O vilão da saúde escondido nos alimentos industrializados

Entenda por que é importante refletir sobre os riscos que o alto consumo de sódio traz à saúde e, dessa forma, reduzir a ingestão

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Em um mundo que preza pela rapidez, os alimentos industrializados entram no cardápio diário ainda na infância. Apesar de toda a praticidade, há um alto nível de sódio que a população ingere sem ao menos saber sobre os prejuízos que o excesso desse mineral traz ao organismo.

O sódio é a substância que faz do sal um grande vilão. Ele é tão perigoso que a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o consumo de apenas 5 gramas por dia. Contudo estima-se que o brasileiro consuma pelo menos o dobro. “O sal está contido na grande maioria dos alimentos industrializados, como presunto, queijo, sopa, cereais matinais e margarinas. Esse tipo de alimento já contém uma miligramagem excessiva. Às vezes um único alimento já excede o que poderíamos consumir em 24 horas”, explica a cardiologista
Seliny Campelo.

Nesse cenário, a OMS lançou no início do mês passado um documento que estabelece novas referências globais para a quantidade de sódio presente em aproximadamente 60 grupos de alimentos e que servirão de parâmetro para que os países reduzam o teor de sal. O objetivo é promover uma melhoria na qualidade da alimentação e na saúde e reduzir o número de pessoas com enfermidades em razão da ingestão dessa substância. O guia serve como um caminho para alcançar a meta estabelecida pela própria OMS de reduzir em 30% o consumo de sal até 2025.

Problemas de saúde
O produto, que é utilizado como tempero, mas também como conservante em alimentos vendidos prontos para o consumo, está associado a doenças cardiovasculares. Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), essas enfermidades são as que mais matam em todo o mundo. Só no Brasil, de janeiro a 26 de maio de 2021 foram registradas mais de 161 mil mortes por doenças cardiovasculares, de acordo com o sistema Cardiômetro, desenvolvido pela Sociedade Brasileira de Cardiologia.

Para não constar desta estatística basta investir em pequenas mudanças de hábitos alimentares, explica Seliny Campelo: “pacientes que reduzem o consumo de sal melhoram consideravelmente a pressão arterial. Às vezes, conseguimos reduzir a prescrição de medicamentos só pela melhoria do estilo de vida e dos hábitos alimentares. É importante pontuar que jovens, adolescentes, crianças ou adultos que consomem muito sal têm mais chances de desenvolver a hipertensão. Por isso, a redução do sódio é benéfica para todos”, finaliza.

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Colaborador

Cinthia Cardoso / Arte: Edi Edson