“Eu estava definhando num quarto, isolada de tudo e de todos”

Viciada em drogas, Shirley Ghattas só reconheceu sua real situação depois de ver sua mãe chorando

A empresária Shirley Ghattas, de 39 anos, foi carente de carinho desde a infância. “Eu e meus irmãos não tínhamos atenção dos nossos pais porque eles estavam voltados somente para um filho. Eles sonhavam em torná-lo jogador de futebol. Isso me trouxe um certo desprezo pela vida”, conta.

Na adolescência, Shirley começou a fumar cigarro escondido e, logo depois, vieram a maconha e o envolvimento com a criminalidade. Ela se apaixonou por um rapaz também envolvido com o crime e começou um relacionamento com ele achando que a falta de carinho e o vazio que sentia seriam preenchidos.

Na busca desenfreada por se sentir completa, ela se apegava a prazeres passageiros: “eu ganhava do meu então namorado e de outros rapazes do crime joias que despertavam atenção e admiração nas pessoas aonde eu ia. Também ganhei um carro e tudo isso me trazia satisfação pessoal, mas ela acabava rápido. Então, eu ia para as baladas, comecei a cheirar cocaína e a usar outras drogas”.

Presa às próprias escolhas
Shirley achava que tudo estava bem até que seu namorado foi preso e ela foi apreendida. Por ser menor de idade, Shirley logo foi posta em liberdade e ao completar 18 anos passou a visitar o namorado no presídio com frequência. “Daí começaram o meu sofrimento e as humilhações no presídio.

Me tornei agressiva, ciumenta e insegura. Foi quando me afundei na cocaína e fiquei dependente da droga. Depois de ganhar a liberdade, ele terminou o namoro e eu me enchi de ódio”, revela.

O ódio que a dominava era causado principalmente pelo fato de Shirley não ter abandonado o namorado enquanto ele estava preso, mas, no momento que ela se tornou totalmente dependente, ter sido abandonada.

Assim, ela ficou no fundo do poço, machucada com as consequências daquela vida e seu sofrimento era notório. “Eu estava definhando num quarto, isolada de tudo e de todos. Eu chorava muito depois que passava o efeito da droga. Foi quando clamei a Deus, naquele quarto, por ajuda e por um sinal dEle que me tirasse daquela situação.”

O choro
Apesar de Shirley não ter deixado transparecer até então o que fazia para tentar preencher o vazio que sentia, sua mãe desconfiava e, um dia, encontrou entre as roupas da filha a prova de que ela era usuária de drogas. Foi o choro de sua mãe sofrendo em decorrência daquela situação que despertou Shirley para a realidade.

Depois de receber muitos convites para acompanhar a mãe à Universal, ela enfim aceitou: “quis ajudá-la e me ajudar, principalmente aceitando o convite”.

Nova história
“Chegando na Universal entendi que meu problema era espiritual e que a culpa não era do meu ex-namorado nem minha, mas das escolhas erradas que eu tinha feito”, diz.

Nas correntes de libertação ela encontrou forças para se afastar das drogas e, entendendo que precisava reescrever sua história, decidiu ser batizada nas águas e passou a buscar o batismo com o Espírito Santo. Nesse período, ela abraçou tudo que poderia ajudá-la, como a literatura disponível na Universal: “li o livro Nos Passos de Jesus, do Bispo Macedo, que me ajudou muito porque foi um passo a passo, e a Bíblia. Não foi fácil. Neguei meu eu e o que eu achava e pensava não existia mais. Entendi que o que Deus achava e pensava tinha que ser prioridade”.

Ela recebeu o Espírito Santo e passou a viver uma nova história. Hoje ela é feliz, sua satisfação não é passageira e seu maior prazer é servir a Deus ao ajudar outras pessoas. Ela faz questão de destacar: “Deus é meu Único tesouro. Eu o guardo e protejo com todas as minhas forças para não perdê-lo”.

*Colaborou: Kaline Tascin

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Colaborador

Laís Klaiber / Fotos: Demetrio Koch