Membros da Universal de Angola são atacados pela polícia

Fiéis protestavam contra as injustiças que o governo e ex-lideranças afastadas têm realizado contra a Igreja e seus membros e líderes

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“Queremos justiça”, clamavam milhares de membros da Universal de Angola, na África, nas ruas, quando a Polícia Nacional os atacou covardemente, com violência, socos, chutes, pisando nelas, dando golpes de cassetete e tiros, no dia 23 de março, data em que se comemora a Libertação da África Austral e que marca o fim de uma sangrenta batalha entre Angola e Cuba, país que defendia os interesses comunistas da então União Soviética no território angolano.

Os fiéis ocuparam as ruas centrais de Luanda, capital angolana, para manifestar civilizadamente sua indignação pelo que o governo angolano vem fazendo com a Universal, que tanto ajudou o povo daquele país em sua reconstrução depois de uma guerra civil que o desestabilizou econômica e socialmente.

Recentemente, Bispos e Pastores da Universal angolana foram afastados pela Igreja por má conduta e roubos, mas o governo angolano atual os considerou como dirigentes oficiais da Universal, afastando os bispos e pastores genuínos, bem como os membros, que foram expulsos dos templos onde iam adorar a Deus e aprender a viver sob Seus ensinamentos.

O governo e seus agentes fizeram dos brasileiros da Universal seus alvos, tirando-os dos templos e até de suas casas violentamente, em uma atitude de intensa xenofobia (preconceito contra estrangeiros), em contraste com a posição tomada pela maioria dos membros angolanos da Igreja. O governo e as lideranças afastadas (que se autointitulam “reformadores”) alegam uma coisa, mas o próprio povo angolano fala outra, enquanto os atos violentos do primeiro grupo falam por si mesmos.

Há uma semana, agentes da polícia entraram em um templo luandense da Universal e dispararam bombas de gás lacrimogêneo para tirar de lá os fiéis e pastores. Uma frequentadora que estava presente tanto no templo quanto na manifestação do dia 23 mostrou sua revolta durante o protesto: “somos todos angolanos, aqui não tem brasileiro. Então, a minha pergunta ao senhor ministro (da Cultura) e ao senhor presidente é: será que nós, por aderirmos à Igreja Universal, passamos a ser estrangeiros? E a polícia nos disse ‘vocês vão morrer, porque nos foi ordenado assim’”, questionou e revelou em entrevista à Record TV local.

Impedidos de entrar nos templos da Universal, os manifestantes se ajoelharam na rua e nas calçadas para orar e adorar a Deus, quando sofreram uma nova investida da polícia. “Nós estávamos orando e a polícia apareceu e começou a bater, mas bater por quê? Nós não estávamos fazendo nada de mau! Não levamos facas, armas e ferros. Nós fomos apenas orar, buscar e pedir o nosso direito”, disse outra membro entrevistada pela Record TV.

Ela ainda sofre com as lesões da agressão: “eu estou com o joelho inflamado (e o mostrou bastante inchado). Eu tenho filhos para criar e estou no chão. Como posso, agora, sustentar meus filhos? Não posso trabalhar nem fazer nada”, lamentou, revoltada.

Enquanto isso, o governo angolano continua a não fazer nenhuma declaração à imprensa local e internacional sobre o assunto das agressões praticadas sob suas ordens.

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Colaborador

Redação / Imagem: Reprodução