Como baixar a pressão no trabalho?

Veja o que fazer para não se esgotar no dia a dia profissional e buscar ascensão na carreira

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Há muita concorrência no mercado de trabalho e, por isso, é natural que existam pressões sobre os trabalhadores. Contudo eles são afetados de maneiras diferentes quando estão envolvidos com a busca de satisfação das metas estipuladas pelas empresas e as consequências disso nem sempre são positivas. De acordo com a plataforma de trabalho on-line FlexJobs, 75% dos trabalhadores já sofreram a chamada síndrome de burnout, resultante do estresse crônico no local de trabalho que não foi gerenciado adequadamente. Mas será que é possível ter êxito nessa empreitada e evitar que o esgotamento em virtude do trabalho excessivo ocorra?

Para Priscila Guskuma, (foto abaixo) mentora e treinadora comportamental, especializada na área de desenvolvimento humano, a tendência é que o número de casos de burnout só aumentem. “As pessoas querem obter resultados cada vez mais rápido e, por isso, estão dispostas a fazer tudo para tê-los. Elas acabam perdendo a noção do básico, que são manter uma qualidade de vida e ter tempo de qualidade com a família, e se voltam totalmente para o trabalho para ter o melhor resultado”, diz.

Contudo, para a especialista, há uma linha tênue que não deve ser cruzada pelo trabalhador para evitar que se chegue ao esgotamento.

“O limite aceitável é não atingir os valores dele. Se um colaborador, por exemplo, tem como valor jantar com a família e começa a perceber que a empresa está rompendo esse valor, ele precisa se posicionar e dizer o que é importante para ele”, avalia Priscila.

O próprio comportamento do trabalhador dá indícios de que algo não está bem. “É quando a saúde emocional é afetada, se há estresse e ansiedade em excesso, insônia e se ele não se alimenta corretamente.

A pressão no ambiente de trabalho é necessária, pois vivemos em um mundo competitivo e as empresas que não têm pressão para alcançar resultados não estão crescendo. Contudo a pressão também tem que ter um limite, que é a saúde emocional do colaborador. O limite tem que ser colocado pelo próprio colaborador. Ele precisa entender que não é necessário trabalhar mais, mas, sim, trabalhar melhor”, analisa.

Priscila afirma que vale avaliar por qual motivo o trabalhador não consegue, por exemplo, cumprir as atividades durante o período de trabalho. “Quanto ele se distrai com outras coisas? Quantas funções, que talvez não sejam parte da atividade principal dele, ele está assumindo e, muitas vezes, por não saber falar não, ele acaba tendo mais responsabilidades e consequentemente tem que trabalhar mais horas por dia?”, questiona Priscila.

Por outro lado, ela diz que o colaborador tem que estar ciente do papel que desempenha na empresa. “Eu falo que quando a pessoa começa a trabalhar existe uma sociedade ali: a empresa espera algo dela e ela espera algo da empresa. Por isso, quando ela está dentro dessa empresa, já assinou um contrato para aquela função e para gerar ‘x’ resultados. É responsabilidade dela também entender que, para atender essas expectativas da empresa, terá que sair um pouco da sua zona de conforto”, alerta.

Ao mesmo tempo, a empresas também têm responsabilidades. “Elas precisam deixar claro quais são as metas que desejam alcançar e qual é o resultado que esperam de cada colaborador. Elas precisam encontrar ferramentas e indicadores para que possam sempre ter a transparência de mostrar para esse colaborador como ele está dentro dessa evolução, dentro desse crescimento”, orienta.

Essa visão também tem que ser estendida à objetividade no trabalho. “As pessoas fazem reunião para discutir a reunião e isso não leva a lugar nenhum. Precisamos manter o foco: ‘o que a gente vai fazer? Qual é o assunto dessa reunião?’ Cada participante traz um tópico e são definidas as prioridades que fazem sentido para a reunião e já se sai dali com um plano de ação e com prazos a serem cumpridos”, exemplifica Priscila.

Ela faz algumas recomendações para quem quer lidar melhor com as pressões no trabalho: “saiba aonde você quer chegar e então você vai ter clareza do preço que estará disposto a pagar para chegar a isso. Pergunte-se todos os dias: ‘o que eu fiz hoje me aproximou ou me afastou de onde eu quero chegar?’ Lembre que a pressão, quando a pessoa sente que está crescendo e evoluindo, é benéfica, pois ela sente que está obtendo algum ganho com aquilo. Já a pressão sem direcionamento faz mal e afeta o casamento, a saúde, a vida social e a financeira”, conclui.

Aprenda a lidar
Se você não está conseguindo lidar com as pressões no seu trabalho e com a cobrança por metas, participe do Congresso para o Sucesso. As reuniões acontecem, sempre às segundas-feiras, nas igrejas Universal.

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Colaborador

Eduardo Prestes / Foto: grinvalds/ getty images / Arte: Edi Edson