O vazio que você vem carregando dentro de você tem nome

Saiba o que é esse sentimento, conheça histórias de quem se livrou dele e entenda o que é preciso fazer para não se sentir mais solitário

Embora o termo solidão tenha surgido há pouco mais de dois séculos para designar o misto de sensações como angústia, vazio, tristeza, medo e dor, este sentimento não é novo.

A solidão já foi abordada pela Bíblia em seus versículos, retratada por pintores em diversos quadros famosos, tema de vários filmes e também alvo de estudos científicos na tentativa de entendê-la. Hoje ela parece ter se tornado o grande mal da vida moderna.

Nos grandes centros urbanos, por exemplo, é cada vez mais comum que as pessoas não conheçam os vizinhos que moram ao lado, o que demonstra um isolamento nunca antes visto. Fora das metrópoles há também quem se sinta sozinho, como se um imenso vazio oceânico o acompanhasse permanentemente. Há ainda quem não perceba que está envolvido em situações como essa ou o que é ainda pior: não faça nenhuma ideia de como se livrar desse sentimento frustrante.

A solidão espiritual
Para o Bispo Renato Cardoso, embora o problema seja sério a ponto de ser tratado como epidemia mundial, muitos não estão atentos a outro tipo de solidão: a espiritual. “É a pior que existe. Ela pode ser sentida até no meio da multidão. A pessoa pode estar em uma festa, como aconteceu comigo, em família, com pessoas que ela ama e que a amam e se sentir solitária, desamparada, como se nada nem ninguém que está ao seu redor pudesse preencher e satisfazer o que está dentro dela. Esta é a solidão espiritual. É a solidão de quem está longe de Deus”, explica.

Contudo ele esclarece que a solidão espiritual só pode ser resolvida de uma forma: “quando você abre o coração da sua vida para o Senhor Jesus”. É por isso, conforme ele diz, que “a solidão espiritual é uma das razões pelas quais Deus quer habitar dentro de nós: é para que não venhamos a ser como uma casa vazia, sem móveis, sem nada, só as paredes”. Ele faz a seguinte comparação: “quando você entra em uma casa assim, você ouve até eco da sua voz e dos barulhos feitos ali dentro. Tem gente que dá para ouvir o eco dentro da alma dela”.

O Bispo recorda que o rei Davi temeu a solidão espiritual. “Depois que ele caiu no pecado, no Salmo 50, ele orou a Deus e disse: ‘não me lances fora da tua presença, e não retires de mim o teu Espírito Santo’.” O Bispo afirma que a pessoa que tem vivido para si e ignorado a Deus, ainda que Ele queira fazer parte da vida dela, sente essa solidão espiritual. “Esse vazio na alma é basicamente a ausência do Espírito Santo dentro dela. Existem pessoas que morrem espiritualmente ainda que Deus esteja ao redor delas”, ressalta.

Ele diz que isso ocorre porque essas pessoas não abrem o coração para que Deus o preencha. “Jesus disse: ‘Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo’ (Apocalipse 3.20). Quer dizer, Deus é um gentleman, Ele não vai invadir a vida de ninguém e dizer: ‘eu vou entrar aí’. Não. Deus está esperando alguém abrir a porta. Então, se você abre a porta do seu coração e o convida para fazer parte da sua vida, Ele vai entrar e você não vai mais ter essa solidão”, ensina.

“Hoje eu tenho vida”
Perceber que a ausência de Deus é a causa da solidão espiritual nem sempre é tarefa fácil e livrar-se dela muito menos. A empresária paulista Lucia Maria Sabino Fernandes, (foto abaixo) de 49 anos, conta que sofreu com esse problema desde a infância, sem entender o que estava enfrentando. “Somos quatro mulheres e dois homens na minha família e eu sempre ouvia que entre as filhas eu era a mais feia e que nunca conseguiria namorar. Para o meu pai, eu era a mais burrinha e a mais lerda. Nos dias de festa, eu me sentia ainda mais só. Eu ficava emburrada e não conseguia me misturar com as outras pessoas. Eu tinha até medo de abrir a boca e falar alguma besteira”, relata.

Ela conta que foi se tornando revoltada e se fechando cada vez mais. “Eu era tão carente que fazia um monte de cursos para ver se o meu pai me valorizava. Até para arrumar emprego era difícil, pois eu achava que não tinha condição para isso. A relação com meus irmãos também não era boa. Eu ouvia vozes que me mandavam matá-los e uma vez empurrei minha irmã de uma ribanceira. Depois, as vozes diziam que eu tirasse minha própria vida, até que um dia eu pulei na frente de um carro e ele parou bem em cima de mim.”

Lucia diz que não via alegria em nada, até que conheceu quem seria seu futuro marido. “Ele era uma pessoa maravilhosa e eu pensei: ‘agora vou ser feliz’, mas a felicidade durou pouco. Eu engravidei logo que casamos e, quando minha filha nasceu, como ela chorava muito, meu esposo saía e me deixava sozinha. Então, fui ficando nervosa e os sentimentos de desprezo, tristeza e vazio voltaram novamente. Entrei em depressão”, revela.

Apesar de todo sofrimento, Lucia conseguiu um emprego em uma loja. Ela descreve o que aconteceu: “lá, eu conheci uma amiga que falou que conhecia um Deus que podia mudar minha situação. Ela me disse: ‘antes de você se separar, vá a um lugar comigo’ e me levou à Universal. Eu fiquei com receio no primeiro dia, mas, ao mesmo tempo, me senti melhor depois da oração, como se um peso tivesse saído dos meus ombros. Então, decidi frequentar a Igreja, apesar do meu marido ser contra”.

Contudo Lucia queria tanto resolver o problema do seu casamento que não dava prioridade a Deus: “eu só entendi que precisava fazer isso quando uma obreira me perguntou se eu tinha o Espírito Santo e falou: ‘se a senhora não tiver o Espírito Santo, vai para o inferno’. Eu percebi que tinha que focar em tê-Lo, pois eu vivia a solidão espiritual que me fazia infeliz e me sentir na escuridão. Então, eu fiz os propósitos até alcançá-Lo.

Depois de resolver o meu problema interno, eu consegui consertar o meu casamento”.
Hoje Lucia diz que é completamente feliz, mesmo quando seus familiares não estão com ela. “Posso até ficar pensativa quando tenho algum problema, mas não vivo infeliz. É como se eu tivesse nascido de novo. Não tenho mais nenhum vestígio de solidão e sou completa.

Tenho minha loja e outros bens, mas sei que nada disso substitui o Espírito Santo dentro de mim. Não abro mão dEle. Podem me falar o que quiserem. Antes eu era um tipo de zumbi e hoje tenho vida”, conclui.

“Deus está ali, mas não o deixamos entrar”
O empresário Fernando Pereira da Silva, (foto abaixo) de 57 anos, morador do Tremembé, bairro na zona norte de São Paulo, achava que seus pais viviam em perfeita sintonia. “Eu admirava o relacionamento dos meus pais porque via amor ali. Eu sonhava em repetir aquilo na minha vida e por isso buscava um modelo de mulher baseado na minha referência materna, uma companheira e alguém fiel. Namorei uma moça cinco anos e, depois, dois anos e meio com outra, mas os relacionamentos não deram certo.”

As sucessivas decepções amorosas mudaram a conduta de Fernando: “eu passei a sair e a buscar nas baladas alguém que me completasse e preenchesse o meu vazio. Eu sempre procurava um relacionamento estável, pois eu não era de ficar pulando de uma relação para outra, mas houve época em que eu saía à noite e chegava a ficar com mais de uma pessoa na mesma semana sem ter nada sério. Também conheci uma moça e coloquei todas as minhas expectativas de realização nela, o que também não deu certo”.

Em decorrência disso, a solidão dele só aumentava. “Fui me desgastando cada vez mais. Um dia cheguei de manhã em casa e peguei a foto da minha última namorada e atrás dela estava escrito: ‘Eu te amo e Jesus te ama’. Então, lembrei que, apesar de ter estudado em colégio de freiras, nunca tinha lido a Bíblia. Peguei uma que servia de enfeite em casa e comecei a lê-la pelo Novo Testamento, que falava de Jesus. Eu dobrei meus joelhos e disse: ‘ó Senhor, me mostre um caminho. Eu não aguento mais’.”

Fernando deitou e dormiu profundamente, mas acordou com o telefone tocando. “Eu atendi e era uma senhora ligando para minha irmã, que não estava em casa. Durante a conversa, eu me abri com ela. Ela falou que era comerciante, que tinha morado debaixo da ponte, que o marido teve um problema no coração e com bebidas alcoólicas e, por fim, disse: ‘olha eu vou na Igreja’. Em seguida, eu perguntei qual era e ela falou que era a Universal. Na hora, eu pensei: ‘poxa, do Bispo Macedo’, mas, no meu íntimo, uma voz disse: ‘você pediu um caminho e Deus lhe mostrou’.”

Ele resolveu conhecer a Universal e participar ativamente dos propósitos de fé. “Conheci a minha esposa, Tânia, e me casei na Universal. Me lembro que, quando fiz minha oração em casa, eu me coloquei aos pés de Jesus e me derramei para Ele. Foi a partir dali que comecei a me levantar, mas isso só aconteceu porque coloquei Deus em primeiro lugar. Sem Jesus não existe felicidade, pois Ele disse: ‘Eu sou o caminho, a verdade e a vida’.” (João 14.6). Hoje ele reconhece qual era o problema: “Deus sempre está ali, do nosso lado, mas não O deixamos entrar”.

Fernando admite que errou ao acreditar que sua solidão fosse física. “Eu achava que era uma questão sentimental, mas o problema era justamente não ter um relacionamento com Deus. Nós confundimos as coisas. Ao ler a Bíblia, tomei consciência de que não devia fazer a minha vontade, mas a de Deus”, finaliza.

Oração sincera
Bruna Ferreira dos Santos, (foto abaixo) de 28 anos, trabalha como caixa em uma churrascaria em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Ela teve sua primeira experiência com Deus na adolescência: “fui levantada a obreira na Universal, mas, por causa das amizades na escola, me afastei da fé. Namorei um rapaz, ficamos juntos quatro anos e nos separamos. Eu até tentei voltar para a Igreja, mas ficava indo e vindo, querendo me firmar, mas não conseguia. Depois, conheci outro jovem, engravidei, tive uma filha e não ficamos juntos”, recorda.

Antes de engravidar, Bruna teve o primeiro contato com os vícios. “Recebi um convite para trabalhar como promoter em eventos, passei a fumar cigarro, conheci a cocaína e bebia bastante. Chegou um momento que eu ia aos eventos mais pelo vício do que em busca do sustento. A droga era prazerosa, mas os trabalhos começaram a diminuir. Um dia, eu estava com uma amiga que postou uma foto nossa e um rapaz perguntou se eu fazia programa. Ela falou que não, mas aquela ideia ficou na minha cabeça”, diz.

Com poucos trabalhos, Bruna resolveu se prostituir. “Comecei a ganhar muito dinheiro, saí da casa da minha mãe, passei a trabalhar em sites. Com a vida financeira estável, eu trabalhava em uma boate, usava drogas e bebia todos os dias.

Eu passava muito tempo com clientes que queriam usar drogas. Como eu cheirava muita cocaína, comecei a ter síndrome do pânico, ansiedade e depressão.” Ela, que um dia esteve na Presença de Deus, agora sentia um vazio muito grande. “Por ter vergonha de Deus, eu não conseguia olhar para o céu e só andava de cabeça baixa”, afirma.

A família de Bruna não sabia de nada. “Eu pagava para que minha mãe ficasse com a minha filha e, na cabeça dela, eu ainda era promoter. Na boate, descobri que a proprietária pedia que oferecêssemos presentes a uma entidade espiritual e só depois fui entender por que eu ganhava tanto dinheiro. Cheguei a ficar três dias usando drogas sem parar, mas nada me preenchia. Faltava alguma coisa que eu sabia o que era, mas eu me negava a resolver”, esclarece.

Um dia, Bruna foi trabalhar sofrendo muito e desanimada e conta como foi: “só não tirei minha vida porque tinha medo. Eu estava sentada na boate e depois de muito tempo olhei para o céu novamente. Eu costumo falar que o céu olhou para mim de volta. Uma amiga perguntou se eu queria usar cocaína, mas eu estava tão admirada com a beleza do céu que recusei. Quando ela me chamou novamente, olhei para o lado e senti nojo do lugar em que eu estava e da roupa que eu vestia”.

Depois disso, Bruna foi para casa e jogou todas as drogas no lixo. “Entrei no meu quarto, ajoelhei e falei com Deus sobre tudo que eu fazia e o que eu sentia, mas que, se tivesse jeito para mim, que Ele podia entrar naquele momento e que eu não faria mais o que eu fazia.

Então, à noite, senti como se meu corpo estivesse pegando fogo, fiquei com medo de morrer e não consegui dormir. De repente, chegou no meu celular a mensagem de uma live do Bispo Macedo e eu assisti”, detalha.

Ela se perguntava o que estava acontecendo, quando viu um testemunho de um homem que tinha sido preso e ela tomou uma decisão: “ele contou que na cadeia fez uma oração sincera a Deus, sentiu o mesmo que eu senti e teve certeza de que seus pecados tinham sido perdoados. Então, eu também tive certeza de que Deus tinha me perdoado e resolvi ir à Universal. Mandei mensagem para um amigo para saber como poderia me batizar e, como estava no meio da pandemia de Covid-19, fui às 5h30 e o pastor me batizou”.

De lá para cá, Bruna deixou os vícios e a prostituição no passado, voltou a morar com a mãe e tem o seu ser preenchido por Deus. “Tudo o que eu conquistei, minha família e minha vida financeira não são mais importantes do que a certeza da minha Salvação e o Espírito Santo. Hoje eu não tenho do que ficar reclamando ou questionando. Eu só obedeço. Tudo mudou a partir do momento que eu fiz uma oração sincera a Deus”, diz.

Nunca mais solitário
Se você está passando por situações parecidas com as relatadas aqui, busque o Espírito Santo. Como as pessoas contaram, Deus nos preenche completamente a partir do momento em que O aceitamos em nossa vida.

Se você quer mudar, dê o primeiro passo em direção a Ele. Aproveite para participar do Jejum da Alegria Completa, que acontece em todos os Templos da Universal até o dia 1º de maio, e não seja mais indiferente à Presença de Deus. Separe-se daquilo que separa você de Deus e você nunca mais se sentirá sozinho.

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Colaborador

Eduardo Prestes / Fotos: Getty images, Demetrio Koch e cedida