Como será a sua vida depois dos 60 anos?

Envelhecimento saudável depende de escolhas diárias ao longo da vida e prevenção. Saiba como se preparar para esta fase da vida e minimizar possíveis problemas

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Você já parou para pensar que idoso você quer ser no futuro? Como será a sua vida depois dos 60 anos? Se ainda não fez isso, este é um bom momento para refletir. No dia 1º de outubro o Brasil comemorou o Dia do Idoso, data instituída em 2003, quando o Estatuto do Idoso entrou em vigor.

Atualmente, a expectativa de vida em nosso país gira em torno de 76,3 anos, segundo dados de 2018 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Isso representa um salto de mais de 30 anos em relação a 1940, quando a expectativa era de apenas 45,5 anos.

Mas não adianta só pensar em idade cronológica, explica a médica geriatra e psiquiatra Roberta França. “Hoje nós trabalhamos com funcionalidade, que é como o seu corpo vai funcionar ao longo do envelhecimento. Há idosos de 95 anos que viajam, caminham, têm autonomia e outros de 70 anos que estão em uma cadeira de rodas”, exemplifica.

Segundo ela, o envelhecimento depende em boa parte das escolhas que fazemos ao longo da vida. “Precisamos entender que o envelhecimento é um processo. Por isso, é fundamental pensar em prevenção antes mesmo do surgimento de doenças”, esclarece.

Algumas mudanças mais significativas começam a ser sentidas a partir dos 50 anos. “Temos uma diminuição do metabolismo, percebemos algumas questões relacionadas à lentificação dos movimentos, à perda de massa magra e ao ganho de massa gorda, mas não adianta brigar com a idade é preciso ser amigo dela, compreender que há perdas e ganhos”, diz Roberta França.

O médico geriatra Norton Sayeg alerta que é importante diferenciar as mudanças normais das enfermidades que precisam ser tratadas.

“As pessoas confundem o que é normal com o que é comum. Perda de memória não é normal na terceira idade, mas é algo comum, que deve ser investigado. Em alguns casos, pode ser revertida com tratamento médico. A perda de audição também não é normal e, em alguns casos, pode ser resolvida de forma simples, com uma lavagem, que vai melhorar a qualidade de vida”, afirma ele, que é fundador da Associação Brasileira de Alzheimer e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia.

Ele acrescenta que algumas doenças são silenciosas. “O segredo é manter hábitos saudáveis e fazer acompanhamento médico ao longo da vida. Há doenças como a hipertensão e o diabetes em que o paciente não sente nada durante anos. Quando ele tem sintomas, a doença já está avançada e pode trazer complicações”, destaca.

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Colaborador

Rê Campbell / Arte: Edi Edson