentram no assédio. A corrupção é outro exemplo. Um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) revelou que mais de 468 mil famílias receberam indevidamente o Auxílio Brasil em 2022, ou seja, pessoas que sabiam que não tinham direito ao benefício se cadastraram e receberam o valor indevidamente. Iniciativa semelhante é vista nas tentativas de burlar o Imposto de Renda, falsificar a carteirinha de estudante e comprar a Carteira de Habilitação. Essas situações nos fazem questionar se houve um “apagão” em relação ao conceito do que é certo e errado.

Se não há o menor pudor de desrespeitar leis e adotar posturas que podem implicar em punições, o que dizer de atitudes que não sofrem penalidades oficiais, como a mentira, a traição, a fofoca e a falsidade?

Inversão de valores
Não há estatística no mundo que consiga mensurar quantas pessoas vivem de acordo com bons princípios e valores na sociedade, mas, pelas notícias diárias, é possível perceber que muitos têm escolhido caminhos duvidosos.

Porém, antes de se aprofundar no tema, é necessário diferenciar os conceitos princípios e valores.

Princípios são preceitos universais que definem regras essenciais que orientam e permitem a convivência humana. Na prática, eles são como pilares para a conduta humana e servem de base para o desenvolvimento dos valores, que, por sua vez, são individuais e funcionam como uma bússola para guiar decisões e ações pessoais. Normalmente, os valores são passados por meio de tradições ou da família, mas, se não tiverem como base os princípios, se tornarão frágeis e facilmente modificados em razão das circunstâncias.

“Princípios e valores são, na essência, crenças que guiam nossas decisões e visão de mundo. Desde que nascemos, essas crenças têm nos formado e definido quem somos e o que fazemos. Alguns vivem por princípios e valores ditados pela religião em que nasceram; outros escolhem alguém como modelo e seguem sua filosofia”, explica o Bispo Renato Cardoso. São os resultados alcançados que mostram se o que se está seguindo é bom ou ruim, afinal, as escolhas têm consequências. Mas, mesmo assim, está faltando bom senso e sobrando ações impulsivas que corroem o ser humano.

Os valores familiares, por exemplo, estão entre os que mais correm risco atualmente, afinal em um mundo em que “pode-se fazer tudo” e em que o importante é “ser feliz”, famílias estruturadas são cada vez mais incomuns.

O resultado é que as pessoas crescem sem discernimento entre certo e errado e transformam a sociedade no caos que vivemos hoje.

Princípios de alto padrão
A verdade é que o ser humano, guiado pelo coração, é mestre em fazer escolhas erradas. Por isso, Deus deixou um manual: a Bíblia Sagrada. Alguns a consideram ultrapassada e outros a seguem e têm atingido bons resultados. “A inteligência espiritual me ensina que, se princípios e valores ditam a minha vida e eu quero ter a melhor qualidade de vida possível, então devo adotar os melhores princípios e valores que existem: os de Deus.

O Senhor Jesus os viveu, os ensinou e nEle não houve mau exemplo, como encontramos em todos os outros ‘grandes’ líderes que ensinaram muitas coisas boas, mas também fizeram coisas más”, diz o Bispo Renato.

Cabe ressaltar que ser um verdadeiro cristão não é fácil, afinal o padrão estabelecido por Deus é superior ao deste mundo. Mas, por meio de Sua Palavra, Ele abre os olhos dos sinceros e aqueles que decidem verdadeiramente seguir Seus princípios e valores têm a segurança de tomar decisões que fazem bem e auxiliam no desenvolvimento pessoal, familiar, profissional e espiritual. “Não é sorte. É escolha. E ela está também ao seu alcance”, assegura o Bispo Renato.

Faça uma autoavaliação: ao olhar para os resultados que você tem alcançado, quais têm sido os princípios e valores que você tem seguido? Se for preciso mudar de rumo, a hora é agora.