Na rocha ou na areia? 

Entenda se o seu trabalho e suas finanças estão realmente alicerçados na Fé inteligente

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O que a Fé racional, inteligente e sacrificial tem a ver com a vida profissional e financeira? Tudo. A afirmação é de quem seguiu a recomendação do Senhor Jesus contida em Mateus 7.24-27: “Todo aquele, pois, que escuta estas Minhas palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha; E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha. E aquele que ouve estas Minhas palavras, e não as cumpre, compará-lo-ei ao homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia; E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e caiu, e foi grande a sua queda.”

Muitos cristãos conhecem esses versículos, mas nem todos os seguem. Os que os obedecem conseguem prosperar na vida, no trabalho, são organizados, buscam novidades, são pacientes e perseverantes e aceitam correr riscos. Além disso, não cedem ao apelo das “facilidades” e da corrupção.

Alguém assim “é uma pessoa que constrói tudo na rocha”, diz o Bispo Edir Macedo em seu livro O Pão Nosso para 365 Dias. “Praticar a Palavra de Deus é alicerçar sua vida sobre a rocha. É a garantia de não ser abalado pelas dificuldades da vida”, diz o Bispo, que lembra ainda: “obedecer não é fácil. Exige esforço e talvez o resultado não apareça tão rápido. Exige paciência, perseverança, Fé e coragem”.

Em seu blog, o Bispo Macedo complementa que todos estão sujeitos às mesmas dificuldades. “Tanto o prudente como o insensato são acometidos pelos mesmos problemas.” Ele também afirma que a casa mencionada no trecho bíblico corresponde a todas as áreas: “a vida pessoal, a família, a profissão, os negócios, a vida amorosa, tudo.”

Obediência e certeza 
Renato Fermino, de 47 anos, e Alethéa Fermino, (foto abaixo) de 46 anos, de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, têm três lojas de roupas e acessórios no atacado e no varejo, um escritório de consignação e uma vida confortável – não sem desafios, claro.

Na rocha ou na areia? 

Segundo Alethéa, mais conhecida por Alê, algumas características foram imprescindíveis para que eles realizassem seus sonhos: “obediência, sacrifício e renúncia diários, além de honrar a Deus em Seu Altar e não envergonhar Seu nome. O verdadeiro cristão renascido de Deus, com o Espírito Santo, não é apegado a nada material. E o sacrifício, para o verdadeiro cristão, é prazeroso”.

O altar primeiro 
Alê conta como eles alcançaram a realização profissional e financeira: “meu marido sempre trabalhou por conta própria e eu era funcionária, mas, ao me aprofundar na vida com Deus, deixei a emoção de lado e pus a Fé em prática em tudo o que fazia. Então, resolvemos montar nosso próprio negócio há 13 anos. Não tínhamos nada material, só a Fé e o sacrifício.”

Na época, Renato era taxista terceirizado. Ao rescindir o contrato com a empresa em que trabalhava, ele teve uma surpresa: tinha direito a cerca de R$ 5 mil. “Fiquei pensando como poderíamos usar o dinheiro em nossa empresa, mas meu marido revelou que íamos sacrificá-lo a Deus”, declara Alê.

Ela relata que não questionou a decisão dele: “entregamos nossa vida no Altar e Deus nos honrou tanto que todas as condições de que precisávamos aconteceram: oportunidades, lugares, tudo nos era apresentado. O Altar tem que vir primeiro. Dessa forma, ele nos sustenta e abre as portas dia a dia. Temos que ser ousados para entrar por elas, arriscar mesmo, protegidos”.

Foi assim que o casal montou um escritório para revenda de semijoias e acessórios de vestuário. “Tínhamos nossa Fé, mas também nosso nome limpo. Começamos a comprar mercadorias, a revender e logo pegamos mais uma sala ao lado da nossa, além de abrir uma loja de varejo para desovar o estoque. Em menos de 30 dias, duas lojas próximas ficaram disponíveis e tomamos posse delas”, lembra Alê. Ela revela que, a princípio, teve medo: “eram valores bem maiores de aluguel, mas Deus nos deu a capacidade de negociar. Temos que ousar”.

Não envergonhar a Deus 
Segundo Alê, a honestidade é imprescindível ao trabalhador cristão. “Se eu não pago uma duplicata em dia, por exemplo, não envergonho meu nome, mas o do Senhor Jesus porque O levo comigo onde eu estiver.”

Ela acrescenta como agem para que as empresas prosperem: “não adianta comprar coisas boas para si e deixar de pagar as contas ou ser atraído por ‘facilidades’ e corrupção, que é um erro em que muitos caem. Me acusam de radical por vender só produtos legítimos e sou mesmo. Pagamos tudo a vista, não devemos a ninguém e podemos oferecer um preço melhor ao cliente. Marcas conceituadas patrocinam nossas lojas, pois nossa imagem é boa.”

Na pandemia 
Durante a crise provocada pela pandemia do novo coronavírus, em que milhões de negócios fecharam mundialmente, Alê criou uma estratégia para não perder sua equipe de vendedoras externas e para que elas não ficassem sem trabalhar: “cada uma abriu sua própria loja on-line e fornecemos produtos a elas, que não precisaram sair tanto de casa. O faturamento foi muito bom”.

Os dois montavam a terceira loja, em uma galeria, quando a pandemia surgiu. Eles não chegaram a abrila na época, mas ficavam trabalhando lá dentro. “Na galeria só um restaurante onde as pessoas pegavam comida para viagem ficou aberto e, quando estavam na fila de espera, em frente à minha vitrine, elas se interessavam pelos produtos. Eu conversava com elas por WhatsApp e ocorreram muitas vendas”, conta Alê.

Hoje, o casal tem uma vida confortável em um condomínio nobre que, segundo Alê, “um corretor disse que estava acima de nossas condições”. Além de morar no local, eles esperam a conclusão da construção de mais um apartamento. Pelo visto, a vida do casal tem sido alicerçada mesmo sobre a rocha, à prova de tempestades.

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Colaborador

Marcelo Rangel  / Foto: Getty images e cedida