Perseguição aos cristãos aumenta em regimes autoritários

Relatório da Anistia revela execuções em massa e repressão religiosa

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A perseguição aos cristãos continua crescendo em diversas partes do mundo, especialmente sob regimes autoritários. O mais recente relatório da Anistia Internacional, divulgado em abril deste ano, revelou 1.518 execuções em 2024, um aumento chocante de 32% em comparação com 2023. Trata-se do número mais alto registrado na última década.

Contudo, esse número ainda está longe de refletir a realidade total. Isso porque o relatório não inclui os milhares de casos ocultos de execuções realizadas na China, na Coreia do Norte e no Vietnã — três países onde a liberdade religiosa praticamente não existe.

Por que isso importa:

Além do crescimento das execuções, a repressão à fé cristã ganhou novas formas. Em países como China, Irã, Coreia do Norte, Vietnã e Arábia Saudita, crer em Jesus pode custar a vida. Em muitos casos, simplesmente possuir uma Bíblia ou participar de um culto já é suficiente para ser preso, torturado ou executado.

Esses regimes não apenas restringem a fé, mas também manipulam as religiões para manter o controle absoluto da população. Por isso, a perseguição religiosa se tornou uma ferramenta política, um método cruel de silenciar vozes que professam valores diferentes dos impostos pelo Estado.

Panorama global da repressão:

1. China: execuções secretas e repressão sistemática

Embora a China não divulgue estatísticas oficiais, especialistas estimam milhares de execuções por ano, muitas delas ligadas à perseguição de minorias religiosas.

Além disso, o Partido Comunista Chinês censura o conteúdo bíblico e obriga igrejas a substituir versículos por propagandas estatais. Assim, o Cristianismo sofre constante descaracterização.

2. Coreia do Norte: fé é crime de Estado

Desde 2001, os EUA classificam a Coreia do Norte como um “País de Preocupação Particular” por causa da repressão extrema à liberdade religiosa.

No país, orar em voz alta, possuir uma Bíblia ou ensinar os filhos sobre Jesus pode resultar em prisão perpétua ou pena de morte. O governo monitora com rigidez qualquer atividade religiosa e trata qualquer manifestação de fé como um ato de traição.

3. Vietnã: intolerância disfarçada de legalidade

O Vietnã está na Lista de Observação Especial do Departamento de Estado dos EUA, por evidências confiáveis de violações severas à liberdade religiosa.

O país não apenas restringe o culto cristão, mas também persegue minorias religiosas através de leis ambíguas, ameaças e intimidações.

4. Irã: extremismo religioso como política oficial

Em 2024, o Irã executou pelo menos 972 pessoas, um número que escancara a violência do regime.

Embora permita certa liberdade para comunidades não muçulmanas, o governo persegue cruelmente qualquer convertido ao Cristianismo. Os convertidos são tratados como ameaça à segurança nacional e, frequentemente, acabam presos ou executados.

A Constituição iraniana, criada após a Revolução Islâmica de 1979, legitima a jihad religiosa como missão militar, reforçando o caráter fundamentalista do regime. Além disso, um extenso aparato de segurança monitora, censura e reprime qualquer expressão de fé não controlada pelo Estado.

5. Arábia Saudita: repressão em nome da moral islâmica

O reino saudita já foi classificado 13 vezes como “País de Preocupação Particular”. Em 2024, executou pelo menos 345 pessoas, o dobro do ano anterior.

As leis de blasfêmia e apostasia criminalizam qualquer religião que não seja o islamismo. Os castigos incluem açoites, longas penas de prisão e até a pena de morte. O culto público de outras religiões é estritamente proibido, mesmo em reuniões privadas.

Além disso, a Arábia Saudita possui agências específicas para fiscalizar se os muçulmanos praticam a fé da forma “correta” — ou seja, da maneira aprovada pelo Estado.

O que está em jogo:

A liberdade religiosa, um dos direitos humanos mais básicos, está sob ataque. Governos autoritários ao redor do mundo utilizam a repressão da fé como forma de manter controle sobre o povo e eliminar vozes divergentes.

No entanto, mesmo diante de perseguições, milhões de cristãos seguem firmes na fé. Eles enfrentam prisões, torturas e ameaças diárias, mas não negam a verdade do Evangelho.

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Redação / Foto: iStock