Feminismo x feminilidade: uma realidade que tem dividido as mulheres

Uma reflexão sobre os motivos que levam aquelas que valorizam os traços femininos a serem tão atacadas nos dias de hoje

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Trabalho, faculdade, conquistas, viagens e aquisições. Não dá para negar que as mulheres brasileiras do século 21 avançaram bastante no que diz respeito à liberdade individual. Diante de tal cenário, muitas coisas mudaram, desde os relacionamentos, a vida financeira, as decisões, até a atuação na sociedade.

As empresas, por exemplo, têm ganhado muito com essa ascensão, uma vez que dados do IBGE já provaram que as mulheres são mais instruídas que os homens e têm mais acesso ao ensino superior. Todavia, essa nova realidade tem trazido alguns problemas e dividido muitas mulheres.

Alguns movimentos estão se aproveitando desses avanços para vender a ideia de que a mulher não pode ser feminina e precisa abraçar características masculinas para se tornar mais independente. Assim, mulheres com personalidades mais incisivas, mandonas e agressivas ganham os holofotes, enquanto homens que abraçam traços femininos também se destacam na mídia.

Na tentativa de se libertarem das fronteiras de gênero, esses grupos seguem encorajando a feminilidade nos homens e a masculinidade nas mulheres como a solução para vencer as diferenças.

É claro que todos nós podemos aprender com as características do outro gênero, mas por que sugerir que a feminilidade não é boa o suficiente para as mulheres? Por que, hoje em dia, chamar uma mulher de feminina soa como xingamento para muitas delas?

Os motivos são vários, porém percebo que o significado da palavra foi corrompido por essas bandeiras que associam feminilidade a “sexo fraco”.

A verdade, caro leitor, é que ser feminina

não significa ser chorona,
não significa ser fraca,
não significa ser subserviente,
não significa ser anulada,
não significa ser insegura,
não significa ser influenciável.

Ser feminina significa ter empatia com o outro, ser gentil, sensível, amável, inteligente e forte emocionalmente (não é à toa que nós fomos escolhidas para dar à luz). Para a antropologia, a feminilidade é um conjunto de comportamentos e qualidades das mulheres. Ela faz parte da nossa biologia e nos traz inúmeros benefícios. Feliz é aquela que aprende a valorizar isso e investe de forma sábia em seus instintos.

Verdadeira valorização

Assim, a masculinidade e a feminilidade são realidades biológicas, e isso não significa que uma é superior à outra. Ambas são necessárias porque se equilibram e se completam.

Então, pense comigo: por que desencorajar as mulheres a abraçarem seus traços femininos? Por que menosprezar aquelas que escolhem um caminho mais tradicional para suas vidas e são felizes com isso?

Por simplesmente rejeitar a agenda feminista atual, já fui perseguida e excluída por muitas que dizem defender a “inclusão”. Isso só reforça a importância de a mulher entender a necessidade de perseguir seus sonhos e ser autêntica, sem perder a singularidade de ser mulher.

Devemos abraçar nossas qualidades, ao invés de rejeitá-las. É a nossa essência que nos torna profissionais, estudantes, avós, mães, amigas, esposas e filhas melhores, que fazem a diferença por onde passam.

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Colaborador

REFLETINDO SOBRE A NOTÍCIA POR ANA CAROLINA CURY | Do R7 / Foto: Istock