Febre Maculosa

Transmitida pelo carrapato, a doença pode ser fatal se não for tratada rapidamente

Imagem de capa - Febre Maculosa

Nas últimas semanas, quatro mortes causadas pela febre maculosa chamaram a atenção da população de todo o Brasil. A doença ganhou notoriedade principalmente porque sua evolução é rápida e pelo alto índice de mortalidade, o que deixou as autoridades em estado de alerta. As quatro vítimas da enfermidade estiveram em um evento em uma fazenda em Campinas, cidade situada no interior de São Paulo e provável local da infecção.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, entre 2012 e 2021 foram registrados 2.209 casos de febre maculosa no Brasil, com 753 mortes em razão de complicações da doença. A região Sudeste é a que concentra o maior número de notificações, cerca de 1.354, com destaque para o Estado de São Paulo. O Estado já confirmou, só neste ano, 17 casos e nove óbitos. Em seguida aparecem Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo.

Na região Sudeste, a situação já é considerada endêmica, ou seja, existe constante ocorrência da doença. Em outras regiões, contudo, também são registradas notificações. O Sul, por exemplo, teve, nos últimos dez anos, 497 casos, com três mortes confirmadas, todas no Paraná. Nas demais regiões, a incidência cai drasticamente. Ocorreram 34 casos na região Nordeste, 31 na Centro-Oeste e 16 na Norte. Questões climáticas, ambientais e comportamentais podem ser a explicação para a diferença entre os números.

A enfermidade, que é transmitida pelo carrapato-estrela, pode ter maior incidência no período de outono-inverno, estações do ano em que o clima é propício para a reprodução dos artrópodes aracnídeos. Apesar de ter cura, a doença é de difícil diagnóstico, já que seus sintomas são muito semelhantes aos de outras doenças, como meningite e dengue, por exemplo. Como sua evolução é rápida, a demora para o início do tratamento pode agravar o quadro clínico do paciente e levá-lo à morte.

A Folha Universal conversou com a médica infectologista Keila Freitas e ela deu mais detalhes sobre a doença, seus sintomas, as formas de transmissão e de prevenção. Acompanhe também as recomendações dela na ilustração a baixo .

Cinthia Cardoso / Arte: Edi Edson

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Colaborador

Cinthia Cardoso / Arte: Edi Edson