Clamor por liberdade: população cubana deseja ser livre de ditadura comunista

Em onda de protestos, povo vai às ruas pedir “abaixo à ditadura”. Saiba mais

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Desde o último domingo, 11 de julho, a capital de Cuba, Havana, tem sido palco de um protesto, que já é considerado o maior na história recente do país, onde a população pede “abaixo à ditadura” e “liberdade”.

O país, que vive em um regime comunista, tem passado por sua pior crise dos últimos 30 anos, com o aumento significativo da fome e o descontrole da pandemia de COVID-19, tem ouvido o grito de socorro de sua população. 

“Sempre nos calamos, nunca dizíamos nada, mas agora basta! As pessoas não aguentam mais”, disse uma manifestante, em entrevista à rádio francesa RFI. 

Em resposta aos protestos, o presidente Miguel Díaz-Canel fez um pronunciamento na televisão e acusou a população de ser financiada pelos Estados Unidos para que os protestos sejam realizados. Miguel ainda afirmou que as manifestações são convocadas por youtubers que desejam desestabilizar o governo e desconsiderou completamente o grito de socorro das pessoas que foram às ruas. 

Além disso, Miguel convocou a militância comunista para ir às ruas, a fim de confrontar a população que apenas anseia sua liberdade. 

Díaz afirmou que as sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos ao país têm agravado a crise. Contudo, apenas em 2019, os Estados Unidos exportaram cerca de U$279 milhões em produtos para Cuba, a maioria alimentos. 

A polícia tem agido de maneira truculenta com os participantes dos protestos. Gás lacrimogêneo e cassetetes estão sendo utilizados e tiros para o alto disparados para reprimir os manifestantes. 

Uma manifestante afirmou ainda que “muitos policiais estão à paisana, infiltrados na manifestação”, o que aumenta a repressão e tentativa de silenciar o povo. 

Também para calar a população, o governo teria cortado o serviço de internet no país, para tentar conter a população e evitar que outros protestos sejam orquestrados por meio da rede. Zoe Martínez, cubana, radicada no Brasil, que tem parentes em seu país de origem, usou as redes sociais para denunciar o governo. 

“Os cabanos estão incomunicáveis, porque estavam postando vídeos na internet do que estava acontecendo em Cuba. Agora, tiraram a internet e nem por telefone fixo estou conseguindo conversar com meus avôs”, disse.

Ela ainda denunciou que “as vacinas estão sendo vendidas para o Irã e a Venezuela, e os cubanos não estão sendo vacinados”. 

No último sábado, 10 de julho, o Ministério das Relações Exteriores de Cuba afirmou que a situação por lá é “muito complexa”. Contudo,  mesmo em meio à crise sanitária, o governo cubano tem se recusado a receber ajuda humanitária para socorrer a população. 

“Alguns, de maneira intencional e manipulada, mencionam a necessidade de implementar corredores humanitários, de intervenção humanitária”, disse Ernesto Soberón, diretor-geral dos Assuntos Consulares e Cubanos Residentes no Exterior.

Apoio à ditadura

Contudo,  há aqueles que ainda defendem o regime comunista, que tem ceifado a vida de muitos cubanos.

Guilherme Boulos, que concorreu à prefeitura de São Paulo nas últimas eleições municipais pelo PSOL, usou a rede social para dizer que a COVID-19 está controlada no país. 

“Cuba teve 1.584 mortes por Covid em toda a pandemia, menos do que qualquer bairro de São Paulo. Mesmo sob um bloqueio econômico perverso está desenvolvendo sua própria vacina. E tem gente por aqui pedindo SOS para Cuba”, disse.

Contudo, o próprio governo cubano já afirmou, no último sábado (10), que o país vive seu pior momento da pandemia de COVID-19. Pelo terceiro dia consecutivo, o país registrou recordes de contágio. Em um único dia foram 6.750 contágios registrados, segundo o Ministério da Saúde Pública.

Além disso, embora muitos defensores da ditadura cubana insistam em afirmar que a medicina no local é considerada modelo, há relatos de hospitais sobrecarregados e superlotados com casos de COVID-19, mas também com casos de manifestantes machucados por policiais em meio aos protestos.

No entanto, não é de hoje que a esquerda brasileira defende regimes comunistas pelo mundo. Durante a nova onda de protestos em Cuba, diversos internautas voltaram a postar um vídeo em que a ex-presidente do Brasil, Dilma Rousseff, defende Fidel Castro, ditador comunista de Cuba.

Fidel Castro, no entanto, quando faleceu, deixou uma fortuna de mais de U$900 milhões de dólares, enquanto a população passava fome. Ele chegou a entrar na lista de governantes mais ricos do mundo.

Segundo a revista Forbes, a fortuna do ditador Fidel Castro cresceu em um curto espaço de tempo, muito por causa de seu poder em empresas estatais cubanas, que viviam sob o seu controle. 

Mesmo tendo sido um tirano, Castro também é idolatrado pelo ex-presidente Lula, por exemplo.

“Fidel é o único mito vivo da história da humanidade. E eu acho que ele construiu isso às custas de muita competência”, disse Lula, em 2008, quando Fidel ainda era vivo. O ex-presidente também escreveu “Viva Fidel”, na parede de seu sítio, em São Bernardo do Campo, quando o ditador faleceu.

O comunismo, no entanto, não tem funcionado no país. O senador da Flórida, nos Estados Unidos, Marco Rubio, que tem origem cubana, explicou que a onda de protesto não é apenas sobre alimentos, ou a falta deles.

“Os protestos em Cuba não são apenas sobre ‘escassez’. O socialismo promete comida, remédios e renda garantidos se você desistir de sua liberdade. Quando, como sempre, falha em entregar, você não tem sua liberdade de volta. É por isso que os manifestantes estão gritando ‘Libertad'”.

Apoio brasileiro aos protestos

As manifestações geraram grande repercussão no Brasil. Milhares de brasileiros utilizaram as redes sociais para demonstrar apoio. O próprio presidente Jair Bolsonaro utilizou uma rede social para se solidarizar com o povo cubano.

“Todo apoio e solidariedade ao povo cubano, que hoje corajosamente pede o fim de uma ditadura cruel que por décadas massacra a sua liberdade, enquanto vende pro mundo a ilusão do paraíso socialista. Que a democracia floresça em Cuba e traga dias melhores ao seu povo”, disse o presidente. 

Além de apoiar as manifestações, o governo brasileiro também tem um histórico contra o regime comunista de Cuba. Em 2019, o governo Bolsonaro cortou o financiamento do programa “Mais médicos”, criado pelo governo Lula. À época, o governo brasileiro pagava pelos médicos, mas os profissionais recebiam apenas um quarto, o restante era retido pelo governo Cubano.

O economista Rodrigo Constantino destacou que muitos têm apoiado a população que clama por liberdade. 

“Nas redes sociais, o apoio aos cubanos que clamam por liberdade é enorme. Já são 2,5 milhões de tweets torcendo por uma Cuba livre. Já os comunistas espalhados pelo mundo tomam o partido da tirania assassina criada por Castro, o ídolo de Lula”, disse Constantino.

Ele ainda destacou que “os cubanos merecem respirar ares livres”.

“São escravos há meio século, numa situação de penúria. E pensar que vagabundos comunistas querem importar essa realidade para o Brasil, com apoio até de certos banqueiros”, lamentou Constantino. 

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Colaborador

Rafaela Dias / Foto: Reprodução e Reprodução Facebook