Mídia cristã na China é forçada a divulgar propaganda comunista

Isso só reforça a sinicização da fé e limita a liberdade religiosa no país

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A perseguição aos cristãos na China atinge um novo patamar. Agora, até mesmo a mídia cristã oficial está obrigada a publicar propaganda comunista.

China: mensagem cristã perde espaço

Durante uma reunião do Comitê do Ministério da Mídia do Movimento Patriótico das Três Autonomias (TPSM) — a única igreja legal permitida na China — o Partido Comunista ordenou que a instituição aumentasse significativamente o volume de conteúdos relacionados a Xi Jinping. Isso inclui pensamentos, ensinamentos e diretrizes do partido.

Além disso, o relatório da organização Bitter Winter destacou que a ordem exige a substituição de mensagens bíblicas por narrativas que favorecem diretamente o regime.

Como resultado, a mensagem cristã perde espaço. Simultaneamente, o culto à personalidade de Xi Jinping se intensifica dentro dos ambientes religiosos.

O pano de fundo:

Para compreender a gravidade dessa ação, é necessário lembrar que a chamada “sinicização” da fé cristã na China não é algo recente. Pelo contrário, o Partido Comunista Chinês, há anos, tenta moldar o cristianismo à sua ideologia.

Por esse motivo, ao obrigar a mídia cristã a propagar ideias políticas, o governo altera profundamente o conteúdo das publicações religiosas. Mais do que isso, interfere diretamente na liberdade de expressão e no direito ao culto.

Além do mais, essa imposição atinge os fiéis de maneira direta. Eles agora consomem informações distorcidas em espaços que deveriam preservar a integridade espiritual. Assim, o conteúdo cristão autêntico vai sendo silenciado gradualmente.

Além disso, detalhes da repressão:

No entanto, essa ação não ocorre de forma isolada. Na realidade, ela se insere em um padrão contínuo e bem estruturado de repressão. Várias outras medidas adotadas pelo regime chinês reforçam essa estratégia de controle absoluto sobre a fé cristã.

Veja abaixo alguns exemplos alarmantes:

  • O governo obrigou igrejas oficiais a remover imagens de Jesus e a substituí-las por retratos de Xi Jinping.
  • As autoridades instruíram pastores a incluir trechos de discursos do presidente em seus sermões, em vez de pregar a Palavra de Deus.
  • Policiais invadiram cultos domésticos e prenderam diversos membros da congregação, sem justificativa clara.
  • Órgãos do governo interrogaram famílias cristãs após os filhos se declararem crentes em formulários escolares.
  • O Partido Comunista censurou ou reescreveu Bíblias e materiais religiosos para adequá-los à ideologia do Estado.

Como resultado direto, o regime tenta, de maneira sistemática, sufocar qualquer expressão de fé que não esteja totalmente subordinada à sua agenda política.

O que foi noticiado:

Anteriormente já havia exposto diversos episódios de perseguição aos cristãos na China. Tais relatos evidenciam que essa repressão não é uma novidade, mas sim uma prática contínua.

Acompanhe alguns dos casos já documentados:

  • Em Taiyuan, a polícia prendeu cristãos por se reunirem em um culto doméstico;
  • Em várias províncias, o governo proibiu pais cristãos de ensinarem religião aos seus próprios filhos dentro de casa;
  • As autoridades restringiram severamente o conteúdo cristão na internet. Desde então, qualquer grupo religioso precisa obter uma licença estatal para divulgar informações sobre a fé.

Portanto, os acontecimentos recentes apenas confirmam a escalada sistemática de controle, censura e intolerância religiosa no país.

O que está em jogo:

Em última análise, o que se vê é uma tentativa clara de substituir a fé cristã por uma devoção cega ao Estado. Enquanto isso, milhões de cristãos continuam sendo perseguidos, vigiados e silenciados em todo o país.

Diante disso, é urgente que o mundo observe com atenção o que acontece na China. Afinal, a liberdade religiosa está sendo apagada. E, mais ainda, a verdade do Evangelho corre o risco de ser totalmente diluída pela manipulação ideológica.

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Redação / Foto: iStock