O câncer de mama não escolhe a condição econômica da vítima e a informação é a primeira defesa contra a doença. Por isso, o programa social EVG Night ofereceu uma palestra de conscientização e prevenção da enfermidade para garotas de programa de Boa Vista (RR). O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que surgirão cerca de 59,7 mil novos casos da doença neste ano no Brasil.

Uma ação do EVG Night aconteceu no dia 18 de outubro e cerca de 40 mulheres foram beneficiadas, em sua maioria, venezuelanas.

Para a palestrante e enfermeira Heglen Silveira, a conscientização quanto à enfermidade foi muito benéfica principalmente para as estrangeiras. Elas afirmaram que nunca realizaram o autoexame “Elas vieram de um país onde a saúde está falida e a prevenção do câncer pode não ser uma prioridade para o governo de lá”, disse Heglen.

Durante a palestra, as mulheres foram orientadas quanto a forma correta de realizar o autoexame. Uma delas constatou um caroço no seio e foi imediatamente encaminhada ao hospital mais próximo, para que pudesse realizar os exames específicos.

No dia 16 de outubro, o Senado aprovou o projeto de lei que determina que, nos casos em que a principal hipótese seja a de tumor maligno, os exames necessários à confirmação da suspeita devem ser realizados em no máximo 30 dias pelo Sistema Único de Saúde (SUS), contados a partir do pedido médico. A matéria segue para sanção presidencial.

Além da palestra, as voluntárias ofereceram um lanche e serviços como aferição de pressão arterial, cortes de cabelo e manicure às mulheres participantes da ação.

Ailton Duarte, responsável pelo programa social no Estado, explica que algumas venezuelanas afirmaram que entraram para a prostituição para sobreviver. “Em breve, vamos oferecer cursos profissionalizantes para que, por meio do conhecimento, elas tenham outras oportunidades de trabalho e saiam dessa situação.”

Saiba mais sobre o programa social
O EVG Night foi criado em março de 2018 para oferecer apoio social às garotas de programa e travestis de todo o Brasil. Toda sextafeira à noite, os voluntários visitam pontos específicos de prostituição, como becos, vielas e avenidas nas proximidades de boates e motéis.

Ao serem abordados, travestis e garotas de programa recebem um livro e, caso haja espaço para o diálogo, o grupo oferece apoio social com assistência de advogados, médicos, enfermeiros e psicólogos.