“Mudei do Paulo criminoso para o Paulo ganhador de almas”
Conheça a trajetória do homem que só pensava em vingança e não acreditava que existia outro rumo
Paulo Henrique Dias mora em Guaianases, na zona leste da capital paulista. Ele tem 32 anos, sendo que muitos deles foram dedicados ao crime, principalmente à prática de assaltos e ao tráfico de drogas. Paulo conta que sua motivação para entrar para a criminalidade foi o fato de o pai ter sido assassinado quando ele tinha 14 anos.
O pai dele tinha envolvimento com o crime e, segundo Paulo, a polícia não fez nada para prender quem o matou: “eu achava, na época, que se eu entrasse para a facção (criminosa), seria mais fácil chegar aos assassinos e me vingar. Eram pessoas que eu conhecia, pois conviviam conosco antes de matá-lo. Por isso, dos 15 para os 16 anos, eu já estava vendendo drogas, comecei a fazer assaltos e logo me tornei ‘gerente’, mas eu vivia revoltado, pois não conseguia realizar a minha vingança”.
A escalada no mundo do crime foi interrompida por um acidente fatídico depois de um assalto. “O carro capotou na fuga, a lataria amassou e atingiu meus olhos. Fiquei um ano sem enxergar nada.
Depois de algumas cirurgias recuperei apenas 10% da visão de um dos olhos e voltei para o crime. Meus irmãos se afastaram de mim. Minha esposa (na época) pegou nossos filhos e foi embora.
Fiquei viciado em cocaína e em prostituição. Logo percebi que nem para o crime eu servia mais por causa da minha deficiência visual. Eu me desesperei e pensei em me matar”, diz.
Contudo, há seis anos, Paulo recebeu um exemplar da Folha Universal e foi convidado por um obreiro para ir à Igreja. “Ele me disse que tinha jeito para mim. Era uma terça-feira, mas fiquei relutando e só fui no domingo. Comecei a me aprofundar na Fé, o pastor me orientou em tudo e disse que por meio da Palavra poderia haver mudança”, conta.
Paulo entrou para a Força Jovem Universal (FJU) e soube que existia um projeto de jiu-jítsu dentro do grupo. “Como eu estava inseguro se poderia aprender, o pastor que dava as aulas de artes marciais colocou uma faixa em seus olhos e disse: ‘vem lutar comigo’. Eu achava que precisava dos meus olhos, mas a única coisa que eu necessitava fazer era acreditar. Conheci a Deus, me batizei, tive minha libertação e me casei novamente. Minha esposa também é da Fé”, revela.
Atualmente, Paulo compete com pessoas que não têm deficiência visual e já foi campeão paulista e mundial. “Deus me resgatou, mostrou que é possível alcançar uma mudança de vida e que pode me colocar nos lugares que eu nem imagino. Eu era rebelde, mas entendi que para ter o perdão de Deus também tinha que liberar o perdão para as pessoas que mataram meu pai. Hoje eu colho os frutos dos meus erros e não tem como deixar de pagar por eles. Fiquei deficiente para o resto da vida, mas, por meio dessa deficiência, eu consigo mostrar outro lado, que é o da fé. Mudei do Paulo criminoso para o Paulo ganhador de almas e atleta”, conclui.