Ela sobreviveu a 23 facadas

Uma vida cheia de equívocos levou Monique Neves a quase morrer, mas um ataque deu forças para que ela mudasse

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A cabeleireira Monique da Silva Neves, de 35 anos, acumulou várias frustrações. Embora frequente a Universal desde os quatro anos, aos 12 anos ela conheceu o rapaz que viria a ser o pai do seu filho, aos 18, foi morar com ele e, aos 20, eles se casaram. Ela detalha como era a atitude dela e do marido na Igreja: “gostávamos de ir às reuniões, mas não tínhamos o Espírito Santo. Com o passar do tempo, fui deixando de orar, de buscar a Deus, esfriei espiritualmente e isso afetou o meu relacionamento. Ele também esfriou e, ao se envolver com pessoas erradas, começou a beber e eu fiz o mesmo. Pouco depois começaram as discussões, as agressões físicas e verbais e as traições da parte dele. Depois de sete anos, o casamento ficou em ruínas”, diz.

O casamento acabou e ela emendou um novo relacionamento, indo morar junto com o rapaz. Ela conta: “no início, foi um bom namoro. Porém, com a convivência, as brigas começaram e o que houve no primeiro relacionamento aconteceu no segundo, ou seja, agressões verbais e físicas e muitas brigas. Ele era nervoso. Como dizem, era ‘pavio curto’. Depois de um tempo, desisti desse relacionamento e resolvi me separar. A princípio, ele aceitou muito bem. Ele seguiu com a vida dele e eu com a minha. Não tivemos mais contato”.

Contudo, um ano e meio depois – na
Sexta-Feira da Paixão de 2021 –, ela foi surpreendida pelo ex, como relata: “eu estava trabalhando no salão quando ele quebrou a porta de vidro com quatro grandes facas atadas aos punhos, duas em cada braço. Fui golpeada. A primeira facada foi no pescoço e caí de bruços”. Ela conta que outros ferimentos foram inevitáveis: “fui esfaqueada em vários locais e meu salão ficou todo ensanguentado. Eu pensei que fosse morrer. Consegui sair correndo, mas ele me alcançou na calçada. Eu sentia falta de ar”.

Na época, Monique já tinha voltado a frequentar a Universal, mas permanecia vivendo do mesmo jeito: sem mudanças, sem entregas e sem arrependimento, como afirma: “embora fosse às reuniões aos domingos, eu estava indo por ir, sem
nenhum compromisso”.

Ela foi resgatada e levada à emergência. Milagrosamente, ela não precisou passar por cirurgia. “Nenhum órgão foi atingido. O médico afirmou que, ao todo, foram 23 facadas e que eu estava viva porque Deus permitiu.”

Muitos encarariam esse milagre como uma nova chance, mas ela entendeu que a transformação completa de sua vida aconteceria de outro modo.

Houve ordem

Ela sobreviveu a 23 facadasAté então, Monique nunca tinha atentado à necessidade espiritual de se arrepender. Foi esse entendimento que a fez reconhecer quem era. “Da minha parte, houve uma mudança de atitude, no modo de agir e de falar. Passei a não ir mais a certos lugares que frequentava e deixei as amizades erradas. Foi um giro de 180 graus: não tive saudades ou curiosidade de voltar aos hábitos deixados para trás e não voltei a fazer tudo que eu fazia no passado. Deus me deu uma segunda chance e eu não a joguei fora. Desejei o Espírito Santo e, ao recebê-Lo, todo vazio que existia dentro de mim foi preenchido. Senti um alívio e uma paz! Ali, sim, a Monique de antes morreu e pude me tornar uma nova Monique”, diz.

Novo rumo

Ela continua trabalhando no mesmo salão em que o episódio das facadas aconteceu, mas assegura que está “sem traumas nem sequelas” e ainda reforça o que aprendeu com aquele acontecimento: “o que era para ser morte, Deus transformou em vida. Agradeço a Deus e à minha mãe que, durante todo o tempo que eu estive afastada da Presença de Deus – dentro ou fora da Igreja –, fazia votos por mim. Graças à Fé, à perseverança dela e à misericórdia de Deus estou aqui”, finaliza.

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Colaborador

Flavia Francellino / Fotos: Cedidas