Cuidado com a síndrome do olho seco

A doença atinge até 20% da população mundial e pode ser prevenida ou minimizada com medidas práticas e acompanhamento médico

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Muita gente já sentiu os olhos irritados, com sensação de que havia areia neles e recorreu a colírios sem fazer a devida consulta a um oftalmologista. Esses, entre outros, podem ser sintomas da síndrome do olho seco, doença que afeta de 10% a 20% da população mundial, revelou um simpósio internacional sobre o problema, realizado no fim de 2018, no México.

Há várias causas para os olhos secos. Uma delas é passar tempo demais diante de telas, como as de computador, tablet, celulares e TV. Segundo a Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SBO), 90% dos usuários que ficam mais de três horas diárias na frente delas têm grande probabilidade de ter algum problema nos olhos. Esse costume se intensificou durante a pandemia de Covid-19, por causa do trabalho e estudo remotos e do maior tempo em casa consumindo conteúdos on-line. Usando as telas, a pessoa tende a piscar menos, o que prejudica a correta formação do chamado filme lacrimal (a camada úmida que protege os olhos).

A SBO estima que a síndrome do olho seco atinge cerca de 12,8% da população brasileira, na proporção de três mulheres para cada homem – fatores hormonais e o uso errado de
maquiagem influenciam.

Entendendo a doença
Segundo o oftalmologista Richard Hida, membro da Associação Brasileira de Catarata e Cirurgia Refrativa e médico do setor de córnea da Universidade Federal de São Paulo, que foi ao Japão para estudar melhor esse problema com alguns dos maiores especialistas do mundo, “a síndrome do olho seco é uma doença crônica, caracterizada pela diminuição da produção da lágrima ou deficiência em alguns de seus componentes”.

O oftalmologista explica que “indivíduos que usam computador, tablet, celular, mulheres, pessoas acima dos 40 anos ou que usam lentes de contato estão mais propensos ao problema. Fatores ambientais como poluição, alterações do meio ambiente, umidade, temperatura ou ar-condicionado são os principais causadores do olho seco, em razão do aumento da evaporação da lágrima por alterações na sua qualidade”. Segundo ele, “a qualidade da lágrima pode mudar quando se altera uma das três camadas que a compõem: a de água, a de mucina (uma espécie de muco) e a de gordura. É de extrema importância o equilíbrio desses componentes para a saúde da superfície ocular”.

Atenção: só um médico oftalmologista pode saber a real causa do olho seco e indicar as medidas corretas para resolver o problema com o uso de medicamentos e tecnologia. Saiba mais lendo o infográfico ao lado.

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Colaborador

Marcelo Rangel / Arte: Edi Edson