Quais as limitações da zona de conforto?

Saiba como o conformismo impede o seu crescimento

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A comodação é um assunto sério. Apesar disso, muitos fingem que não a veem exatamente pela conveniência de não ter que fazer nada para modificar essa situação. O pior de tudo é que ficar permanentemente na zona de conforto limita as suas chances de progresso e pode trazer consequências nada agradáveis no futuro não tão longínquo em diversas áreas, como na profissional, na da saúde e até na dos relacionamentos. Cada um sabe onde o sapato aperta e se ainda não tem noção do que o conformismo representa é necessário avaliar a sua vida para encontrar os motivos para estar acomodado.

Para o life coach Diego Quiroz, de 46 anos, formado pela Fowler International Academy, nos Estados Unidos, a modernidade contribui em parte para a acomodação. “Junto com o desenvolvimento urbano, ela trouxe facilidades, como ficar mais em frente à TV e o delivery de comida, entre outras, e mudou a vida das pessoas. Hoje, nós também trabalhamos em atividades competitivas e cerebrais durante muitas horas e, quando o indivíduo dá uma parada, ele não quer ficar pensando em sair da zona de conforto. Ele só quer relaxar e se acomoda por causa disso”, analisa.

Quiroz também avalia que a acomodação estabelece uma intrínseca relação entre a preguiça, o medo e a falta de visão. “Por se acomodar, as pessoas acabam perdendo a vontade de mudar sua situação e não utilizam plenamente as faculdades mentais e físicas. Há medo também de ser capaz de fazer isso. É como quando você faz exercício e o seu corpo fica condicionado. Se nós ficamos mais preguiçosos, perdemos a visão de como usar o nosso corpo e a nossa mente e deixamos de utilizar uma das máquinas mais fantásticas que temos e que foi criada para ser funcional”, explica.

Por outro lado, ele destaca que há pessoas que se tornam soberbas e também se acomodam. “As pessoas têm uma tendência a preservar isso, a somente querer mais tempo para o lazer e até para não fazer nada, sem pensar em trabalhar ou estudar. Eu particularmente acho que a soberba vem disso, de tentar preservar essa maneira de vida até sem avaliar ou achar que se chegou no ponto máximo”, opina.

Para ele, a estagnação também pode trazer impactos à saúde do indivíduo. “Há várias literaturas na medicina que dizem que o corpo para ser saudável tem que se movimentar, se alimentar bem e, se você não faz isso, há reflexos. A ansiedade e a depressão são comuns em pessoas que estão na zona de conforto e deixam o indivíduo letárgico. Chega num ponto em que ele não sabe o que fazer e começa a ficar ansioso, mesmo que pareça estar na zona de conforto.”

Para Quiroz, as pessoas não saem da zona de conforto porque ficam acostumadas demais a ela. “Tem que quebrar com esse paradigma e entender a necessidade do seu corpo e da sua mente. Quem se realiza em qualquer área é quem continua buscando e avançando. O primeiro passo é ver onde está a estagnação. É muito fácil se revoltar com a acomodação: simplesmente veja como está a sua vida e se os seus objetivos foram alcançados”, recomenda.

Revolta inteligente
Mas nem todos conseguem fazer isso. O Bispo Júlio Freitas já comentou em seu blog como é a relação das pessoas com a zona de conforto. “Muitos, infelizmente, ao verem esta situação de injustiças e de perdas, o que é que fazem? Nada, absolutamente nada! Esperam que, com o passar do tempo, as coisas melhorem, que os outros os ajudem e que por ‘sorte’ o seu destino mude. E, pelo fato de ficarem passivos diante das situações negativas, as suas vidas são de completo fracasso e derrota”.

Ele explica que, se não há uma atitude de quem está conformado em relação ao que acontece em sua vida, nem mesmo o poder de Deus é capaz de alterar a estagnação. “Afinal, o acomodado se adapta, se conforma e se acostuma aos problemas. Nem Deus pode fazer nada por ele, ainda que seja o Todo-Poderoso, pois, Ele está sempre sujeito à nossa ação e, como não há ação por parte do acomodado, então, Ele fica impossibilitado de reagir. Deus quer fazer uma reviravolta na nossa vida, mas, para isso, tem que haver em cada um de nós uma revolta”, esclarece.

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Colaborador

Eduardo Prestes / Foto: Getty Images