No dia 15 de julho, a blogueira e influenciadora digital Alinne Araújo, (foto abaixo) de 24 anos, se jogou da janela de seu apartamento no nono andar, no Rio de Janeiro. Seu noivo terminou o relacionamento por WhatsApp um dia antes do casamento, pois eles se desentenderam quanto a acordos financeiros pré-nupciais, segundo a imprensa carioca. Eles mantinham um relacionamento há dois anos.

Com a festa marcada, a jovem resolveu se “casar consigo mesma”, o que foi noticiado e viralizou, gerando milhares de críticas positivas e negativas na internet. Alinne sofria de ansiedade e depressão e culpava o ex-noivo por deixá-la mesmo sabendo do seu problema de saúde.
Alinne ficou conhecida nas redes sociais por debater questões relacionadas a autoestima, depressão e ansiedade. Antes de cometer suicídio, ela deu detalhes sobre a desistência do noivo. Em um trecho da mensagem publicada em seu perfil ela desabafa: “Manda uma mensagem pelo WhatsApp e termina todos os sonhos de vocês. Fui pega de surpresa, quis morrer, ele sempre soube da minha condição e não se importou em como eu estaria.”

A história de Alinne chama a atenção para o problema da depressão, que acomete cada vez mais o público jovem e que pode ter consequências fatais. Infelizmente, o número de casos é crescente.

No Brasil
O Brasil registra por volta de 11 mil suicídios por ano, segundo dados do Ministério da Saúde divulgados em 2018. Entre os jovens, o número também aumenta, como mostra uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e divulgada recentemente. Ela indica que os índices de suicídio entre adolescentes nas grandes cidades brasileiras aumentaram 24% entre 2006 e 2015.

No exterior
A taxa de suicídios entre jovens norte-americanos de 15 a 24 anos atingiu em 2017 o índice mais alto desde o começo do século – principalmente para a faixa etária entre 15 e 19 anos –, segundo um estudo em conjunto das universidades de Harvard, nos Estados Unidos, e de Tel- Aviv, em Israel.

Já uma análise realizada pela Universidade de Atlanta, também nos Estados Unidos, mostrou que as causas dos suicídios dos jovens seriam, entre outras, maiores níveis de ansiedade e depressão, além de laços comunitários e familiares mais frágeis por causa do uso crescente de tecnologia, que afasta a juventude das relações interpessoais presenciais e a expõe mais ao cyberbullying.

Cada vez mais estudos mostram que o cyberbullying está ligado a casos de depressão, autoflagelação e de suicídio. Por isso, se você sofre com esse problema ou conhece alguém que o está enfrentando, busque ajuda e o oriente a fazer o mesmo.