Por que sua vida está parada?

Viver em função de alguém ou algo gera em você um estado de anulação. Veja como mudar isso

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Muitas pessoas podem estar sofrendo de dependência emocional e nem se deram conta disso. Ciúme, possessividade, agressividade e a necessidade de controle são os sintomas mais comuns dessa relação fora do normal que afeta pais e filhos, esposas e maridos, amigos e até o trabalho. Quando intensificada pelas mágoas, ela também pode suscitar sentimentos como insegurança, ansiedade e, dependendo do caso, levar a sérias consequências, como depressão.

Há quem viva em função da vida do outro, de sentimentos em relação a outras pessoas ou de atividades para preencher sua rotina, dando a elas atenção integral e deixando de viver de forma plena. Com isso, entram em um estado de anulação total e não desenvolvem todas as suas potencialidades. Contudo esse tipo de relacionamento, que pode ser representado pelo excesso de zelo, não é saudável e, muitas vezes, para conseguir reconhecer e compreender o problema, é necessário buscar ajuda.

Medo da vida
A psicóloga clínica Vania de Moraes Salles, da Pro Bem Assessoria em Psicologia, em São Paulo, com experiência no atendimento de adolescentes, adultos e famílias, explica que o problema também é conhecido como codependência.

“É um quadro emocional que acaba comprometendo as pessoas e se percebe que surge o medo de não tomar decisões corretas e de ser rejeitado. A pessoa tem sentimentos de insatisfação que, na verdade, são em relação a ela mesma, pois ela precisa do outro para se sentir bem. O principal sintoma é o medo da solidão.”

Vania esclarece que a dependência emocional desencadeia emoções negativas e até desejo de autodestruição: “a pessoa vive em função do outro, mas, na verdade, não se conhece, tem baixa autoestima e um cuidado excessivo com o outro porque ele é sempre considerado melhor e ela necessita da aprovação dele para se sentir bem. Ela pode ter excesso de ciúme e também desenvolver transtorno obsessivo-compulsivo”.

Ela diz ainda que também podem ocorrer oscilações de humor. “A pessoa ora está bem, porque está do lado de quem ou do que depende, ora está mal porque percebe algo que a ameaça. Isso acontece entre amigos, familiares e pessoas do trabalho”.

Com o trabalho, especificamente, também pode ser criada uma forte relação de dependência emocional. “Se um dia ela perder esse trabalho, ela adoece, não sabe fazer outra coisa e é como se o trabalho fosse mais importante do que tudo e responsável por sua felicidade”, diz Vania. Ela ainda destaca outros tipos de dependência: “às vezes, até na escola um aluno pode criar uma dependência da professora”. Ela afirma que é necessário ficar alerta: “se a pessoa não tem limites na infância e na adolescência, não vai conseguir enfrentar a fase adulta quando tem que lidar com uma série de regras”.

Quem ocupa o seu coração?
O Bispo Renato Cardoso já abordou a dependência emocional em recentes palestras realizadas no Templo de Salomão e explica que ela também acontece porque o ser humano é emotivo. “Ele interage e tem sentimentos bons e ruins em relação às outras pessoas e também em relação a si mesmo. Então, alguém sempre vai ocupar o seu coração: alguém que você ama ou despreza, alguém que você tem mágoa, etc.”

Ele destacou que há inúmeros casos de pessoas que vivem em função de outras e que isso revela quem ocupa de fato o coração delas. “As pessoas podem ter em seu coração alguém que representa tudo para elas: o filho, o marido, namorada, mãe, pai, uma profissão, etc. Tem até quem tenha uma celebridade como alvo da sua paixão. Você vê pessoas que fazem qualquer negócio pela celebridade ou pelo time de futebol: viajam, agridem, se vendem, porque elas têm aquela pessoa em alta estima no coração delas”, esclareceu o Bispo.

Ocorre que, quando o coração de uma pessoa está ocupado por algo ou alguém, ele não tem espaço para Deus. Então, a vida dela não se desenvolve. “Quando esta pessoa que mora no seu coração, por boas e más razões, não é o Espírito Santo, não é Deus – que é o Único que tem condições de ocupar o primeiro lugar e sentar no trono do nosso coração –, outra pessoa vai ocupar esse lugar e fazer com que você viva em função dela”, disse.

O problema é que esse ciclo nunca termina: “você é o planeta e ela é o sol, então você gira ao redor dela. E, naturalmente, as consequências disso são as piores possíveis porque ninguém tem condições de ocupar esse lugar no seu coração sem decepcionar você”, advertiu o Bispo Renato.

Falta dos pais
A decepção era o sentimento da educadora física Eli Barros Ferreira, (foto abaixo) hoje com 41 anos. Ela conta que uma das grandes mágoas em sua vida foi nunca ter conhecido seu pai. Ela lembra como foi sua infância: “quando eu tinha 7 anos, minha mãe faleceu, fui criada por uma avó que era bastante rígida. Eu sentia um grande vazio. Com 9 anos, comecei a jogar basquete para suprir aquela falta, me dediquei e fiz parte da seleção estadual, mas foi uma felicidade momentânea”, reflete.

Na adolescência, Eli chegou a tentar o suicídio duas vezes. “Depois dessa fase, comecei a trabalhar com natação e a dar aulas. Parecia que eu tinha me encontrado e estava me destacando, mas passavam os anos e eu sentia a falta de algo que não sabia explicar o que era. Achei que fosse hora de namorar e passei a me dedicar totalmente ao meu namorado, mas ainda sentia falta de algo”.

Com o passar do tempo, Eli se formou em educação física e passou a se dedicar à profissão. “Internamente, eu achava que estava bem, mas, quando parava, eu via que ainda não era aquilo que bastava. Eu focava tanto no trabalho que ele chegava a me fazer mal. Eu trabalhava várias horas seguidas e cheguei a ter crise de pânico, não dormia à noite e ficava frustrada por não atingir meu objetivo.”

Eli mora hoje em Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul, mas viveu boa parte de sua vida em Nova Andradina, no interior do Estado. Ela conta que foi lá que ela ouviu algo que nunca tinha ouvido antes: “eu atendia um casal que era cristão e, certo dia, durante uma aula, o marido me disse que eu tinha um ar de tristeza. Eu falei que estava tudo bem, mas ele insistiu e me disse ‘você precisa conhecer Jesus’. Foi em um ano em que explodiu em mim a depressão e, do nada, vinha aquela insegurança. Como era uma cidade pequena e eu não conseguia dormir, eu ficava andando de bicicleta ou a pé até amanhecer”.

Eli conta que os vizinhos até chegavam a pensar que ela era dependente de drogas porque passava as noites em claro.

“Certa noite, eu olhei para o céu e disse que se Deus existisse que Ele teria que me provar. No sábado de manhã, eu estava passando em frente a uma Universal e um voluntário me ofereceu um exemplar do jornal Folha Universal e perguntou se podia fazer uma oração por mim. Eu acabei aceitando mais por educação”, lembra.

Mas, para sua surpresa, aquela atitude foi positiva. “Voltei para casa e dormi bem a semana inteira. Depois resolvi ir à reunião no domingo. Quando o pastor começou a pregação, parecia que estava falando da minha vida. Entendi que a falta não era da minha mãe ou do meu pai, era única e exclusivamente a falta de Deus. Em três meses me converti e mudei.” Ela comemora a mudança que obteve: “antes eu era uma pessoa bem difícil, mal-humorada e brigava muito. Minha avó foi a primeira a notar a minha transformação”, relata.

Eli recebeu o Espírito Santo e hoje faz parte do Grupo de Evangelização da Universal como coordenadora e obreira voluntária. “Entendi que teria que fazer tudo para a vencer a velha Eli. Uma das coisas mais difíceis foi pedir perdão às pessoas, mas eu as procurei e fiz isso.” Ela deixa uma dica: “não adianta buscarmos a solução em várias direções ou até nas coisas ensinadas pela nossa família. Só vamos encontrar a cura interior com o caminho da fé, que é o Senhor Jesus”, conclui.

Ansiedade e dependência
O empresário Antônio da Silva Melo, (foto abaixo) de 43 anos, mora em Sumaré, interior de São Paulo. Ele lembra como foi sua infância: “sou filho de nordestinos e vim aos dois anos para São Paulo. Minha família saiu de Caruaru, em Pernambuco, e, por isso, me considero praticamente paulista. Meu pai, minha mãe, eu e meus quatro irmãos sempre tivemos uma vida simples por causa da pobreza. Eu cresci naquele sistema que nada era acessível para nós por falta de dinheiro e que não seria possível conquistar uma vida melhor”.

Antônio diz que essa mentalidade de sempre depender dos outros o acompanhou durante muito tempo e as dificuldades pareciam sempre intransponíveis. “De qualquer forma, eu não desistia. Terminei o 2º grau (hoje ensino médio), mas isso não foi garantia de mudança. Eu sempre trabalhei muito, mas via que a vida continuava emperrada. Eu ficava seis meses em um emprego, depois mudava e as coisas não progrediam, apesar da minha dedicação”, lembra.

Sem ver mudanças em sua vida, apesar do esforço, Antônio resolveu se mudar para outro Estado. “Fomos para o Paraná, mas depois de um tempo tivemos que voltar. Já estava casado e, quando voltamos, eu estava desempregado.

Fiquei na dependência da família para sobreviver. Foi uma época difícil em que eu recebi cestas básicas de parentes por quatro meses.” Ele recorda que foi nessa ocasião que ele decidiu usar a Fé. “Nesse período, eu e minha esposa resolvemos apostar no trabalho da Universal, pois, quando eu era criança, vi a cura da minha mãe que tinha asma.”

Contudo Antônio diz que ele e a esposa estavam na Igreja, mas não obedeciam a Deus e que isso teve consequências: “eu não tinha trabalho, fazia tudo com medo e não tinha confiança em mim porque o problema era eu mesmo. Eu estava sempre ansioso, fazia planos para o futuro, não conseguia nada e me perguntava o que faria no dia seguinte. Eu não vivia o presente, mas como poderia, se eu só pensava em uma forma de pagar as contas? Minha mente era fechada”.

Então, a esposa de Antônio, Tatiane, lhe disse que eles estavam fazendo algo errado. A partir daí, decidiram agir diferente. “Na Fogueira Santa de 2020, resolvemos colocar tudo para Deus no Altar. Então, Ele deu a direção de abrirmos um negócio e alcançamos várias bênçãos. Deus foi trabalhando e mudando nossa visão das coisas e desencadeando em nós a confiança por meio dos votos e dos propósitos de fé. Assim, aquela desconfiança, aquela indecisão, a dependência dos outros foram embora”, relembra.

Para quem não acredita que possa se livrar da dependência de outras pessoas Antônio aconselha a não desanimar: “você que sofre não jogue a toalha. Se lance no Altar porque o Altar de Deus dá a você além daquilo que você imagina. Se entregue a Ele e tudo vai acontecer na hora certa. Acima de tudo ocorrerá uma mudança interior porque, se ele não estiver mudado, o exterior não vai mudar. Eu tenho certeza da minha Salvação e Deus está acima de todas as coisas para mim”, finaliza.

Príncipe encantado
A professora Ellen Correia tem 56 anos (foto abaixo) e mora no bairro da Mooca, na zona leste de São Paulo. Há 22 anos ela estava noiva e lembra de como era o seu relacionamento: “eu namorava há quatro anos e o relacionamento estava superbem. Fazíamos tudo juntos e eu sempre falava que ele era o meu príncipe encantado. Ele era uma pessoa incrível, estávamos muito felizes e nossas famílias se davam muito bem”.

Nessa época Ellen fazia faculdade no interior de São Paulo e algo inesperado aconteceu. Era um sábado de manhã, quando ela decidiu ficar dormindo um pouco mais por ter chegado tarde da noite da faculdade. “Nessa manhã, meu noivo foi à casa em que eu morava com meus pais antes de viajar ao litoral e, ao ver que eu estava dormindo, acabou convidando meu pai para ir com ele. Na volta para São Paulo, eles sofreram um acidente grave. Meu noivo ficou inconsciente por três dias e depois faleceu. Meu pai perdeu a memória por um tempo.”

Ellen revela que perdeu totalmente a razão de viver: “eu dormi como se a minha vida fosse um conto de fadas e de repente o meu castelo desabou. A pessoa principal da minha vida tinha falecido e foi muito difícil. Eu não sabia lidar com aquilo. Uma amiga da minha mãe, que era espírita, começou a me dar notícias de que ele estava em um hospital espiritual. Eu me me agarrei a essa informação que me apaziguava”.

Ela passou a ter uma rotina em que o noivo continuava presente. “Fiquei cultuando uma pessoa morta e ia ao cemitério para conversar com ele no túmulo dele. Quando chovia, eu esperava a chuva passar e secava o túmulo. Eu ia tomar café e colocava o café para ele também. Fiz isso por três anos e cultuei uma pessoa que não existia. Quando eu via que alguém estava interessado em mim, me afastava, pois tudo o que eu fazia girava em torno do meu noivo”.

Tudo isso atrapalhou a vida social de Ellen: “eu comecei a beber porque não conseguia dormir. Tive transtornos de conduta e minha família não me deixava sozinha, pois tinha receio de que algo acontecesse comigo. Até quando eu tomava banho tinha alguém da família cuidando de mim”. Ela lembra que sua vida parou no tempo: “minha ficha só caiu quando minha mãe fez um bolo de aniversário de 27 anos para mim, mas na minha cabeça eu tinha 24. Foi até difícil de lembrar o que tinha feito nesses três anos”.

Pouco tempo depois, Ellen foi à Universal a convite de uma amiga. Nessa época, ela já tinha se casado, mas vivia um relacionamento conturbado. “Eu pensei que não tinha nada a perder e fiquei admirada com o que vi. Eu olhava as pessoas e via a intimidade delas com Deus. Naquele dia, eu não bebi e dormi a noite toda. Meu atual marido, que também tinha problemas com drogas, começou a ir à Igreja uma semana depois. Ali começou nossa cura.”

Os dois se libertaram dos traumas, medos e vícios. “Foi quando recebemos o Espírito Santo e passamos a servi-Lo em Sua Obra.” Ela reforça a importância de não viver em função de alguém: “as pessoas precisam conhecer o Autor da Vida, o Autor do Amor. Nessa vida, a única certeza é que um dia vamos morrer. Você dorme e pode perder o emprego ou um parente, mas não nos preparamos para isso. Não podemos ficar apegados a nada nem a ninguém. O Único que nunca vai nos decepcionar é Deus porque ele é o Caminho e a Verdade.Ele é tudo”, afirma.

Troca no Altar
Para quem quer se livrar da dependência emocional, a escolha pode não ser fácil, mas é certeira: basta entregar a vida a Deus em Seu Altar, pois ela tem o poder de dar uma nova identidade a quem sofre ou passa por mágoas, abusos e traumas que as remete à codependência. Esse é o Novo Nascimento. “Ele significa que a velha pessoa que está dentro de você vai morrer e você nascerá de novo”, afirma o Bispo Renato Cardoso.

Se você quer alcançar essa cura para tudo que impede que você tenha uma vida plena, procure a Universal mais próxima e participe das reuniões que vão orientá-lo a encontrar a transformação que a sua vida necessita.

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Colaborador

Eduardo Prestes / Fotos: Cedidas, Demetrio Koch e getty images