O número de brasileiros com dívidas e inadimplentes subiu mais uma vez. Segundo a Confederação Nacional do Comércio, em julho, 78,5% da população estava endividada e 30,2% tinha contas em atraso. O cartão de crédito continua sendo o principal vilão, seguido por carnês e crédito pessoal.

Esse cenário é motivo de preocupação. Uma pesquisa da fintech Onze mostrou que o dinheiro é o principal motivo de apreensão para quase metade da população (49%) e supera temas como saúde, família e trabalho. Além disso, mais da metade dos entrevistados (51%) afirma que recebe menos do que precisaria para cobrir as despesas básicas e 61% não têm nenhuma reserva de emergência, o que aumenta a vulnerabilidade financeira.

Principais desafios

Apesar de o orçamento apertado ser um dos pontos em destaque, a falta de organização também interfere na vida financeira. “Um dos maiores problemas é a falta de educação financeira: muita gente simplesmente não aprendeu a lidar com dinheiro e, então, fica difícil saber por onde começar”, explica Rogério Brandão, planejador financeiro pessoal e familiar na Grão, do Grupo Primo. Ele ainda cita outros desafios, como tentação para o consumo, crédito fácil, propagandas e a dificuldade de conversar sobre dinheiro com a família.

Alinhando expectativas

Entender a real situação da família é um dos primeiros itens da organização financeira. Em seguida, é preciso fazer um planejamento que considere mais do que suprir as necessidades diárias. “Muitas vezes, o foco é só pagar contas, mas é importante pensar nos sonhos de longo prazo, como comprar uma casa, viajar, garantir uma aposentadoria tranquila ou pagar a faculdade dos filhos”, diz Brandão. Ele sugere seguir três passos: definir prioridades, aprender sobre investimentos e projetar o futuro. “Planejar as finanças não é só para saber ‘se virar’ no dia a dia, mas para construir uma vida melhor, com mais liberdade e menos preocupação.” Veja mais dicas abaixo.

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